30/05/2015

Medo do Escuro

Minha esposa Cindy me provoca por eu ter 25 anos e ainda ter medo do escuro. Eu levo na esportiva, porque ela não viveu a minha infância e mesmo ela sabendo que eu fui sequestrado e mantido em um armário fechado por três dias, ela não tem idéia do terror que eu senti por ter ficado sozinho em um mundo escuro como breu, sentado no meu próprio lixo, ouvindo barulhos assustadores do outro da porta. Eu tive sorte que a polícia descobriu quem me levou, porque se não tivessem, eu sei que Kent Bromley teria me matado. Ele matou outras três crianças da minha idade.

Agora ele é um homem velho apodrecendo numa penitenciária três estados de distância.

Hoje à noite nós estamos no meio de uma violenta tempestade com muitos raios. Toda vez que as luzes piscam o meu coração salta no meu peito. Cindy está calma, é claro, pegando velas e fósforos para garantir. Então acontece. As luzes morrem e eu começo a suar. Cindy acende rapidamente três velas e diz que está indo pegar a lanterna na garagem. Eu não quero que ela vá, mas a lanterna ajudaria. Minutos passam e eu sinto uma pressão sobre os meus ombros, a respiração quente no meu ouvido.

"Estou de volta, menino. Questões pendentes, sabe? "

Eu grito e caio para a frente, em pânico. As luzes de repente me cegam, iluminando Cindy que vem correndo para o quarto. Não há mais ninguém.

"O que aconteceu? Você está bem? ", pergunta.

Estou prestes a pedir desculpas por minha loucura quando vejo uma sombra se movendo atrás dela.

27/05/2015

Definições


Torcida
substantivo [tor-ci-da]
Uma pessoa que é membro de um grupo que cantam músicas especiais ou fazem apresentações para incentivar a equipe e entreter a multidão durante um jogo.
Exemplos de Torcida - Aline adorava ser uma líder de torcida.

Aviador
substantivo [a-vi-a-dor]
Uma pessoa que está no topo da acrobacia. O apoio primário é dado por uma ou mais bases.
Exemplos de Aviador - Aline adorava ser a aviadora,  ficar lá no alto, no ar, durante as apresentações.

Base
substantivo [ba-se]
Uma pessoa que está em uma posição correta para evitar que o aviador se machuque. Sua finalidade principal é proteger a cabeça da pessoa e o ombro.
Exemplos de Base- Scott estava animado para ser base de Aline durante sua mais alta acrobacia.

Irmão
substantivo [ir-mão]
Irmão de uma pessoa ou uma irmã.
Exemplos de irmão - Matheus e Aline eram irmãos que se amavam muito.

Fanatismo
substantivo [fa-na-tis-mo]
Teimosia e completa intolerância à qualquer credo, crença ou opinião diferente da sua própria.
Exemplos de Fanatismo - Matheus mostrou seu fanatismo por constantemente insultar Scott enquanto  fazia o bullying nele constantemente.

Indireta
adjetivo [in-di-re-ta]
Desvio de um curso direto ou linha.
Exemplos de Indireto - Com medo de Matheus, Scott iria se vingar de uma maneira indireta.

Enganar
verbo [en-ga-nar]
Enganar por uma falsa aparência ou ação.
Exemplos de Enganar - Scott enganou a multidão, agindo como se ele pretendesse pegar a Aline depois do salto.

Paralisia
substantivo [pa-ra-li-si-a]
A perda ou diminuição do movimento voluntário em uma parte do corpo, causada por lesão ou doença dos nervos, cérebro, ou da medula espinhal.
Exemplos de Paralisia - Aline sofreu uma lesão da medula espinhal durante sua queda, que causou paralisia total e irreversível.

26/05/2015

O canguru sorridente

Ele era tão inocente. Um pequeno e fofo canguru de brinquedo, daqueles que as crianças gostam de abraçar quando dormem. Mas esse era um pouco diferente. Quando eu batia palmas ou batia os pés no chão, uma “caixa de som” dentro do brinquedo reproduzia um som de riso. De primeira eu achei engraçado, quando Louise o colocou no chão e bateu palmas. “Quanto você pagou por ele”? Perguntei para a minha irmã. “Uns quarenta reais em um armarinho!” Minha irmã respondeu depois dos risos.

