16/08/2018

Tereza

Tereza Duval era uma mulher forte e poderosa no auge de seus 40 anos. Muitos a viam como fria e rígida, características que não se aplicavam a seu marido, José Martins, o qual sempre recebeu o seu melhor lado. 

Era de uma família muito rica e tradicional, com longa história na política, marcada pelos diversos confrontos com aqueles da família Albuquerque. 

Ela não foi agraciada com a benção de ser mãe e manter sua descendência, uma vez que não era capaz de gerar filhos. O casal tinha somente um ao outro. 

Apesar da dor corroê-la por dentro, sua postura era inabalável. 

Entretanto tudo começou a mudar quando às vésperas da eleição presidencial, a qual acabou perdendo, veio a público que seu marido a traia com Clara Albuquerque, filha do homem com quem Tereza disputava em pé de igualdade até o momento. 

Acreditava-se que seria a última gota d'Água para uma mulher que perdoou todos os erros do cônjuge, contudo, mais uma vez ela fez vista grossa, e parecia culpar a si própria pela traição. 

Poucas semanas depois do escândalo irromper, Clara e José desapareceram. "Fugiram" era o pensamento comum. 

Porém Tereza não mostrava acreditar nessa versão. Pela primeira vez mostrou-se tão abalada, nas primeiras 72 horas após perceber o sumiço ligou desesperadamente para todos os conhecidos questionando se haviam visto seu marido. Nos dias que se sucederam manteve frequente contato com os investigadores. 

Mas semanas depois não parecia haver esperanças, nem uma única pista mostrou-se válida. 

Tereza, antes uma figura imponente, agora despertava pena. Perdera aquele que tanto amava, a única família que ainda lhe restara. 

Mesmo desacreditada não demonstrava que suas buscas tinham cessado. E como um último suspiro de esperança ligou mais uma vez para a delegacia. 

- Senhor, por favor, diga-me que tem alguma notícia de meu marido. - sua voz transparecia dor. 

- Desculpe senhora,... - houve breve silêncio - não temos nenhum avanço, lamento. 

Fez-se silêncio novamente, seguido do choro de Tereza que logo se recompôs. 

- Obrigada pela atenção. - disse voltando ao seu tom seco habitual. 

- Disponha, qualquer pista comunicaremos imediatamente. 

- Assim espero. 

Desligou o telefone, secou as lágrimas e pegou a foto de José que encontrava-se sobre a mesa de cabeceira. Apertou contra o peito, um sorriso escapou de seus lábios ao viajar nas lembranças. Passou o dedo delicadamente no vidro que protegia a fotografia como se tentasse acaricia-lo e disse: 

- Querido, acho que escondi bem o seu corpo.


Autora: Luisa Moreira

15 comentários:

  1. Bem escrita, final digno de uma creepypasta horrível 5/10

    ResponderExcluir
  2. Bem previsivel, tudo bem estereotipado
    Mas ok... 5/10

    ResponderExcluir
  3. Kkkkkkkk eu gostei, me fez rir, essa era a intenção né?

    ResponderExcluir
  4. vc escreve muito bem, mas na maioria das vezes é só isso. se fique mais nos temas e na narrativa, não na gramática. só uma dica construtiva.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. se foque*. maldito corretor rs

      Excluir
    2. Obrigada pelo feedback, levarei em consideração. Você já teve contato com outras coisas que escrevi?

      Excluir
  5. Muito bem escrita, poucos erros, apesar de ser quase idêntica a outras com essa história, o autor soube como prender a minha atenção.

    ResponderExcluir
  6. Fico bem feliz com os comentários na real, escrevi esse conto quando tinha uns doze anos pra um trabalho de literatura do fundamental. A única mudança que fiz foi trocar os nomes porque da primeira vez escrevi nomes ingleses, aí sim seria mais estereotipado ainda kkkkkk

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Muito bom sua história continue assim parabéns ��

      Excluir