28/05/2019

Londres 2005

03 de Julho, Londres 2005

Olá John!

Estou te escrevendo esse e-mail, pois você e meu melhor amigo e eu preciso compartilhar isso com você!

Tudo começou hoje cedo quando eu me deparei com um anúncio tentador enquanto me masturbava em um desses sites adultos da internet, no início pensei que fosse alguma furada como os anúncios de “Aumente seu pênis agora com este simples remédio” ou “Mulheres solteiras esperando por você!” mas ele era atrativo demais para eu deixar passar, nele dizia “Precisa de dinheiro? Ou de mulheres? Se a resposta para uma dessas perguntas for sim clique aqui e saiba como ganhar uma boa grana e ainda ter uma experiência incrível com algumas novinhas!”, eu estou desempregado e consequentemente um pouco carente de amor feminino, se é que você entende, então esse anúncio caiu como uma luva em cima dos meus problemas. Eu terminei o serviço e cliquei para ver aonde essa brincadeira iria chegar, eu tinha alguns antivírus instalados no computador então não me preocupei se o site estava infectado ou algo do tipo. Quando o link carregou, uma pagina preta apareceu no meu navegador, nela dizia: “Obrigado por se candidatar a nossa vaga! Um representante vai te enviar um e-mail com as instruções de como prosseguir. Por favor digite seu endereço de e-mail no campo abaixo.”, eu não tive dúvidas, enviei meu e-mail secundário, afinal nada demais poderia acontecer, só espero que eles não estejam tentando me vender alguma coisa.

04 de Julho

O e-mail chegou!

Te enviei um print dele, não quero perder tempo escrevendo tudo de novo.

“Apreciamos sua coragem e determinação para realizar nosso serviço! Abaixo estão suas instruções para receber sua recompensa!

- Amanhã as 08:00h você deve ir até a cafeteria mais próxima de sua casa e procurar pelo último banco a esquerda, em baixo dele você encontrará uma mochila preta com um lacre amarelo no fecho. Pegue-a e leve para sua casa, NÃO ABRA A MOCHILA EM HIPÓTESE ALGUMA!

- Mantenha a mochila escondida e não deixe que ninguém a veja, não derrube ou deixe ela perto de qualquer fonte de calor. Esse passo é fundamental!

- O último passo será enviado por e-mail nos próximos dias, então aguarde pacientemente.

- Se você cumprir exatamente como foi descrito, receberá sua parte em dinheiro e a oportunidade de desfrutar de algumas mulheres a sua espera.

-Boa sorte!”

Eu sei que parece estranho mas eu acho que não passa de um simples tráfico de alguma droga ou algum equipamento ilícito mas eu estou disposto a arriscar, afinal, o premio é tentador.

Amanhã eu te atualizo se alguma coisa acontecer.

05 de Julho

Bom… hoje cedo eu fui até a cafeteria da esquina para pegar a mochila, quando cheguei lá pedi um café para despistar e quando percebi que ninguém estava olhando peguei a mochila e a coloquei nas costas, fui até o balcão peguei meu café e sai tentando parecer o mais normal possível. Não foi tão difícil quanto eu imaginei, agora ela está guardada no armário esperando para chegar a seu destino.

Confesso que é uma tortura não poder abrir e saber o que tem lá dentro, mas a ansiedade pela recompensa é mais forte do que a curiosidade, estou tão empolgado que me já me masturbei

umas 5 vezes só hoje pensando no harém a minha espera, além claro da boa grana que eu vou receber, quem sabe com o dinheiro eu possa viajar até sua cidade para te visitar.

06 de Julho

Recebi o e-mail final hoje, acho que finalmente vou ver o desfecho dessa história.

O recado é bem simples:

“Amanhã de manhã leve a mochila até o metrô da cidade, alguém estará lá para receber a encomenda.

Espero que você tenha uma boa viajem e desfrute de sua recompensa!”

A mochila fez alguns barulhos estranhos essa noite parecido com um Bip, talvez seja um localizador, algum dispositivo sei lá, de qualquer forma não é da minha conta né? Quero terminar logo com isso para receber minha recompensa.

Amanhã nos falamos melhor. Até!

07 de Julho

Estou indo para o metrô, espero que dê tudo certo e mais tarde eu possa me deliciar com minhas 72 mulheres virgens.