Nunca suspeitei que algo de extraordinário pudesse acontecer. Foi nas férias da escola, eu estava bastante entediado já que estávamos na transição do verão para o outono, o que significava um tempo horrível (eu moro na Austrália). Eu passava a maior parte do dia dentro de casa, mexendo no computador ou alimentando minhas cobras. Certa noite, desliguei o computador e resolvi dormir mais cedo. Consegui cair rapidamente no sono, até que umas duas da manhã, um clarão iluminou o quarto e ouvi algo caindo. Olhei para um canto do quarto e percebi a minha câmera no chão, completamente destruída, e o canguru de brinquedo sentado no lugar onde a minha câmera deveria estar. Um arrepio percorreu o meu corpo. Peguei os restos da câmera lentamente. Ela não estava em uma bolsa? Olhei para o canguru e percebi que ele estava sentado sobre a bolsa da câmera.

Decidi que mais tarde naquele dia verificaria se o cartão SD da minha câmera ainda poderia ser retirado, assim eu poderia salvar todas as minhas fotos que havia tirado durante o ano. Meus pais não ficaram muito felizes quando mostrei o que sobrou da câmera, e colocar a culpa em um canguru de brinquedo não parecia uma boa ideia.

De qualquer forma, retirei o cartão SD, o inseri no computador e comecei a transferir todas as fotos. Eu sabia que o processo levaria algumas horas, então saí com alguns amigos para passar o tempo.

Levei tanto tempo fora, que até esqueci da câmera. Voltei para o meu computador e o que encontrei quase me fez gritar. A última imagem transferida mostrava o canguru de brinquedo, só que na foto ele estava mais realista, diferente e perturbador. Os olhos estavam negros. Lágrimas de sangue escorriam pelo rosto e ele estava sorrindo, mostrando dentinhos afiados e manchados. Era bastante assustador. Mostrei a imagem para o meu pai, e ele acreditou que a imagem não passava de uma brincadeira da Louise. E ele me garantiu que teria uma séria conversa com ela. Eu me senti bem melhor... até que lembrei que a Louise ainda era muito nova. Eu a conhecia muito bem, e sabia que ela não entendia nada sobre photoshop. Decidi salvar a imagem, assim poderia mostrar para os meus amigos que entendiam sobre montagens. Mas quando fui procura-la, ela já havia desaparecido. A imagem tinha sido apagada do meu computador e do cartão SD.

Fiquei a noite inteira perturbado, rezando para não dar de cara a qualquer momento com aquele canguru diabólico. Mas acabei caindo no sono e acordando normalmente pela manhã. Por um momento pensei que tudo estava bem. Mas eu estava errado. Eu costumava verificar as minhas pythons sempre ao acordar pela manhã. Mas ao me aproximar do grande aquário onde elas ficavam, eu quase chorei quando percebi que a minha python favorita estava morta. Fiquei arrasado. Aquela cobra era linda, e tinha me custado caro! Olhei por todos os lados, procurando algo diferente pelo quarto. Ouvi uma risada. A risada mecânica do canguru. Me arrepiei completamente quando o vi sentado em uma cadeira no outro lado do quarto. Meu corpo travou completamente, e permaneci colado onde estava. Ele começou a rir outra vez, mas o riso parecia estar se tornando mais real e deixando de ser mecânico. Parecia mais humano.

Eu sabia que teria de para-lo. Eu não ligava se a Louise ficaria aborrecida se eu acabasse com o brinquedo. Pequei uma tesoura e reuni toda a coragem para me aproximar dele. Ele não parava de rir. Consegui pega-lo, e comecei a abri-lo com a tesoura. A risada ficava mais alta. Ele fedia como um animal morto à medida que eu o rasgava e retirava toda a lã de dentro. Seus olhos começaram a sangrar, e seus lábios se dobraram em um sorriso. Ele continuava rindo. Finalmente encontrei a caixa de som que estava dentro dele. Mas... a risada continuava saindo dela. O que diabos... quebrei a pequena caixa de som e descobri que em seu interior havia um pequeno coração, ainda batendo.

Assim que o perfurei com a tesoura... a risada parou.

