26/09/2015

O Devorador de Fotos

Dentre as culturas do Oriente e Ocidente africano, há o mito do Picha Mlaji, ou Devorador de Fotos. A lenda surgiu no final dos anos 80, nas sombrias áreas de dominação europeia no oriente africano, mas a lenda parece ter alcançado o Cairo, o Congo Belga e talvez até uma parte da índia. Apesar das muitas variações na lenda, um garoto desnutrido em uma bicicleta parece sempre ser o catalisador para uma série de acontecimentos.

A prática da fotografia estava se infiltrando lentamente no continente africano e era utilizado apenas pelos administradores das colônias, para terem uma identificação por foto de seus oficiais e ocasionalmente registrarem algum momento importante.

Geralmente, a lenda conta que o garoto surge de bicicleta em algum vilarejo africano e pergunta para alguma pessoa, se ela sabe o que é fotografia. Se a resposta for “sim”, o garoto perguntará se a pessoa tem alguma foto e se ele pode ver. Se a resposta for “não”, o garoto se afastará para perguntar a outra pessoa. Se a pessoa mostrar uma foto para o garoto (ou Picha Mlaji), ele a pegará imediatamente e fugirá de modo tão rápido que ninguém poderá para-lo.

 Algumas noites após o roubo da foto, qualquer pessoa que estiver nela, tirando a própria pessoa que mostrou a foto para o garoto se ela também estiver nela, morrerá de alguma das duas formas abaixo:

  • A primeira e a mais comum é a que a vítima desaparece por dois dias e duas noites, retornando apenas como uma pilha de ossos quebrados. Os ossos estão quebrados de maneira que o tutano pudesse ser consumido. O crânio é o único intacto; porém, ele é posto no topo da pilha de ossos quebrado com a foto presa entre os dentes. A pessoa desaparecida estará riscada ou queimada na foto. O processo continuará até que todas as pessoas na foto sejam devoradas, com uma nova cópia da foto surgindo na pilha de ossos.  
  • A segunda forma ocorreu apenas em regiões sudaneses, e é mais detalhada: o corpo da pessoa desaparecida surgirá mais rápido – apenas um dia, ou mesmo algumas horas – e mais intacto se comparado à primeira forma. Mas estará coberto por marcas de mordidas, pedaços de carne e músculos arrancados assim como os olhos. O corpo estará em avançado estado de decomposição, mesmo que estivesse desaparecido por no máximo 30 horas. A foto original estará amassada na mão da última vítima com a imagem das outras vítimas riscadas assim como na primeira foto. 

Mais perturbador que as formas como as vítimas são canibalizadas, é como o garoto continua a perseguir a pessoa de quem roubou a foto, ameaçando-a a ter o mesmo destino das outras vítimas a não ser que mais fotos lhe sejam entregues. Vilarejos inteiros desapareceram em questão de dias. O destino da pessoa que inicia tudo isso varia, algumas ficam sem fotos e são devoradas, outras são deixadas vivas para espalhar a lenda, embora não demorem muito para morrer por fraqueza ou execução como culpadas pelas mortes.

Os casos de Picha Mlaji foram gradualmente perdendo força com o passar dos séculos, mas acredita-se que a criatura tenha reaparecido durante a Primeira guerra civil na Libéria, onde várias crianças soldado foram encontradas mutiladas de maneiras similares às antigas vítimas do Picha Mlaji, com a última criança sendo encontrada com uma foto amassada na mão. A foto tinha sido tirada duas semanas antes de ser encontrada, e mostrava uma unidade de crianças soldado.

22/09/2015

A Boneca Ana

Sempre que eu estou triste e solitária, eu converso com a minha boneca, Ana. Ela sempre está com um sorriso no rosto, e toda vez que eu a vejo fico feliz, porque ela está sempre feliz também. Ela me faz sorrir tanto quanto ela. Mas quando eu mosto Ana para a mamãe, ela fica de cara fechada. Mamãe só diz:

-Não é engraçado, Dakota. Ana não sorri.

Mas Ana não só faz as pessoas sorrirem, ela também as faz gritar. Um dia, eu voltei da escola e mamãe ficou brava comigo sem motivo algum. Corri pro meu quarto chorando e contei a Ana o que havia acontecido. Ela só sorria pra mim, o que, de certa forma, me fazia sentir melhor. Abracei Ana e coloquei-a na prateleira onde sempre ficava, voltando pra cama logo depois.

Mais tarde naquela mesma noite, ouvi gritos no andar debaixo. Fiquei assustada, mas resolvi descer pra ver o que estava acontecendo. Pareciam gritos da mamãe, e estava vindo da cozinha. Entrei na cozinha e encarei com horror o que havia lá. Ana estava de pé, ao lado da mamãe, de costas pra mim. Uma faca grande e pontuda saía bem da barriga da mamãe, e havia uma poça de sangue logo abaixo dela. Cheguei perto, peguei Ana e a examinei.

O rosto de porcelana dela estava sujo de sangue. Seus olhos azuis estavam bem abertos, também sujos. Abracei Ana e a agradeci várias vezes. Então olhei pra seu rosto mais uma vez.

Em meus braços, a boneca sorria em gratidão.





P.S: boneca? sim
P.S2: continuo sem tempo, curtinha de hoje foi essa
bjs

Risos

Você acorda assustado, respirando rapidamente, enquanto se recupera de um pesadelo. É o mesmo pesadelo que têm se repetido há vários dias. Toda noite, você assiste desamparado, a mesma sequência de cenas se desenvolver diante de seus olhos.

Crianças brincando em um parquinho, uma garotinha escalando em uma daquelas barras de macaco, e você tem aquela sensação doentia de que algo está para acontecer, mas você não sabe o que. Você tenta gritar para avisá-la, mas a única coisa que escapa da sua garganta é ar. Nesse momento você percebe que é tarde demais, e faz de tudo para tapa os próprios olhos enquanto a garota cai, fazendo com que um estrondo insuportável entrasse pelos seus ouvidos. 

Você observa o corpo dela jogado no chão, juntamente com o resto das crianças que há alguns minutos atrás estavam sorrindo.

E é aí que você acorda suando frio e percebendo que é apenas o mesmo pesadelo novamente. Você não se acostumou com ele até agora, e você não acha que vai se acostumar algum dia.

Ainda com sono você encara os números digitais ao lado da cama. É 01h30min na madrugada, a mesma hora dos dias anteriores. Nesse momento você já desistiu de dormir novamente e decide descer as escadas, em busca de água na cozinha, lembrando-se de que tem trabalho durante a manhã.

Quase uma semana atrás, você começou a ajudar com um projeto de organização, que estava “desmontando” uma escola antiga, inutilizada desde os anos 60.

Foi aí que – estranhamente – os pesadelos começaram.

“Ótimo,” você fala entre um gole e outro. “Como vou funcionar propriamente com apenas quatro horas de sono?”

Horas mais tarde você chega à escola, sinais óbvios de velhice e desgaste estavam estampados no prédio; plantas crescendo nas paredes, pintura descascada e uma camada densa de poeira eram as mais visíveis.

“O que aconteceu com este lugar?” Você diz enquanto caminha até a porta principal. “Uma bagunça, né?” Mike disse, parando no último degrau da escadinha que usava, e parecia estar raspando o teto, os barulhos de brocas e pistola de pregos ecoavam na parte interior do prédio.

