Hora de dormir II (pt. 3)
Depois de escrever sobre minhas variadas e horríveis
experiências que eu tive quando era um menino de 8 anos de idade, muitos tem me
encorajado a falar sobre o que aconteceu depois. Eu tenho estado hesitante de
fazer isso pois me sinto inquieto desde que quebrei o silêncio. Dormir não me
tem sido fácil nessas últimas noites. Meu ceticismo, entretanto, continua
resistente, e então, vou contar o que eu experimentei no outro quarto.
Esse não será tão longo como o outro, pois o acontecido só
durou alguns dias mas o que foi o suficiente para mim.
Se você se lembra, depois que o visitante não deixado me
deixou em paz, eu me mudei para outro quarto um ano depois. Esse quarto era
muito maior do que o antigo e tinha um clima ameno de boas vidas na atmosfera.
Alguns lugares dão sensações ruins. O quarto de antes me deixava nauseante, mas
esse não.
Felizmente eu ganhei uma cama normal, o beliche tinha sido
destruído e jogado fora (um ótimo começo, posso adicionar). Eu amava meu novo
quarto, eu aproveitava o grande espaço para meus brinquedos, eu estava feliz
que o lugar era espaçoso o suficiente para que meus amigos pudessem passar a
noite, mas no mais eu só estava aliviado de estar fora daquele horrível,
agourado lugar da casa.
Na primeira noite eu dormi com prazer, coisa que eu não
tinha feito a muito tempo. Claro que eu tinha movido minha cama várias vezes
para longe da parede. Eu disse para minha mãe e para meus amigos que eu gostava
de usar os cantos entre a cama e parede como esconderijos quando estava
brincando.
Eu acordei nos dias seguintes me sentindo relaxado e
renovado. Enquanto eu ficava deitado lá vendo algum dos meus desenhos animados
favoritos numa pequena televisão portátil, eu notei algo estranho. Uma antiga poltrona marrom escura que tinha
sempre estado no quarto, estava no pé da minha cama, grande e iminente.
Ela
estava usada e desgastada, tínhamos ganhado ela como parte de um conjunto de um
primo distante, mas
ela já tinha sido usada muitas vezes até então. A cadeira
em si não era incomum, mas o que me perturbou é que eu poderia jurar que quando
eu tinha ido dormir a cadeira estava de costas para a cama, e não estava de
frente. Assumi que minha mãe ou meu pai tinha movido-a enquanto eu dormia,
provavelmente procurando lá algo que tinham esquecido quando nós trocamos de
quarto.
A segunda noite não foi tranquila. Era por volta das 23h e
eu podia ouvir a televisão de meus pais do outro lado da casa. O quarto era
mais largo no escuro, a única iluminação era apenas uma tonalidade a deriva das
luzes da rua pela janela. Eu fiquei ali deitado, feliz. Feliz, até eu ouvir
algo bem baixinho, ainda assim, inconfundível.
De primeira eu achei que era o som da minha própria
respiração enquanto eu estava descansando, mas então eu parei por um momento, e
o som quase inaudível de mais alguém respirando no quarto não se cessou. Continuou,
ritmicamente e sem pausa.
Eu fiquei deitado no escuro, ma enquanto eu estava ainda me
recuperando de todo o terror instalado em mim das minhas experiências no quarto
anterior, eu não estava completamente aterrorizado. O respirar era tão distante
e diferente do chiado que eu ouvia durante meus encontros com a coisa da parede,
que permanecia adormecida, e mesmo naquela idade eu achava tão súbito.
Mesmo assim, eu não me arrisquei, sai da cama e fui até o
outro lado do quarto ligar a luz. O som tinha sumido. Eu fiquei olhando para
aquela velha poltrona virada para minha cama, a poucos centímetros de onde eu
dormia, então eu virei ela para o outro lado. Eu não tinha nenhum motivo para
fazer isso, mas alguma coisa ali me encheu de medo.
Na terceira noite eu
já não estava tão destemido. Mais uma vez, eu acordei na escuridão. Deitado de
costas eu encarei o teto que parecia feliz de absorver toda a luz laranja que
vinha da rua. As árvores do lado de fora da minha janela balançavam com uma
calma brisa fazendo que se formassem estranhas sombras se movendo nas paredes
do meu quarto.
Eu não ouvia mais nada a não ser o barulho do tráfego
noturno distante na cidade. Quando eu comecei a adormeceu novamente, eu ouvi; o
barulho vinha dos pés da minha cama como se algum tivesse se movido, ou se
arrastado no chão.
Eu levantei minha cabeça, espiando na escuridão, mas não vi
nada estranho. Tudo estava como tinha estado o dia todo, nada fora do lugar. Eu
passei meus olhos pelo quarto; algumas revistas em quadrinhos no chão, algumas
caixas que ainda não tinham sido desempacotadas, a poltrona no mesmo lugar que
eu deixara, de castas para a minha cama; não havia nada sinistro ali.
Eu estava agora totalmente acordado, olhando a televisão
desligada considerando que devia ou não ver alguns programas noturnos. Eu teria
que manter o volume baixo porque meu irmão ouviria no quarto do lado e mandaria
eu desligar.