24/05/2015

Está Lá...

A primeira vez que vi um deles foi há quase vinte anos, quando entrei na ala dos pacientes com Catherine, a enfermeira incumbida de me treinar. O paciente estava deitado na cama, de olhos fechados, com peito subindo e descendo lentamente. Enrolada em volta do pescoço e caindo sobre o ombro esquerdo estava uma coisa negra, esguia, tipo uma cobra, que parecia ser composta de sombras que tinham, de alguma forma ganhado vida.

Eu fiquei tenso imediatamente, quase deixando cair o copo de medicação na minha mão. Precisei de toda minha força para não gritar. A única coisa que me fez parar foi a mão de Catherine, calma, no meu ombro. Quando me virei para ela, o olhar em seu rosto disse mais do que qualquer expressão que eu tenha visto antes ou depois. "Se eu tivesse avisado antes," aquele olhar dizia: 'você não teria acreditado em mim. Está lá ... Mas é melhor você agir como se não estivesse. "

Desde aquele dia eu tenho visto mais deles do que eu posso contar. Sempre nos quartos de pacientes terminais. E sempre três dias antes de o paciente morre. Eles aparecem nos cantos escuros, movendo-se lentamente para mais perto a medida que a hora chega.

Ao longo dos anos tenho começado a aceitar essas criaturas como uma coisa da vida, nunca questionando o seu propósito ou origem. Principalmente por causa do medo. Mas agora, estas são perguntas que devo fazer. Porque, enquanto escrevo isto, estou vendo um deles mover-se do espaço debaixo da minha cômoda para a mesa de cabeceiro, perto da minha cama.

Eu não entendo.

NES Godzilla - Dementia

Quando voltei ao jogo, eu estava ficando muito incomodado e confuso.

Pensava no jeito do mostro olhar para mim.

O jogo NÃO PODIA ter ouvido o que eu disse, isso é impossível. Isso tinha que ser uma ocorrência aleatória. Mas porque isso aconteceu justamente no momento que eu insultei o monstro?

Nada nesse jogo fazia sentido. Os novos monstros do Godzilla, as estranhas substituições dos monstros, imagens fora de lugar (como os templos verdes), níveis de quiz, e as perseguições do monstro vermelho.

Isso tudo não acrescentava nada de qualquer modo.

Se fosse uma pegadinha, não seria engraçado em sentido algum, e eles claramente pegariam mais leve com isso.

Se eles estavam tentando fazer uma sequência genuína com novos monstros do Godzilla, então por que eles adicionariam mais monstros?

Talvez fosse algum tipo de arte experimental? Algum projeto de grupo feito por uma porrada de gente realmente talentosa e louca, e eles haviam perdido o jeito? Ou talvez eles tinham a intenção de uma pessoa aleatória encontrar isso?

Tudo aquilo era muito improdutivo. De longe eu diria, que só tinha um jeito de lidar com o jogo, que era: Jogar até o fim. Talvez, apenas talvez, tivesse algo nos créditos, uma explicação dos criadores, do porquê fizeram isso.

Ou isso tudo podia ser algo muito mais crítico e estranho, talvez algo muito mais horrível.
Antes de eu dar uma boa olhada no mapa de Dementia, considerei jogar Trance novamente para ver se o monstro vermelho olharia para mim novamente. Mas fui contra isso.

Eu queria continuar me movendo progressivamente, mas também estava meio preocupado que voltar atrás no jogo pudesse causar algo ainda mais estranho.

A música do mapa de Dementia soou muito como a música de Saturno, exceto pelo fato de que foi desacelerada, e tocada com um instrumento com o som de piano. Como a maioria desses novos temas, ela tinha um sentimento perigoso de suspense.

Enquanto escutava a música, olhei para o mapa de Dementia. Haviam quatro chefões monstros dessa vez: SpaceGodzilla, Manda, Gigan e Baragon. Eu estava surpreso que alí estavam dois novos monstros do Toho dessa vez. Mas a melhor surpresa ainda estava por vir.