“Então, o que eu farei hoje?” Você pergunta.

“Bom,” Mike responde ainda concentrado no seu próprio trabalho. “Você pode começar retirando o assoalho do ginásio, depois precisaremos de você para retirar os quadros negros das salas de aula.”

Você faz que “sim” com a cabeça enquanto ele te entrega uma marreta e um pé de cabra.

Enquanto você anda pelo vestuário os barulhos começam a cessar gradativamente. É quase totalmente silencioso e o barulho das ferramentas não pode ser escutado. Você encontra um canto, e decide que vai começar por lá, arrancando o assoalho. Quando alcançou metade, sentiu uma sensação esquisita, como se alguém o observasse, como se o olhar fosse tão penetrante que pudesse atravessar sua pele.

Então você fala: “Mike?”

Não há resposta, claro. Você já esperava isso, mas também esperava que houvesse uma explicação para aquele sentimento.

Você ignora o sentimento e decide continuar com o que fazia; desde que começou o trabalho aqui, nada parecia esquisito, então você chegou a conclusão de que foi apenas o silêncio que te deixou assustado, colocando alguma música para tocar no fundo.

Mas aí, assim como anteriormente, você teve a sensação de que alguém te observava. Até a música não parecia... Certa? Enquanto ela se espalhava pelo cômodo você podia ouvir um ruído ao fundo, que parecia ir e voltar.

Tirando os fones de forma agressiva das orelhas, você observa o local novamente, achando que alguém o chama, e então percebe que o barulho – que tu tinhas definido como “ruído” – é na verdade um riso, e definitivamente não vinha dos fones de ouvido.

“Olá?” Você fala enquanto enfia os fones no seu bolso da calça. “Quem está aí?”

A risada se afasta rapidamente, como se um grupo de crianças tivesse saído correndo dali. “Têm crianças aqui?” Você murmura para si mesmo, pegando o pé de cabra do assoalho em que estava enfiada e colocando-a no chão.

“Oi? Mike?” Você diz novamente, saindo do vestuário e subindo as escadas rapidamente até alcançar uma porta dupla, abrindo-as, você percebe que se encontra em um tipo de refeitório, percebendo que esse não foi o mesmo caminho que você utilizou para alcançar o ginásio.

Primeiro você checou o lugar para ver se havia ou não crianças escondidas ali, mas tudo que estava lá eram mesas velhas e armários abertos.

Novamente, você ouve a risada no final do corredor.

Você sai do refeitório e anda rapidamente atrás das risadas, mas toda vez que você parece alcançá-las, elas somem ou se afastam novamente. Quando você se vira no corredor, percebe que encontrou um lugar com uma única porta no final. A mesma era azul, combinando com alguns detalhes decorativos que descansavam no chão. Você vai até ela, fazendo de tudo para abri-la ao perceber que estava trancada.

“Mas que diabos? Para onde eles foram?” Você murmura enquanto uma mão agarra seu ombro, fazendo com que você pulasse rapidamente, virando para trás e enxergando Mike com um olhar de duvida sobre seus olhos.

“Mas que merda, cara. Você me assustou.” Você diz e Mike responde, “É eu percebi... O que você tá’ fazendo aqui? Já terminou no ginásio? Que bom, precisamos de você–”

“Não, não terminei. Ei, você sabe se alguém trouxe crianças para cá, ou algo do tipo?”

“Que eu saiba não, mas você precisa terminar com o ginásio, precisamos de ajuda com a parte elétrica também.”

Você novamente faz que “sim” com a cabeça e o segue de volta, alcançando o ginásio e colocando os fones novamente, não demora menos de dois minutos até que você volte a escutar aquelas malditas crianças novamente.

Dessa vez, parecia que a risada deles zombava você, e mesmo assim tentou te convencer de que eles eventualmente iriam embora.

Não foram.

De fato, parecia que as risadas aumentavam e ficavam irritantes cada vez mais. “O que?” Você grita para as vozes, mas as risadas não param; você joga o pé de cabra no chão novamente, sem suportar mais esses joguinhos, mas invés de andar até o barulho, você decidiu correr até ele. Cada passo que você dá perto de um armário é equivalente a um barulho insuportável dentro do mesmo.

Você podia ouvir os próprios passos enquanto descia as escadas, ainda atrás das crianças. Nesse momento você não tem ideia de qual parte do prédio você alcançou, nem para onde está indo, a única coisa que importava era seguir as risadas e alcançá-las.

Enquanto corria, percebeu que o prédio parecia mais limpo e vibrante. A pintura não estava descascando nas paredes e os armários não eram usados. Nossa, para dizer a verdade parecia que aquele lugar havia sido pintado há poucos dias. “Achei que estivessem destruindo tudo, não refazendo...” Você pensa enquanto corre, alcançando o refeitório novamente.

Até aí você acha que correu em círculos, mas a teoria logo é derrubada pelo fato de que naquele refeitório as mesas estavam arrumadas e o chão estava limpo. Alguns lugares da mesa tinham comida e suco.

Isso não fazia sentido algum, apenas alguns minutos atrás as mesas estavam quebradas e havia armários no chão.

Você para e encara tudo ali, confuso, até que a risada o desconcentrou de deus pensamentos. Assim que você começou a correr novamente, a risada cessou. Não apenas diminuiu gradativamente, simplesmente parou. Como se todas as crianças tivessem sido atingidas por um trem, arrancando os barulhos bruscamente de suas bocas.

Assim como a risada, seus passos também cessaram enquanto você olha ao redor, tentando identificar onde está.

É aí que uma risada quase inaudível sai do banheiro a sua direita, então você sorri e pensa enquanto entra no banheiro. “Ah, agora eu os achei.”

Diferente do resto da área o banheiro não estava limpo, aliás, estava o oposto disso, uma completa bagunça. A parede estava suja e alguns azulejos estavam quebrados, ou simplesmente arrancados. Você decidiu checar cada portinha do banheiro, uma por uma, mas não havia ninguém lá.

“Que diabos?” Você diz com uma voz grave, confuso. Sabia que havia escutado uma risada vinda dessa área, como não havia crianças aqui?

Você se vira e abre uma das torneiras, resolvendo lavar o rosto numa tentativa de parar com essa atitude ridícula, mas você enxerga algo no canto do espelho que te faz sufocar na própria saliva.

Havia uma garotinha, os olhos dela encarando os seus. No entanto, ela não tinha olhos, apenas marcas brancas que pareciam grandes demais para o rosto dela.

Mas não eram só os olhos... Tudo nela parecia anormal. A pele colada nos ossos, fazendo com que as juntas dela simplesmente saltassem para fora. O cabelo parecia peruca, faltando em alguns lugares, como se fosse uma boneca velha. Ela usava um velho e rasgado vestido, sujo com terra e provavelmente sangue. Os lábios dela calmamente se abriram, revelando uma porção de dentes – pontudos – formando uma risada.

Você grita e corre do banheiro, e enquanto saia você percebe que o prédio já não parece mais limpo e bonito como parecia momentos atrás.

“Que diabos você tá’ fazendo?” Mike fala frustrado, “Essa é a segunda vez que você larga o trabalho.”