Bip…Bip...Bip...

Autor: Gabriel Tupã

23/05/2019

Hey Daddy

 – Conte-nos como tudo aconteceu. Do começo.

 – Do começo… Bom, vou ter que falar sobre 23 de setembro.

23 de Setembro é o aniversário de minha filha. Eu estava terminando meu turno no
trabalho – mais ou menos umas 18:30h – e precisava correr para conseguir um presente para
ela. Como eu trabalhava em uma construção no centro da cidade, tinha fé que conseguiria
achar alguma loja de brinquedos aberta para comprar uma lembrancinha.

Andei por pelo menos 30 minutos pelas lojas próximas ao metrô. Para minha surpresa,
um presente de aniversário descente custava bem acima do que um pobre homem como eu
poderia pagar. Mas, como sempre, há uma luz no fim do túnel – ou, pelo menos, era o que eu
achava –, e eu ainda sim consegui comprar um presente: uma boneca.

Próximo a uma esquina, havia um desses vendedores abulantes, dos quais as ruas
normalmente são cheias. Ele já estava desmontando sua barraca, mas ainda era possível
visualizar diversas das suas bugigangas e, dentre elas, pude observar uma linda boneca.

Mesmo não sendo um desses brinquedos supermodernos, eu imaginava que filha fosse gostar.
Era uma boneca de madeira, vestindo trajes similares aos de festas juninas ou algo do tipo.
Paguei uma pechincha por ela, R$10,00. Tinha feito um negócio perfeito.

Peguei o metrô e depois um ônibus para casa. Consegui chegar a tempo dos parabéns e
pude entregar o meu presente para minha filha. Ela adorou, muito por sinal. Eu achei estranho
ela ter gostado tanto da boneca ao ponto que, deixava outros brinquedos que ela havia
ganhado de lado. Minha esposa me disse que talvez fosse pelo fato de ter sido eu a dar o
presente e isso ter gerado algum valor sentimental sobre o mesmo.

Naquela mesma noite, antes de dormir, algo me chamou atenção. Quando coloquei
minha filha para dormir, eu percebi que a boneca fazia um barulho. Toda vez que a barriga
dela era apertada, ela dizia a frase: “Hey Daddy”. Achei engraçado e interessante –
principalmente pelo fato de ter pago tão pouco por ela. Mesmo assim, deixei isso de lado e fui
dormir.

Foi ai que os problemas começaram. Durante toda a noite eu ouvia um ruido baixo e
distante se repetindo constantemente de maneira aleatória. Prestando mais atenção, eu percebi
que o barulho vinha da boneca. Imaginei que minha filha pudesse ter dormido abraçada com
ela e que, por isso, o sensor ficava ativado. Preferi não mexer com minha filha aquela hora da
noite, imaginei que logo, logo as baterias do brinquedo fossem acabar e tudo ficaria bem. Mas
não ficou.

Pelos próximos três dias eu tive que ouvir aquele ruído durante toda a noite. Foi
quando decidi chamar a atenção de minha filha, pedindo para que ela não dormisse abraçada
com a boneca. Expliquei dizendo que não conseguia dormir por conta do barulho que ela
fazia. Minha esposa retrucou, ela disse que nunca tinha ouvido barulho algum e que eu estava
exagerando.

Mais dias se passaram, pelo menos duas semanas eu acho. E eu já não conseguia
dormir. Meu rendimento no trabalho já estava sendo afetado e eu começava a me preocupar
com isso. Agora além da noite, a boneca ficava fazendo barulho durante o dia também. Minha
filha corria a casa inteira abraçada com ela e, em todos os cômodos, eu conseguia ser
incomodado por aquele som irritante.

“Hey daddy”

“Hey daddy”

“Hey daddy”

Um pouco mais de um mês tinha se passado e eu já havia levado bronca no trabalho.
Em um dia desses eu acabei descendo cinco paradas depois da minha por ter dormido no
ônibus. Não dava mais, eu precisava agir de alguma forma ou ficaria louco.
Conversei com minha mulher para que doássemos a boneca para alguém ou somente
jogasse ela fora. Recebi uma bronca, ela disse que eu estava exagerando, que não via
problema algum com o brinquedo e que não teria coragem que de tirá-lo de minha filha já que
ela nuca desgrudava dele.