Comecei o nível de Quiz. Aqui está outra lista, no mesmo formato da primeira:

Quiz 2
  1. Você pode nadar?
    Resposta: Sim, Reação: Feliz
  2. Gosta de peixe?
    Resposta: Sim, Reação: Enjoado
  3. Pinguins podem voar?
    Resposta: Não, Reação: Triste
  4. Isso pode girar em todas as direções?
(Não havia nada esclarecendo o que “Isso” significava, então eu chutei)
Resposta: Não, Reação: Surpreso
  1. Você respira oxigênio?
    Resposta: Sim, Reação: Cara estranha #8
  2. Quando você morde uma mulher, o gosto é bom?
(Não sei quem criou essa pergunta, mas espero que tenha buscado ajuda psiquiátrica)
Resposta: Não, Reação: Irritado
  1. Está de noite aonde você está?
    Resposta: Sim, Reação: Cara estranha #6
  2. Você gosta de gatos?
    Resposta: Sim, Reação: Confuso
  3. A água é molhada?
    Resposta: Sim, Reação: Bravo
  4. Você já quebrou algum osso?
    Resposta: Não, Reação: Feliz
  5. Você gosta do seu emprego?
    Resposta: Sim, Reação: Dor
  6. Você gostaria de um novo monstro?
    Resposta: Sim, Reação: Cara Estranha #11
Não estava muito certo dessa vez, sobre o que a Cara dizia com “novo monstro”, mas eu não podia resistir à responder “Sim”, só para ver o que iria acontecer.

O resultado foi impressionante.

O jogo me levou de volta para o mapa e eu tinha um novo monstro jogável na forma de Anguirus! Desde criança, eu sempre quis jogar como Anguirus, até porque ele era meu segundo monstro favorito (E também, que eu nunca gostei do Mothra).

Eu movi minha nova peça, do Anguirus, para cima do nível próximo à ele, quente para testar meu novo monstro.

Antes de eu entrar na descrição do nível, irei falar sobre Anguirus um pouco:

Usando os botões de cima e baixo, você podia escolher entre Anguirus em sua forma bípede ou rastejando em quatro patas. Não fazia grande diferença, mas estando hábil para ficar de pé era útil em lutas com chefões, e rastejar ajudava a desviar de ataques e obstáculos.

Ele podia chutar e socar como Godzilla, mas sem chicote de cauda. Em vez disso, ele tinha algo que de longe era mais interessante: A habilidade de se fechar em uma bola espinhosa da morte e girar pelo mapa. Você ainda podia tomar dano, mas era amenizado. Isso foi útil para limpar estágios inimigos, mas infelizmente, fazer isso também drenava a barra de energia.

Mas a bola espinhosa não era a única habilidade especial dele. Quando você apertava “Start”, ele atirava um laser de energia de sua boca. Me lembrava o ataque de sonar do Titanossauro, e se tinha algum hack, foi inspirado no ataque do rugido dos jogos de luta do Godzilla, no Atari.

Outra nota, é que quando jogava com Anguirus, o contador do nível ficava bugado. Jugando pela barra de vida e da barra de poder, eu diria que ele estava no nível 10.

Agora, ao nível:

Como você deve ter percebido pelo ícone do nível, esses níveis tinham versões verdes dos blocos do chão e o background das montanhas azuis. Mas o que imediatamente prendeu minha atenção, foi a água, que tinha um efeito de transparência.

Isso era mesmo possível para um jogo do NES? Eu sabia que o Super Nintendo podia fazer isso, mas nunca ví um efeito de transparência num jogo do NES.

A música das montanhas verdes era tocada com o mesmo instrumento das montanhas azuis, mas a melodia era totalmente diferente. Era uma canção muito simples com um monte de pausas abruptas seguidas por uma nota alta á cada poucos segundos.

Todavia, eu passei pela borda fina do nível. E ainda não haviam monstros nem nada, mas em breve, eu cheguei em um abismo sobre a água.

Não havia mais para onde ir sem ser para dentro d’água, então desci. A transparência d’água fez as coisas um pouco mais difíceis de se ver, mas era tolerável. Após ir por baixo d’água, eu encontrei dois inimigos gigantes: uma piranha gigante e algum tipo de verme espinhoso das profundezas. Gostei da piranha, pois eu facilmente podia dizer o que era.

Era o são design dos inimigos que devia aparecer no jogo real, e ali tinham pouquíssimos inimigos como esses.