“Que merda tá’ acontecendo aqui?” Você grita, exigindo uma resposta.

“Do que você está falando? Nada está acontecendo. Olha, se você não está se sentindo bem, pode ir para casa.”

“Não, estou bem.” Eu respondo. “Eu prometo que vou terminar desta vez, agora, cadê o caminho de volta?”

Mike aponta para a escada no final do corredor novamente.

“Sobe as escadas e entra a esquerda no final do corredor. Você vai encontrar a porta dupla assim que chegar lá.”

“Ei,” você diz. “Por que esse lugar fechou? Parece que todo mundo resolveu sair um dia e nunca mais voltar.”

“Bom...” Mike começou a andar o barulho dos passos invadiu o lugar. “Uma garota, estudante... Morreu aqui. Aparentemente, foi algo triste demais para os professores e alunos aguentarem e todos ficaram depressivos... Então, na esperança de apagar tudo da mente deles, se mudaram para outra escola.”

Você sentiu um frio na espinha. “Como exatamente ela morreu?”

Enquanto você caminha até a porta dupla, Mike responde. “Ela caiu de um dos brinquedos do parquinho e quebrou o pescoço.”

Você engole em seco, observando enquanto Mike começa a sair do local. “Melhor você correr, não tem muito tempo.” Ele avisa fechando a porta na saída, deixando apenas o barulho do metal no lugar.

Decidido a terminar logo, você decide se concentrar no trabalho, assim pode ir pra casa e nunca mais voltar aqui. Colocando a música novamente e continuando o trabalho, meio que esperando ouvir as risadas, mas nada aconteceu.

Até você acabar, nada aconteceu.

Enquanto dirigia para casa você começou a se questionar se tudo isso estava só na sua cabeça ou não, ou se aquele pesadelo fez com que você ficasse louco.

Sentiu-se mal ao lembrar daquilo, mas decidiu ir para a cama assim que chegou a casa, sabendo o que viria depois. Decidiu não pensar no parquinho, ou na menina, especialmente depois de hoje.

Mas a imagem do rosto dela, aquele rosto horrível... Continuou com você.

Não existe mais razão para você ficar paranoico, acabou, ponto final. Você está aqui, e ela está lá.


“Ela provavelmente nem existe,” Você fala para si mesmo, e enquanto você fecha os olhos, esperando pelo horrível pesadelo, uma risada falha ecoa diretamente da porta do seu quarto.

19/09/2015

A Bruxa de Blair

No centro norte do estado americano de Maryland, ficava a vila de Blair, a duas horas de Washington D.C. Era mais uma pacata cidade americana, que começaria a ter seu nome registrado para sempre na história quando em fevereiro de 1785, várias crianças acusaram Elly Kedward de atraí-las para sua casa para tirar seu sangue. Os habitantes culparam Kedward de feitiçaria e ela foi banida da vila de Blair. Um veio inverno muito rigoroso chegou, e os habitantes locais deram Kedward como morta.
Em novembro de 1786 algo muito sinistro ocorreu. Todos os acusadores de Kedward, junto com metade das crianças da cidade desaparecem. Temendo uma maldição, os habitantes abandonam Blair e juram nunca mais pronunciarem o nome de Elly Kedward de novo.
Em novembro de 1809 um raro livro é publicado: "The Blair Witch Cult". Considerado ficção, conta a história de uma cidade inteira amaldiçoada por uma bruxa.
O tempo passou e em 1824 uma nova cidade é erguida no exato local onde ficava a antiga vila de Blair, chamada Burkittsville.
Não demorou muito e coisas estranhas começaram a acontecer com os habitantes de Burkittsville. Em agosto de 1825, onze testemunhas dizeram ver a mão de uma mulher pálida chegar e puxar Eileen Treacle, de 10 anos, para Tappy Creek Leste. Seu corpo nunca foi encontrado, e 13 dias após o afogamento, a enseada fica obstruída com feixes de galhos oleosos.
Depois de mais de 40 anos sem desaparecimentos, Robin Weaver, de 8 anos, é dado como desaparecido e grupos de busca foram expedidos. Weaver retorna, mas um dos grupos que o procurava some. Seus corpos são encontrados semanas depois em Coffin Rock, amarrados pelos braços e pernas e totalmente desentranhados.
De novembro de 1940 a maio de 1941, um total de sete crianças são raptadas da área circundante da cidade de Burkittsville, Maryland. A primeira foi Emily Hollands. Em 25 de maio, elas seriam encontradas em uma cabana na floresta pertencente a Rustin Parr. Ele confessa a polícia o assassinato das 7 crianças e diz que fez isso para "uma velha mulher fantasma". Ele é rapidamente condenado e enforcado.
Não há mais registros de desaparecimentos em Burkittsville, até a chegada de 3 estudantes de cinema em outubro de 1994...
O resto, a maioria de nós sabemos e quem não sabe pode fácilmente encontrar, afinal, o filme em forma de documentário: "A Bruxa de Blair" foi, realmente, muito famoso.

18/09/2015

O Portador da Luz

Em qualquer cidade, em qualquer país, vá para qualquer instituição mental ou casa de repouso onde você possa entrar. Quando chegar à recepção,feche os olhos e peça para visitar alguém que se chama "O Portador da Luz". Você será levado a uma única porta que dá para um longo corredor, a porta será aberta.
Abra seus olhos. O corredor é totalmente escuro, porém, ele é estreito o suficiente para que você possa sentir as paredes com os braços estendidos, oriente-se e siga em frente.Se a qualquer momento durante a sua caminhada pelo corredor, toda escuridão for subitamente extinta por luz, feche os olhos imediatamente, de meia volta e faça seu caminho de volta para a porta de onde você entrou rapidamente. Se seus olhos ficarem abertos por mais de um segundo, o que você verá o fará que arranque seus olhos instintivamente. Se, por outro lado, as luzes ficarem acesas tempo suficiente para que você possa chegar ao fim do corredor, onde há outra porta, a luz se extinguirá.
Olhe para baixo: se você puder ver alguma luz escapar por entre a fresta da porta e o chão, fuja imediatamente, pois o que você procura não está lá. Se não houver nenhuma luz passando por esta fresta, gire cuidadosamente a maçaneta da porta e entre. A sala é quase um breu total, não há nada a iluminando além de uma única vela no seu centro. A fraca luz que a vela emite irá revelar o contorno de uma figura encapuzada e imóvel. Há apenas uma pergunta que ele irá te responder: "O que pode nos proteger deles?". Diga mais alguma coisa e o homem arrancará os seus olhos, e o forçará a tomar o seu lugar sob o manto para toda a eternidade. Se você fizer a pergunta adequada, um grito lancinante preencherá o vazio da sala, e uma série de luzes iluminarão o quarto, revelando imagens dos pensamentos mais terríveis, fantasias e memórias vividas por mentes sensíveis ao longo da história.
A maioria das pessoas não consegue lidar com o que esta vendo, deixando-os violentamente insanos ou perecendo-os imediatamente à vista de tais horrores. Você deve de alguma forma conseguem sobreviver à provação, o homem encapuzado se aproximará lentamente e colocará as mãos na sua cabeça, e aproximará o rosto ao seu. Olhe fixamente em seus olhos vazios, pois se você olhar para qualquer outro lugar, você será preso neste quarto, para sempre, e esquecido pelo próprio tempo. Não vire para olhar como ele abre a sua mão direita, e coloca um pequeno objeto redondo na palma de sua mão. Quando esse objeto tocar sua mão, você vai encontrar-se capaz de ignorar até mesmo as mais terríveis agonias - a menos que você deseje obter algum dos outros objetos, então, se esse for seu objetivo, a dor que sentirá vai ir muito além de qualquer sofrimento mundano. Saiba que mesmo este novo poder não será capaz de ajudá-lo a lidar com as imagens terríveis que testemunhou naquele quarto. Elas o atormentarão por toda a eternidade.
O olho que você tem em sua mão é 5º objeto de 538. O despertar começou, eles não devem ser levados juntos.