Quando eu me sentei direito na cama, eu ouvi de novo. Um
rangido baixo, acompanhado de um som. O som do menor dos movimentos. Eu olhei
de novo para o quarto. Agora as opacas sombras laranjas feitas pelas folhas da
árvore em minha janela tomaram uma forma ameaçadora.
Eu ainda não via nenhum motivo para ficar com medo. Eu
encarei a poltrona nos pés da minha e não vi nada incomum nela. É bem comum da
mente levar algum tempo para realizar o que está realmente vendo. Leva tempo
para ficar realmente apavorado quando você ve algo.
Sim, eu estava olhando para a antiga poltrona no escuto, mas
eu também estava vendo que alguém estava sentada nela!
Na luz turva eu podia ver apenas o contorno de trás da
cabeça, o resto estava oculto pelas costas da poltrona. Eu fiquei sentado sem
emoções, olhando, rezando, esperando que meus olhos estivessem apenas criando
uma imagem que não existia. O rangido lento de um movimento em seu trono
obscuro gelou a minha essência, então eu percebi que não era um mero truque da
falta de luz.
Em seguida ele passou para o lado direito. Eu sabia o que
ele estava fazendo, estava virando para olhar pra mim. Foi difícil de fazer,
pois mesmo naquele quarto tudo parecia mais escuro do que nunca. Eu vi o que
parecia longos cinco dedos escorregando por cima da poltrona, e então outro
cinco dedos. O quarto estava silencioso a única coisa que dava para se ouvir
era o som da coisa se remexendo na poltrona, e o acelerar do meu coração.
No começo eu conseguia apenas ver o contorno da testa, mas
então começou a se erguer revelando dois pontos de luz na escuridão de suas órbitas
bem definidas.
Estava me encarando.
(CONTINUA...)
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Essa Creepypasta faz parte de uma série.
Essa Creepypasta é a parte 3, veja abaixo as anteriores:
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First!
ResponderExcluirAgora fiquei curioso para ver o final, clima de TT (tensão total)
ExcluirEsse maluco sofre kkk mais de três partes vish kkk
ExcluirÉ um livro. Kkkkkkkk. Fala Divina, me add no Face!
ResponderExcluirAmo essa série! Muito boa! Não sinto mais medo como antes, que eu só faltava me borrar lendo essas coisas. Agora, elas sao diversão para mim!
ResponderExcluirli essa história um pouco antes de ir dormir (lá pelas 2h), mas só porque divido o quarto com minha irmã mais velha.. porém não sei se foi tanta vantagem assim, porque fiquei ouvindo a respiração dela do outro lado do quarto e não consegui evitar de me imaginar na mesma situação que o menino =/
ResponderExcluirresultado : noite super mal dormida, mas valeu a pena ausuhauhsushua
ÔÔÔ imaginação fértil do #$¨%&*!... xD
cara eu tô a duas noites seguidas sem dormir direito depois dessas histórias e mais aquela imagem de um post anterior q um negócio dorme com uma criaça o.O amei de mais!! a muito tempo q não me sinto assim!!! vlw divina te amo sualinda ><
ResponderExcluirP.S não tem nada a ver com a história mas, no player, na faixa Twinkle Twinkle - Dead Space OST ao invés de ouvir essa música tá tocando AREIALS do SOAD o.O pelo o menos aqui. o resto tá normal!!
Ah, que pequena! xD
ResponderExcluirOntem fui dormir 2hs da madrugada, quando deitei ouvi uma voz, mas achei que fosse minha imaginação.Depois ouvi uma respiração forte, mas achei que eu mesmo tinha feito o barulho. Foi então que eu lembrei da creepy...
ResponderExcluirResultado: demorei 1 hora para pegar no sono ¬¬
Medo de novo...
ResponderExcluirMedo de novo...
ResponderExcluirCorrijam os erros de português, tem vários aí! Fora isso, ta muito legal! :3
ResponderExcluirEsperando pela II parte 4
ResponderExcluirCara, aerials de fundo??? mto foda a creepy e a playlist
ResponderExcluirNa parte mais legal e tensa... "continua" Esperando (desesperadamente) pela parte 4 *-*
ResponderExcluirfaz quase 1 semana q eu não durmo direito!! e procuro evitar deitar encolhido por causa daquele monstro vir e me abraçar a noite!!! resultado: dores de coluna, sono o tempo todo etc. Mesmo assim tô louco pra ver a próxima parte XD
ResponderExcluirTo muito ancioso pra proxima parte e.e
ResponderExcluirMuito boa a série. Eu leio as Creepys daqui faz um tempo mas nunca comentei, mas agora que resolvi me mostrar presente e dizer que eu espero ansiosamente pela próxima parte e que eu imagino o garoto (a vítima) como uma garota. (Por quê? Nem eu sei.).
ResponderExcluirCreepy kisses!
http://www.youtube.com/watch?v=f86z3gqFmD0&feature=youtu.be
ResponderExcluirVou cantar Lady Gaga td noite para espantar o medo u-u
ResponderExcluirtalvez esse ser só queira um amigo ^^ kkkhuhk
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