Eles não tomavam muitos hits para serem mortos, mas eram bem irritantes, e podiam consideravelmente sugar sua vida se você chegasse perto demais. Eles também tendiam a trabalhar e andar em conjuntos.

E os vermes das profundezas, eram fáceis de se lidar. Eles nadavam junto ao fundo da tela, em direção a você, e eram facilmente esmagados com o ataque giratório ou um pulando em cima deles. Nessa screencap você pode ver que eu estava para correr em cima deles, e havia um monte de piranhas atrás deles.

Após passar daquele nível, movi o Godzilla até o ícone do castelo azul. Eu comecei o nível e então vi uma tela de título, com o texto “INESQUECIVELMENTE FRIO”.


O nível, por si só, parecia a masmorra de um castelo feita de tijolos azuis com linhas de idênticas estátuas com a cara branca nas paredes. Essas estátuas tinham um olhar permanente de terror em suas faces.

Havia ali também, alguma estática cinza, que não obscureceu minha visão, mas adicionava algo inconfortável ao humor desses níveis. A música era um loop de vinte segundos de um coro baixo e choramingado, que soou muito familiar para mim.

Seja lá quando eu joguei por um desses níveis, eu tive esse repentino, horrível, sentimento de ansiedade. Eu tive o sentimento de que o quanto mais eu avançava pelo nível, mais perto eu ficava de algo indizivelmente mau.

Não haviam inimigos, mas esse era um dos níveis mais longos do jogo. Eu apenas joguei um nível, mas levou sete minutos para completar.


Eu não queria admitir isso para mim mesmo naquele momento, mas percebi algo enquanto jogava o nível do castelo azul: Esse jogo tinha o poder de fazer o jogador sentir certas coisas.

Não digo no sentido de que você ficaria irritado jogando um jogo assustador, ou nervoso por algo assustador no jogo. O que eu disse, é que certos eventos nesse jogo podem instantaneamente fazer você começar a sentir algo.

Eu sei que isso soa completamente insano. Eu não te culpo por não acreditar em mim, eu nem mesmo acredito nisso, mesmo jogando esse jogo. Mas têm algo muito, muito, muito errado com esse jogo, e eu ainda não sei como explicar isso.

Então... era hora de lutar com o substituto de Baragon.

Apesar de Baragon ser originalmente o menor monstro no jogo, sua substituição foi a maior. Ele era tão alto, que o “chão” foi perceptivelmente rebaixado, e a cabeça do “Não-Baragon” ainda quase colidia com a barra no topo da tela. E ele era mais bizarro do que grande.

Você deve estar se perguntando como ele ataca sem os braços. Bem, ele tem o chute mais poderoso do jogo. Mas sua outra técnica de luta é muito maior.

Primeiro ele atira uma nuvem de pixels em você, o que te faz congelar, então ele volta para o canto da tela e... Extende uma enorme arma com gatilho de seu abdômen.
 
Deve parecer divertido para você, mas não foi para mim quando eu estava jogando. Esse ataque era mais irritante que a serra de Gigan, e o “Não-Baragon” podia ser inderrotável se ele constantemente usasse isso. Graciosamente, ele apensa fez isso duas vezes, enquanto lutava com ele.

Quando você se descongela, você pode correr e começar a dar dano na arma, que causa dano extra a ele. Isso me ajudava à destruí-lo e então era hora de jogar o terceiro tipo de nível. Decidi que eu iria usar Anguirus para lutar com Manda e Gigan, e então lutaria com o SpaceGodzilla como o Godzilla (era o único que combinava).

Antes de passar pelas batalhas, irei descrever o estilo do terceiro nível: O Ártico.

O Ártico é exatamente o que você adivinhou do nome, uma tundra gélida com poucos segmentos aquosos.

A música me lembrou um pouco de “Northern Hemispheres” do Donkey Kong Country, em forma de 8-bit. Um som muito perigoso, que me fez pensar em estar preso em uma tundra e congelar até a morte.

Haviam dois novos inimigos nesse estágio. O primeiro era uma criatura congelada num bloco de gelo. Ela bloqueia seu caminho e você têm que usar seu raio de calor para tirá-lo do gelo. Eles pareciam uma versão menor do “Não-Gezora” com apenas um olho.