Quem você quer que eu mate?

- Então, quem você quer que eu mate?

Simon virou-se com apreensão e depois de seus movimentos bruscos olhou com um olhar confuso para um homem no canto da sala. Ele usava uma camisa vermelho sangue e um terno de uma escuridão que parecia sugar as luzes.

- Quem é você? - perguntou Simon tentando impor autoridade desde o inicio da conversa.

- Eu? Bem, muitos nomes estão associados à quem eu sou, os gregos me chamavam de Hades,mas a Disney meio que arruinou essa imagem. Minha imagem para os romanos foi rotulado como Plutão, os egípcios eram bem interessantes eles me chamavam de Oshiris e eles me adoravam, e me acolhendo, ao invés de me temerem. Eles eram os inteligentes.

Satanás, belzebu, demônio, enfim muitos nomes. Mas você pode me chamar por meu nome casual, Lúcifer.

- Satan? o demônio Lúcifer? mas você não tem um par de chifres, nem pele vermelha, você é normal.

Era muito claro que Simon estava sendo arrogante por estar com medo. A resposta veio tão rápido que dava a entender que perguntavam isso sempre para Lúcifer.

-Você preferia que eu não fosse normal?

Simon lançou um olhar de TUCHET, antes de olhar para o vazio por um momento, tentando digerir toda a informação que passava em sua cabeça. Tantas perguntas, tantos “porque”s, tantos “como”s. Depois de pensar muito, uma pergunta surgiu acima de todas as outras, a mais importante.

-O que você quer de mim?

O rosto de Lúcifer se iluminou quando ouviu isso. Ele ajustou sua postura, deu um passo a frente e disse:

-Simon, eu tenho te observado já faz um bom tempo, e você têm uma escuridão em seu coração. Você sente que muitas pessoas te arruinaram.- Um sorriso se formou no rosto de Lúcifer- E eu estou aqui para mudar isso.

Nesse momento, Simon já não estava mais assustado, mas sim ansioso. O estranho discurso havia lhe chamado a atenção e ele sutilmente fez um gesto para que o demônio em forma humana, continuasse. Aproveitando a deixa, Lúcifer começou a andar lentamente para frente, e continuou.

-Agora, eu quero que você olhe para a escuridão no seu coração, veja os rostos de todos que fizeram sua vida pior- Lúcifer, agora cara a cara, se inclinando para estar a altura de Simon, que estava sentado- E me diga, quem você quer que eu mate.

Enquanto essas palavras saiam de sua boca, um ar gélido as acompanhou. Nenhum calor emanava de seu rosto ou de nenhuma parte de seu corpo, como iria de qualquer outra pessoa. Como se fosse uma condição da oferta, Lúcifer adicionou.

-Mas lembre-se disso, você só poder escolher 1.

Simon permaneceu parado, então se arrumou em sua cadeira, tomando uma posição mais confortável., pensativo. Enquanto isso, Lúcifer se afastou, e se apoiou na escrivaninha de Simon. Depois de um tempo em silencio e contato visual, tensão começou a se formar no ar.

Quebrando o silencio, Lúcifer perguntou:

-Simon, me diga o que você está pensando.

Simon suspirou.

-Bem, são muitas pessoas. Muitas para escolher só uma. Uma das minhas primeiras memórias é de quando eu estava no jardim de infância. Eu tinha uma professora..Sra Wadkins... Isso, Wadkins. Eu tinha um boneco, o Power ranger vermelho, o meu Power ranger favorito quanto eu era criança, e um dia eu decidi leva-lo pra escola e brincar com ele na aula. Afinal, por que não? Eu era só uma criança. E quando a Sra. Wadkins viu, ela surtou e brigou comigo por não prestar atenção, e chamou minha mãe, que depois me puniu. E o pior é que ela não precisava ter contado. ERA TUDO CULPA DELA.

Simon sentiu seu rosto queimar de raiva quando foi forçado a reviver a lembrança em sua cabeça.

-Então.. Sra Wadkins. É essa a sua escolha? – Lúcifer disse, começando a se levantar, pronto para apresentar seu truque.

Simon não respondeu por um momento, antes de gritar:

- Espera, não... Er... Me deixe pensar... Isso me lembra de algo que aconteceu com minha mãe. Ela não era boa comigo também.. Quando eu era criança, em nenhum Natal ela me dava o que eu pedia. Eu queria um Playstation 1 quanto ele saiu, que eu nunca ganhei. No ano seguinte, eu queria o Nintendo 64, e não ganhei esse também. Eu acabei guardando meu dinheiro do lanche por meses para comprar 1, e quando eu finalmente tinha o suficiente, eu comprei um e levei para casa, como a criança mais feliz do mundo, apenas para chegar em casa e ouvir minha mãe gritando que poderíamos ter usado o dinheiro de uma maneira mais... prática. Quer dizer, nós éramos meio pobres naquela época, com ela sendo uma mãe solteira tendo que me criar sozinha, MAS ELA NÃO ME DEIXAVA SER FELIZ.

Simon não percebeu que ele estava ficando tão imerso na lembrança, que estava ficando tenso de raiva.Depois que terminou, seu corpo relaxou, e ele voltou a se encostar em sua cadeira.

- Então.. sua mãe? – disse Lúcifer, de novo, se preparando e, mais uma vez, sendo interrompido pelos gritos de Simon.

- ESPERE!- O silencio reina enquanto Simon olha para baixo, e depois para cima, como se contemplando- Desculpa, mas agora relembrando, eu me lembro de outra pessoa.

Lúcifer fechou seus lábios com paciência, enquanto voltava para sua confortável posição, encostado na mesa.

- No ensino médio eu comecei a namorar uma garota , Danielle. Ela era uma das garotas mais gostosas do nosso ano então, eu fiquei em choque quando ela disse Sim. Nós marcamos um encontro,e eu era jovem, finalmente tendo uma chance. Essas coisas estavam na mente de todo mundo daquela idade, então fiquei surpreso quando ela não quis fazer. Se ela só tivesse surtado e corrido, tudo bem, mas ela contou para todo mundo da escola no dia seguinte. Para ser justo, eu estava sendo... meio...como dizer... insistente. Mas o que ela fez acabou tornando o resto da minha vida escolar, muito difícil. Muitas pessoas me odiaram. Perdi um monte de amigos... Se ela morresse, ela teria o que merece.