Quando livres, elas fazem um movimento estranho, de rastejar, e te empurra para trás. Não causa nenhum dano, mas é um pouco irritante.

Após lidar com o homem do gelo, continuei andando por um minuto ou dois e veio à tona um segmento de água. Pulei dentro, e dessa vez tratei de tirar uma screencap mostrando como a água espirra quando você pula dentro dela. Não sei como eles programaram aquilo, mas é muito impressionante. Outra coisa interessante é como a tela muda de foco quando embaixo d’água.

Aqui você pode ver o outro novo inimigo, uma coisinha que chamo de “andarilho espinhoso”. Eles caminham até você e explodem aleatoriamente (ou instantaneamente) se você os atacar, mandando espinhos em todas as direções. Eles não dão muito dano, mas eles ficam perigosos quando você está perto de um poço.



Oh, por falar em poços: Embaixo d’água, o jogo tinha um elemento de plataforma: poços sem fundo. Eles não eram nenhum dos originais do jogo, desde que era estritamente uma ação do jogo, mas os poços foram uma adição precisa.

Após de voltar para o chão. Encontrei um mini chefe inesperado: Maguma, o leão marinho Kaiju. Eu sabia que o jogo tinha uns monstros obscuros para se começa. Mas wow. Não estou reclamando, foi um cameo muito legal para um Kaiju não apreciado.

As táticas de luta do Maguma eram muito simples. Ele tinha um raio congelante, e ele podia atirar em você. Não muito desafiador, mas certamente mais legal que o mini-chefe Matango, no jogo original.

Uma coisa realmente interessante sobre o Maguma, é que ele não morre quando você o derrota, apenas se vira e se recolhe. Essa foi a primeira vez que eu já vi um monstro mudar de direção e se recolher. Tentei depois correr atrás dele, mas ele desapareceu após eu entrar na água. Pobre bastardo.

E isso foi no Ártico, falarei mais sobre a luta com Manda agora.

Esqueci de mencionar antes, mas a música tocada durante as lutas com os novos monstros eram temas reutilizados do jogo.

De longe os temas eram:

Titanossauro: Música do Gezora
Biollante: Música do Hedorah
Orga: Música do Baragon/Moguera
Manda: Música do Varan
SpaceGodzilla: Música do Mechagodzilla


Na luta, manda era um oponente muito minucioso. Quando percebia que uma tática era não efetiva, ele mudava imediatamente para outra.

Manda usou pouquíssimos truques, como cuspir fogo, morder, e o mais irritante de todos, o ataque constritor.

Isso não drenava sua vida impiedosamente como as serras do Gigan, mas era de longe o mais forte ataque de Manda.

Uma última coisa para se notar (que eu achei muito legal) era que o Atragon apareceu na luta para me ajudar. Manda o esmagou sem dó, mas ainda foi legal.

Após eu derrotar Manda, eu joguei por um nível do Ártico para pegar vida e “Power-Ups” e então eu estava com o substituto de Gigan. Quando a luta começou, eu estava muito confuso, pois não havia nada ali. Achei que isso seria como a luta com o Titanossauro, em Pathos, mas quando voltei para o mapa, uma piranha apareceu na tela.

Mas isso não foi por muito tempo. Quando ela apareceu, os auto falantes emitiram um barulho ensurdecedor, e o “Não-Gigan” voou e rasgou o pobre peixe em pedaços.



Bem, era só mais um jeito de fazer o jogador ficar aos seus pés. A entrada abrupta me assustou para caralho e então eu tive uma descarga de adrenalina. O que em retrospecto, foi bom, pois o “Não-Gigan” era um dos oponentes mais rápidos e inquietos do jogo.

O “Não-Gigan” era esperto, mas minhas novas habilidades com o Anguirus me ajudaram no placar. Era ainda assim uma luta intensa! Os seus ataques consistiam em algum tipo de laser de sangue que ele cuspia pela boca, e uma serra de guarda. Eu esperava alguma variante infernal da serra-buzina, mas felizmente não tinha uma.

O ataque esférico era inválido quando tentava derrotar ele. Eu tiraria mais screencaps da luta, mas eu tinha que me concentrar.