- Então.. Danielle? É essa sua escolha final? – Dessa vez Lúcifer esperou, já que agora sabia que a mente de Simon ainda estava confusa. Simon se inclinou para frente, como se tivesse um milhão de pensamentos.

- Er... bem... se eu escolher a Danielle, os outros vivem. E o mesmo acontecerá se escolher qualquer outra pessoa... E tem tantas... tantas outras...

- Bem, você tem que escolher uma.- Lúcifer disse, com o mesmo jeito formal que ele agiu a noite toda. O rosto de Simon continuou a mudar, várias expressões enquanto ele ia lembrando, até que ele teve uma ideia. Assim que pensou nisso, seu rosto se iluminou de excitação.

- Lucifer, já que EU não consigo escolher, aqui está o meu pedido. Eu escolho que você mate a pessoa que mais me feriu.

Lucifer, agora satisfeito por poder se levantar e apresentar seu truque, disse:

-Essa, é uma ideia interessante.

O rosto de Lucifer tremia de excitação, como se estivesse tentando segurar um sorriso. Não conseguindo se aguentar, ele sorriu enquanto recitou:

- O contrato está feito. Que o desejo, seja atendido.- Ele levantou sua mão e estalou seus dedos, fazendo um alto CLICK.

Nesse momento.. Simon, cai morto...

15/09/2015

Jack Sem Olhos

Olá, meu nome é Mitch.

Estou aqui para contar pra vocês uma experiência que tive. Não sei se foi algo “paranormal” – ou seja lá qual for o nome que usem para esses tipos de experiência – mas depois que aquela coisa me visitou, não consigo tirar esse termo da cabeça.

Uma semana depois de me mudar para a casa do meu irmão (depois que a minha casa foi levada pelo banco) eu terminei de desembalar meus pertences. Edwin gostou da ideia de morarmos juntos, a gente não se via há mais de 10 anos, então eu também fiquei bastante animado.

Depois da primeira semana vivendo lá, eu havia começado a escutar assovios durante a noite, normalmente depois da 1 da manhã. Pensei ter sido guaxinins, e fazia o meu melhor para ignorá-los, tentando voltar ao meu sono profundo... Nas manhãs seguintes contei ao Edwin, que também havia escutado o barulho.

No entanto, em uma das noites, pensei ter ouvido minha janela abrindo rápida e bruscamente, como se algo estivesse tentando entrar no meu quarto, mas não consegui ver nada. Na manhã seguinte, Edwin tomou um susto tão grande quando me viu que acabou por derrubar a xícara de café que segurava me levando em direção ao espelho e me mostrando o que ele havia enxergado e eu não.

Havia um arranhão imenso na minha bochecha esquerda. 

Depois disso fui até o hospital, meu médico disse que eu provavelmente estava sonâmbulo, mas algo além daquilo me preocupou muito mais. Ele levantou minha camisa, me mostrando um corte suturado onde meus rins estavam. Eu o encarei com olhos arregalados enquanto ele falava. “Você perdeu um dos seus rins ontem à noite, Mitch. Nós não sabemos como... Desculpe.

O acontecimento seguinte foi meu limite. Por volta da meia-noite eu acordei para ver uma coisa horrível me encarando; uma coisa com um moletom e uma máscara azul (que apenas cobria metade do rosto) sem boca ou nariz me observava. O que mais me assustava sobre aquela coisa é que ele – ou ela – não tinha olhos, apenas negros e vazios espaços. Como se isso já não fosse horrível o suficiente, a criatura tinha algum líquido vazando dos buracos... Alcancei minha câmera que estava perto de mim e tentei tirar uma foto, e em menos de um segundo a criatura estava em cima de mim de forma agressiva, tentando abrir meu abdômen mais uma vez, provavelmente tentando pegar outro órgão.

O fiz parar com um chute na cara e corri para fora do meu quarto, pegando minha carteira no caminho. Eu precisaria de dinheiro...

Sai da casa do meu irmão correndo e só parei quando tropecei em uma pedra que se encontrava no bosque próximo dali. Caí inconsciente e acordei no hospital, logo depois do meu médico entrar no quarto. O mesmo que havia me tratado anteriormente.

Tenho boas e más notícias, Mitch.” Ele disse. “A boa é que você teve leves fraturas e seus pais estão vindo lhe buscar,” suspirei aliviado, “a má é que seu irmão está morto... Algo o matou. Sinto muito.

Meus pais me levaram até a casa do Edwin para que eu pudesse pegar meus pertences novamente. Quando entrei no meu quarto as lembranças da noite anterior me assustaram, mas eu tentei ficar calmo, apenas pegando minha câmera, mas parando um momento depois.

No corredor próximo ao meu quarto vi o corpo de Edwin e algo menor próximo a ele. Andei até lá e peguei a coisa em minhas mãos, saindo da casa e indo em direção ao carro dos meus pais. Enquanto eu andava observava aquilo e quando percebi o que era senti ânsia de vômito.


Era meu rim mastigado até a metade e com uma substância estranha e negra nele.

11/09/2015

A Portadora do Nada

Em qualquer cidade, em qualquer país, vá para qualquer sanatório ou casa de repouso em que você possa entrar. Quando chegar na recepção, peça para visitar alguém que se considera “A Portadora do Nada”. Um ar de profundo desgosto cruzará a face do funcionário, e você será levado para um prédio separado, que mais parece ser um velho anexo de madeira. Dentro haverá um corredor que vai até o final deste anexo.
Este corredor estará completamente silencioso. Qualquer tentativa de fazer qualquer tipo de barulho na hora errada poderá ser um erro lamentável. Você vai perceber que as luzes do corredor estão ficando cada vez mais brilhantes enquanto você alcança seu final; eventualmente, a luz começará a cegá-lo, de tão forte seu brilho. Se há qualquer momento as luzes se apagarem rapidamente, grite, “Não! Pare! O que você está fazendo é errado!”, enquanto se afasta. Se as luzes não se acenderem depois disso, volte correndo para a porta pela qual você entrara e que deverá estar aberta. Por sorte você não estará muito longe da saída para a porta ter se fechado. Mas se fechar, uma eternidade no Inferno será o que você irá querer perante o sofrimento que lhe aguarda.
Se as luzes voltarem, continue andando pelo corredor. No final haverá uma cela; o funcionário abrirá a porta para você, enquanto ainda o olha com profundo desgosto. Dentro desta cela terá uma mistura louca de cores, espalhadas em formações do tipo ‘arlequim’. Você não pode se deixar levar por eles, já que no centro há uma jovem mulher nua, coberta de sangue e amarrada por pedaços de nervos humanos, e você não vai querer saber o que acontecerá se você tirar os olhos dela por um segundo sequer. Foque-se nela e pergunte: “O que eles são quando se tornam um?”
Ela o olhará nos olhos e dirá a resposta em detalges incríveis. E será algo completamente diferente de qualquer coisa que você já tenha ouvido antes, deixando-o entre o êxtase e agonia. Não é difícil para um Caçador se perder na euforia. Mas você não pode perder o foco, e você deve tomar um cuidado especial em não encarar seu peito tatuado. Sua mente o fará querer olhar, mas você terá que resistir, pois se falhar, ela o esfolará vivo e juntar sua carne mutilada a seus trajes. E você ficará preso com ela, totalmente consciente, para o resto da vida.
Aquela tatuagem é o Objeto 4 de 538. Eles desejam ser um novamente, mas não devem.

08/09/2015

Bem-vindo ao escuro

Eu estou preso num pesadelo.

Tudo em minha volta está escuro. Apesar de haver uma lâmpada perto de mim, ainda estou sufocando na escuridão completa. Nunca me senti tão sozinho em toda a minha vida. Sei, porém, de uma coisa...

Sei que não estou sozinho.

Do lado de fora, o sol brilha. Está me provocando. Me incomodando. Eu o vejo brilhando no céu, mas de alguma forma aqui ainda está escuro. Eu posso ver tão pouco, provavelmente não mais que 1 metro e meio à minha frente. É tanto uma benção quanto é uma maldição. Luzes brilham, mas não iluminam nada. Mal posso ver um pequeno movimento de algo andando de quatro com minha visão periférica.

Não sei pra onde correr. Eu não tenho mais senso de direção. Estou perdido. Um sentimento de solidão e desamparo me engole por completo. Queria não ter acordado nessa manhã miserável.

Preso no esquecimento. Ouço garras arranhando o pavimento não muito longe de mim. Estou andando por aí Deus sabe quanto tempo, praticamente dando as boas vindas à morte. Minha única esperança é a de que essa coisa que me segue faça seu trabalho bem rapidamente, de forma indolor.

Parece que encontrei um caminho sem saída. Sons de passos ecoam atrás de mim. Ao me virar, tudo o que enxergo são dois olhos vermelhos brilhantes. Eu pensava que não poderia ficar com mais medo do que já estava. Meu coração bate tão rápido que me faz ficar com calor.

Mais perto. Aquilo está chegando mais perto, rosnando pra mim, exibindo o que tenho certeza que são dentes. Alguma coisa está pingando da boca da coisa. Finalmente isso chega perto o suficiente de mim para que eu perceba que esse inferno está prestes a acabar.

A besta pula em mim e me agarra fortemente. Sangue gelado corre pelo meu pescoço, esfriando meu corpo superaquecido. A dor é indescritível, mas creio que acabará logo. Fecho meus olhos com a maior força que posso e meus dentes arranham uns aos outros enquanto eu tento ignorar o som da minha carne sendo arrancada do meu corpo.

De repente eu levanto, com meus olhos ainda fechados. Só uma pequena parte da dor ainda resta, e sinto um tecido bem familiar em minhas mãos. É meu cobertor. Finalmente consigo abrir os olhos. Ainda é de noite, e eu me sinto bem comigo mesmo sabendo que aquilo foi tudo coisa da minha cabeça. Aperto o interruptor do meu abajur, ao lado da minha cama, com uma certa vontade de receber o banho de luz que ele me forneceria.

Meu coração começa a afundar nele mesmo. A lâmpada está acesa e meu quarto escuro.

Estou preso num pesadelo.







P.S.: creepy curtinha pq tô sem tempo
bjs

05/09/2015

Tente esquecer


Você já tentou se lembrar de algo, e não importa o quanto tentasse você não conseguia?

Se eu fosse você, desistiria. Existe um motivo para isso. E é para a sua própria segurança.

Há quase uma década, houve um experimento. Começou pequeno, apenas alguns amigos cientistas trabalhando juntos para tentar desvendar os mistérios do cérebro humano. E a coisa que os fascinava, era a memória humana. Por que algumas coisas eram tão fáceis de serem lembradas? Enquanto outras eram trancadas tão fundo no cérebro, que não importava o quanto a pessoa tentasse, nunca conseguiria lembrar?

Bom, após alguns meses de meticulosas pesquisas, eles encontraram algumas respostas. Seus estudos, felizmente, nunca vazaram ao público. Eles descobriram uma maneira de remover completamente as memórias de uma pessoa. A ideia era a de que se você removesse todo o “excesso” de memórias, você poderia chegar às memórias que você queria lembrar, já que nenhuma outra memória estaria interferindo. As memórias “removidas” seriam armazenas em dados para serem reinseridas em sua mente mais tarde.

Após meses de preparos, procura por um voluntário disposto, e aperfeiçoamento das operações, o experimento estava pronto para ser posto à prova. O voluntário era um homem, mas não pude obter nenhuma outra informação. Uma memória foi marcada, algo que o homem sabia que tinha ocorrido, mas não conseguia se lembrar com clareza.

Amarrando-o em um maquinário complexo, os cientistas removeram todas as suas memórias, exceto pela memória marcada.

Tudo estava indo bem até aquele momento. O homem retornou silencioso, olhando ao redor confuso. Apesar de estar um pouco perdido, ele parecia bem normal.

Após quinze minutos ele começou a gritar.

Ele se jogou sobre os instrumentos que estavam atrás dele, assustando os cientistas. Ele começou a gritar “eu me lembro deles! Eu me lembro!” Ele caiu de joelhos, arranhando o rosto até sangrar, ainda gritando coisas incompreensíveis. Logo, os cientistas o sedaram.

Eles o colocaram outra vez no maquinário, em uma tentativa de descobrir o que tinha acontecido. Talvez eles tivessem danificado o seu cérebro? Eles analisaram suas ondas cerebrais para determinar se realmente havia algum dano. O que viram realmente os pegou de surpresa.

Nada. Suas ondas cerebrais estavam mortas. Estava absolutamente sem atividade, embora o homem ainda estivesse respirando e murmurando enquanto dormia. Eles verificaram seus batimentos cardíacos. Nada. Sem batimentos.

 Eles verificaram o maquinário, mas não encontraram falhas.

Um pouco assustados, eles decidiram parar onde estavam e retornarem no dia seguinte. Eles deixaram algumas câmeras gravando todos os movimentos dentro do laboratório.

Em um registro encontrado no laboratório, dias depois, um dos cientistas tinha escrito o seguinte:

“Não posso dormir. Não sei exatamente o porquê, mas sinto um grande distúrbio. Talvez pelos eventos de hoje? Alguma coisa sobre o jeito que aquele homem gritou mostrava algo mais que loucura, mais que um delírio trazido por drogas ou qualquer outra coisa. Era real, um genuíno medo do mais profundo e instintivo. Algo está errado, algo está profundamente errado com o que aconteceu, acredito que seja do tipo de acontecimento que não possa ser explicado.”

No dia seguinte os cientistas retornaram para ver como o homem estava.

Ele tinha sumido. Desaparecido, não estava em lugar algum. Os cientistas verificaram as câmeras, mas após três horas de gravação com o homem dormindo, o vídeo interrompia. Retornando a gravação e diminuindo a velocidade, eles puderam perceber um leve tremor no homem. Uma sombra parecia passar pela parede logo antes da interrupção. Eles decidiram abrir a câmara onde o homem estava alojado e investigar o local.

Após entrarem, vários cientistas desmaiaram imediatamente. Alguns vomitaram e entraram em convulsão. Os outros simplesmente ficaram de pé, incapazes de compreender o que estava na frente deles.