Após isso, só tinha um monstro à ser derrotado: SpaceGodzilla. Como mencionado antes, eu usei Godzilla para essa luta.

A técnica de luta do Godzilla era bem frustrante, mas me deu uma ótima ideia.

SpaceGodzilla iria usar sua energia para criar dois cristais voadores, que quando tocavam o chão viravam espinhos cristálicos.

Esses espinhos não apenas o impediam de chegar ao SpaceGodzilla, mas também o permitia recarregar a energia, e atirar um laser coronário até você quebrar os espinhos.
 


SpaceGodzilla iria eventualmente drenar seus próprios espinhos de energia até eles derreterem, mas se você esperasse isso acontecer, você provavelmente perderia muita vida. Lasers de calor atualmente pareciam regenerar os espinhos, então você tinha que usar ataques físicos.

Quando você finalmente ficava perto o suficiente para bater no SpaceGodzilla, ele não te empurrava. Quando eu soquei ele, ele me bateu muito forte. SpaceGodzilla não fazia de tudo usando seu poder para te socar para o canto da tela, então ele podia criar mais estacas.

Quando acabou. Eu apenas tinha cinco barrinhas de vida sobrando. Mas isso não interessa, pois eu não precisava lutar mais. Eu precisava correr.

E lá vamos nós. Eu decidi que eu queria realmente ver o final desse jogo. Por mais assustador que esses níveis pudessem ser, eu tinha que passar por eles para seguir à diante.

Eu decidi que não importa o que acontecesse, não importa o que o jogo me mostrasse, eu iria ir até o final. E também não diria uma palavra sequer enquanto jogava os níveis de corrida daqui para frente.

Para essa corrida, eu tentei o Anguirus, desde que seu ataque giratório me permitia mover mais rápido que Godzilla ou Mothra. Essa corrida começou como as outras duas, exceto pelo rio de sangue no chão. Eu estava começando a me enjoar disso, e a velocidade extra da bola me ajudou a dar uma perdida de vista no monstro. Especialmente desde que eu não tinha que me preocupar com o poder limite, e podia continuar rolando infinitamente.


Como os níveis anteriores com água, o chão inevitavelmente chegou ao fim. Então eu rolei para o sangue. Para minha surpresa, a besta infernal não me seguiu após isso, ela apenas parou na beira do abismo e resmungou “Eu não posso nadar” (Pensei para mim mesmo).

Então eu fui “sob o sangue” e continuei me movendo. Não havia nada em volta, mas eu sabia que algo iria acontecer. A corrida não iria acabar tão cedo e fácil assim, iria? Certamente algo deveria acontecer. E certamente, eu escutava o rugido se aproximando, com um som levemente diferenciado...

... E o monstro estava me seguindo com um novo corpo, aquático! Eu não fazia ideia de que ele era um metamorfo. Após ele aparecer, a caçada ficou na dificuldade que eu já esperava. Sendo submergido para cima e para baixo, me colocando na mesma velocidade que a besta.

A única coisa que me mantinha vivo era o rápido pensamento e reflexos.

Eu encontrei uns poços sem fundo, dos quais minas surgiam, flutuando. Eu percebi que se você atingisse uma, isso te daria dano e te rebateria de volta. Considerando o quão rápido o monstro vermelho nadava, atingir as minas causaria morte instantânea, então fui com grandes esforços para evita-las.

Mas não era de tudo eu devia estar ciente. No meio do caminho, a besta infernal revelou uma outra surpresa: um tentáculo em forma de intestino e feito com um monte de presas queimadas, saindo de sua boca, tentando me empurrar e me devorar. Eu apenas desviei-me dos tentáculos e das minas, mas eu podia dizer que a besta estava ficando desesperada, pois a caçada estava perto do fim.


E após um minuto depois, eu cheguei num pedacinho de chão que serviu como saída. Eu saltei com toda força que pude (sem quebrar o controle). A besta gritou com fúria e pulou do rio de sangue em uma última tentativa de me arrastar para, mas escapei por pouco.

Dessa vez.

Eu caí para trás na cama e dei uma respirada profunda, satisfeito com outra fuga bem-sucedida.
Agora eu estava diante do quinto mundo: Entropia.