Sangue. Uma grande quantidade de sangue cobria cada superfície do local e a quantidade no chão, quase cobria completamente os pés dos cientistas. Era uma quantidade que não poderia estar contida em um corpo humano, ou mesmo em uma dúzia. O terrível fedor de carne podre foi exalado para fora do local, fazendo os cientistas ficarem enjoados. Aqui e ali pedaços de carne, órgãos e um globo ocular flutuavam no sangue. A única parte do local deixada limpa era um pequeno pedaço da parede do fundo, onde o sangue deixara espaços em branco formando as palavras “Não Lembre. Tente Esquecer.”

O projeto foi interrompido imediatamente. O sangue e pedaços humanos foram drenados por ralos espalhados pelo chão do local. Os cientistas venderam a área e partiram. Eles mudaram seus nomes ou deixaram o país, fazendo de tudo para nunca serem encontrados. Muitos cometeram suicídio semanas depois do evento.

Quase um mês depois de terem abandonado o complexo, um corpo foi encontrado. Durante a construção de um novo prédio na área, o chão do estacionamento foi destruído, revelando um corpo por baixo. O corpo estava seco e irreconhecível. Porém, o mais estranho é que a cabeça estava separada do corpo. Ela foi encontrada enterrada próxima a uma árvore, não muito distante do local. A cabeça estava completamente ilesa. Desde então, ninguém sabe o que ocorreu, e muitos se recusam em acreditar que algo assim realmente ocorreu. Tudo o que se sabe, é que por alguma razão, tais memórias que não podemos lembra estão bloqueadas para nos proteger. Do que, e por qual motivo, acredito que deve permanecer desconhecido.

04/09/2015

O Portador da Eternidade

Em qualquer cidade, em qualquer país, vá para qualquer instituição mental ou casa de repouso onde você possa entrar. Quando chegar à recepção, peça para visitar uma pessoa que se considera “O Portador da Eternidade”. Um suspiro escapará do funcionário enquanto este olha para você com uma profunda piedade. Então, você será levado para um lance de escadas que parece que levará ao porão do lugar; mas não vai.
Ao que você vai descendo cada vez mais fundo no centro da instituição, você começará a ouvir o eco de gritos. À primeira instância, eles serão inaudíveis, como se originassem de algum lugar à distância. Mas, enquanto você se aproxima do final da escadaria, perceberá que os sons começam a ficar mais altos e tenebrosos, tão altos que logo abafarão qualquer outro som do local. Tal som será logo tão insuportável que você desejará arrancar suas orelhas para se livrar dele; resista a este impulso.
O funcionário, que de alguma forma suporta esta cacofonia, lhe mostrará uma porta. Sutilmente, ele destrancará a porta e vai embora, deixando você sozinho no escuro e barulhento corredor.
Esta será sua última chance de fugir. Se decidir continuar, abra a porta. O som ensurdecedor vai parar na mesma hora, deixando seus ouvidos tinindo. A sala em que você entrará estará coberta na mais profunda escuridão, consumindo tudo exceto a parede oposta, no fim da sala. Lá, preso a esta parede, estará uma figura macilenta coberta de marcas de chicotadas recentes. Ele vai encarar você diretamente com um sorriso maníaco no rosto, não parecendo se importar com os cortes e com um bisturi enfiado em seu peito. A única forma de se livrar de sua aparência obscura é perguntar “Quem os criou?”.
Ele começará a rir de uma forma que lembrará os espasmos de agonia de um animal moribundo, antes de responder. A história dele será a pior que você já terá ouvido em sua vida, abaixo dos conceitos primitivos de dor e morte. Procurará no fundo de toda a essência do mal; aqueles de mente fraca ficarão loucos só de ouvi-la.
Quando ele terminar, você poderá livrar o homem de seu terrível fardo. Remova o bisturi de seu peito e ele tremerá de agonia uma última vez antes de ficar em silêncio... Para sempre.
Aquele bisturi é o Objeto 3 de 538. Depende de você se o resto deve ser protegido ou destruído.

Administrador

Em Colúmbia, Carolina do Sul, há um grande sanatório na esquina de Bull e Elmwood. Se você entrar e andar pelas escadas infinitas até o segundo andar, você encontrará uma enorme área de tratamento.

Há uma mesa do outro lado da entrada dessa sala que está cheia de lâminas de barbear. Muitas pessoas relataram um estranho desejo de pegar uma dessas lâminas enferrujadas e cortar um pequeno X no centro da testa, em um local correspondente à glândula pineal.

Poucos cedem a esse desejo. Aqueles que colocaram o seu medo de pegar tétano ou outra infecção em segundo plano relataram uma dor de cabeça súbita e severa e perda de visão. Quando um pouco da visão voltou, eles alegaram terem testemunhado silhuetas pretas de humanoides após nova investigação do sanatório.

Nunca se teve conhecimento desses vultos terem interagido com essas pessoas, normalmente só emitem um murmúrio etéreo de suas bocas disformes, como se estivessem sussurrando para si mesmos. Outros parecem satisfeitos em simplesmente amontoarem suas massas escuras nos cantos dos corredores e celas.

Pessoas selecionadas, entretanto, relataram terem encontrado um vulto que eles chamam de "O Administrador."Diz-se que este ser fica sentado no escritório administrativo, feito de energias escuras movediças, e é parecido com os outros vultos que ali habitam, mas com algumas características discerníveis consistentes. Estas incluem um capuz escuro que esconde grande parte de seu "rosto" e olhos brilhantes que parecem refletir a luz da sala. O mais estranho de tudo é que diz-se que "O Administrador" sempre possui o que parece ser semelhante a uma focinheira canina com fileiras de dentes afiados.

Todos aqueles que encontraram ele fugiram instantaneamente, temendo a malignidade inconfundível e afiada e a inteligência alojadas em seus olhos escuros. Algumas pessoas relataram mais tarde a sensação de estarem sempre sendo vigiados, ocasionalmente vislumbrando pelo canto dos olhos um enorme cão preto.


02/09/2015

O Experimento Genético

Dizem por aí que eu sou algo que nunca deveria existir nesse mundo. Um experimento feito para provar que a ciência moderna não iria morrer. Para mostrar que a mente humana se estendeu mais do que o esperado. Para mostrar... ah, estou me adiantando demais. Vamos voltar ao início.

Enquanto eu acordava num laboratório, vi vários humanos pularem de felicidade. Eles começaram quase que imediatamente a anotar coisas em seus cadernos. Abriram o tubo de teste onde eu estava e anotaram minhas informações físicas. Eles chegavam mais perto a cada exame que faziam, chegaram tão perto que eu podia sentir o calor do suor deles exalando. O que quer que eu fosse, eles deviam ter levado anos pra me criar. Só então eu vi uma outra criatura numa mesa ao lado, toda esticada, inconsciente e cheia de hematomas. Perto daquilo, havia uma bandeja com algumas pinças e um microscópio. Eu fiquei curioso sobre aquela coisa, mas antes mesmo que eu pudesse ver o que era, um homem percebeu minha curiosidade e agarrou meu ombro.

-Nem pense nisso.

Aquela voz me fez ficar todo arrepiado, como se fosse a de um psicopata, uma voz de pura insanidade. Os cientistas todos saíram por aí coletando os dados que tinham recolhido e logo depois foram correndo pra fora do prédio. Me deixaram sozinho com a criatura, com minha curiosidade e um pouco de medo.

Levantei e comecei a andar na direção daquilo, até que pisei numa poça de algum líquido pegajoso que eu não sabia o que era. Olhando pra baixo dos meus pés, vi uma pequena gota roxa com olhos quase caindo, sem vida. Peguei aquela substância e a atirei na parede, só para vê-la deslizar pela parede e sair do tubo de teste por baixo da parede. Os cientistas haviam deixado um papel pra trás. Eu o peguei para ver o que tinha escrito. "Após vários anos de testes genéticos constantes, finalmente atingimos nosso objetivo. Devemos nomear nossa criação--"

Ouvi a porta atrás de mim abrir e larguei o papel. Os cientistas tinham retornado, trazendo consigo dois homens: um que parecia ser um cientista também, só que mais experiente, e um outro um pouco mais jovem que vestia um terno, quem presumi ser o líder de todo aquele projeto.

-Oh, não... Não, não... Vocês veem o que fizeram? - disse o velho.

O chefe deu uma risadinha.
-Claro que sim. Criamos o caminho para a vitória!

Eu senti que não tinha o que dizer, então apenas respondi com um rosnado. Não fazia ideia de quem era aquele homem, mas podia sentir o mal em seu coração, pois o velho tentou prevenir algo que podia ter acontecido de errado, e ele simplesmente ignorou. Ele veio até mim e colocou a mão em meu ombro. Aquele homem arrogante abriu a boca para falar, mas antes que as palavras pudessem sair, eu dei um soco no rosto dele, sentindo que era minha única defesa. Ele, bravo por sua própria criação não tê-lo obedecido, deu ordens para os cientistas, que me levaram rapidamente para algum tipo de porão secreto.

Lá, eles me prenderam numa cadeira e colocaram 4 CDs numa máquina, que depois amarraram na minha cabeça. Eu me sentia mais forte, mas mais fraco de certa forma. Era como se, a cada vez que eu ficava mais forte, eu esquecesse alguma tarefa simples, como bater ou gritar. Depois desse processo, o administrador começou a enfiar na minha garganta alguns doces azuis - 70 deles. Me sentia mais poderoso e independente a cada bala daquelas que me davam. Quando e fizeram comer a última, me soltaram daquela cadeira que me prendia,

Olhei para os cientistas que me rodeavam, percebendo como aqueles docinhos afetaram minhas habilidades físicas e minha força. Eu me sentia invencível, como se eu tivesse sido criado para ser Deus em pessoa. Antes que um deles pudesse aplicar mais um experimento em mim, eu olhei para ele e aquele homem começou a segurar sua cabeça com força enquanto suas orelhas sangravam. Aquela figura patética morreu alguns minutos depois.

Ao passo que os outros tentavam me cercar, eu simplesmente desenhei figuras pontudas em formato de estrela com as mãos, fazendo com que seus braços fossem cortados brutalmente. Um deles conseguiu me dar uma facada, e eu coloquei minha mão sobre a ferida, curando-a. Matei-o da mesma forma que o primeiro. Meu criador fugiu, deixando-me apenas com o pequeno e jovem administrador.

-Você fez isso comigo... - Pensei comigo mesmo.

Ele se virou e olhou em volta.

-Quem disse isso? - perguntou, e depois olhou pra mim. - Ah, foi você. Você tem poderes psíquicos, dá pra perceber.

O homem sorriu de orelha a orelha após aquela frase, mas pouco depois aquele sorriso sumiu, e deu seu lugar a uma expressão de seriedade.

-Creio que não podemos mais te manter aqui. Te deixamos forte demais. - ele deixou o prédio sem mais palavras.

A criatura de que me basearam abriu os olhos. Andei até ela e a ergui em meus braços.

-Você está seguro comigo. - mandei uma mensagem telepática pra ela.

Aquilo fechou os olhos enquanto eu saía daquele laboratório com ele no colo. Dei uma última olhada naquele prédio espelhado, e o destruí com minhas estrelas. Deixei a criatura, agora consciente, voar livremente. Ela levou os papéis dos cientistas consigo e os escondeu numa mansão. Olhei uma vez para meu nome antes que pudesse ficar completamente livre. Andei e nadei por vários quilômetros
até que, eventualmente, me isolei de tudo e de todos dentro de uma caverna, sabendo que eu não era uma força que as pessoas deveriam enfrentar. Um guarda-costas acabou se voluntariando para não deixar ninguém entrar naquele lugar.

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10 Anos Depois
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Numa noite fria na minha caverna, eu ouvi sons de passos ecoando, vindo da entrada. Pensei comigo quem poderia estar aqui e como esse alguém passou do guarda-costas, então fiz algumas criaturas baseadas em outras que vi durante minha jornada. Até enviei as pequenas gotas pegajosas de antes para assustá-lo, mas esse cara era corajoso. Ele invocou suas próprias criaturas para me deixar mais fraco. A última coisa que me lembro daquela batalha foi quando ele atirou alguma coisa na minha cabeça, e depois... Escuridão.

Alguns dias depois, lembro-me de ter acordado num mundo meio estranho. Fui invocado na frente de um grande cachorro azul. Antes que eu pudesse fazer qualquer coisa, o garoto atirou uma bola roxa naquele cachorro e ele desapareceu dentro daquela pequena coisinha. Nunca esquecerei a última coisa que o moleque gritou antes de eu voltar praquele mundo esquisito.

-Mewtwo, volte!








P.S.: não é uma história assustadora, mas eu achei boa o suficiente pra colocar ela aqui. P L O T T W I S T B O Y S
P.S.2: estou postando hoje porque terça não rolou
P.S.3: pokémon pq sim 
bjs

01/09/2015

A Mulher que Morava na Casa ao Lado

Na manhã de 13 de abril de 2004, a polícia foi 
chamada a uma casa nos arredores de uma pequena vila no centro da Inglaterra por vizinhos que haviam escutado um som que os deixou com muito medo: um único grito estrangulado com um corte abrupto.

Eles sabiam pouco sobre a mulher que morava na casa ao lado, apenas rumores que ouviram na loja da vila e no bar do Black Lion na esquina.

Eles ouviram que ela havia se mudado para a vila para fugir de suas memórias: sua filha havia morrido há várias semanas antes que ela acreditasse no que a polícia dizia a ela, mas sua mente se esquivava da verdade e ela mantinha o quarto da filha pronto para o seu retorno, a cama arrumada e as bonecas dispostas. Toda manhã ela corria ao quarto na expectativa de vê-la deitada ali, com o seu urso de pelúcia nos braços e um sorriso sonolento em seu rosto quando acordasse.

Após ter sido deixada pelo marido, dilacerado pela dor e sua esposa aos poucos perdendo a sanidade, a família comprou para ela uma nova casa, dando a ela uma chance na vida, um novo começo.

Ela vivia lá há três meses, mas nunca falou com ninguém. Dificilmente ela saía de casa. Na verdade, as mercearias faziam entregas e deixavam as coisas na varanda e ela saía, apressada, pálida e desgrenhada, evitando os olhares de qualquer um que olhasse para ela.

Quando a polícia arrombou a porta e entrou na casa, o que eles encontraram ali colocaria metade da vila em cuidado psiquiátrico para que pudessem voltar a dormir. A pior coisa de todas não era o que tinha na casa, e sim o conteúdo da câmera que estava no chão em uma poça de sangue...