Eu estava sozinho, à ponto de enlouquecer. Não dormia a dois meses, já estava a ponto
de ser demitido, mal conseguia raciocinar direito e nem a minha própria esposa conseguia me
entender. Era angustiante, noite e dia, dia e noite, e aquele barulho infernal enfestando a
minha cabeça, como um enxame. Eu podia jurar que tinha ficado mais alto aquela altura.
Naquela semana eu recebi um dia de folga. Meu chefe achou que pudesse me ajudar.
Estava na garagem procurando alguns isoladores de som, algo que eu costumava usar em uma
antiga construção em que trabalhei. Mesmo na garagem, fora de casa, eu podia ouvir aquele
barulho. Mais alto e intenso que nunca, não aguentava mais.

“HEY DADDY”

“HEY DADDY”

“HEY DADDY”

CHEGA!

Peguei o machado que estava pendurado na parede a minha frente e, furioso, caminhei
até o quarto da minha filha. Subi as escadas rápido e firme. Sentia o suor frio passando pelos
meus braços e se acumulando em minhas mãos que seguravam agressivamente o machado.
Entrei pela porta e pude ver o cabelo loiro daquela boneca maldita. Sem pensar duas
vezes, eu cravei o machado na cabeça dela. Senti meu corpo quente, vivo e agitado, quase
como se tivesse tido um orgasmo naquele momento. Entretanto, naquele instante eu ouvi uma
voz de espanto atrás de mim; era minha filha. Tentei tirar o machado da cabeça da boneca,
mas estava preso. Coloquei mais força e, na hora que consegui tirar o machado, minha filha
veio atrás de mim e, sem querer, o machado a acertou. Acertou com tanta força que ela foi
jogada para canto do quarto.

Eu estava nervoso, não sabia o que fazer. Passei pelo menos uma hora caminhando de
um lado para o outro, observando tanto o corpo de minha filha, quanto o da boneca. Após
pensar bastante, tomei a decisão que me trouxe até aqui.

Lembrei que, no quintal de minha casa, havia uma velha casa de cachorro que nunca
havia sido usada. Era grande e normalmente servia como casinha de brinquedo para minha
filha. Fui até a garagem novamente e peguei alguns materiais. Rapidamente eu quebrei o piso
da casinha, cavei uma cova e enterrei minha filha e a boneca. Cobri de terra e depois com uma
base de cimento. Consegui deixar o máximo possível parecido como antes e segui para o
quarto de minha filha. De maneira quase incrível, o quarto não havia se sujado tanto de
sangue, mesmo com uma pancada tão violenta.

Era 17:00h, foi quando minha esposa chegou em casa. Mostrei-me demasiado
preocupado, dizendo a ela que nossa filha havia sumido. Procuramos por toda a rua, nas casas
das amigas e até no bosque próximo a nossa rua. Obviamente, não encontramos nada.
Decidimos então chamar a polícia.

As 20:45, os policiais já haviam tomado nossos depoimentos e feito algumas buscas
pela casa. Pediram fotos e disseram que começariam algumas buscas. Passaram pelo menos
mais três semanas procurando ela e nada. Foi quando suspeitaram que algo pudesse ter
acontecido dentro de nossa casa. Fizeram mais investigações na casa, mas não acharam nada
que pudesse me incriminar de fato, eu havia limpado tudo e me livrado do machado, estava
tudo indo muito bem.

Eles já haviam terminado seu trabalho e eu já tinha fé que tudo ocorreria bem dali para
frente. Eu voltaria a dormir e a trabalhar, consolaria minha esposa e possivelmente teríamos
outra filha alguns anos depois. Mas foi nesse momento, enquanto caminhávamos até o portão,
que o policial olhou para o lado e perguntou: “O que é aquilo?”.

Era a casa do cachorro. Respondi a ele e reforcei que não usávamos ela. Entretanto,
minha esposa comentou o fato de nossa filha brincar lá de vez em quando. Os policiais
decidiram dar uma olhada, para ver se achavam alguma pista. Eu ainda me mantinha calmo,
tinha feito um buraco bem fundo e um piso grosso com bastante cimento.

Eles olharam a casinha e nada. Tudo certo, já podiam ir embora. Foi quando, para a
surpresa de todos e, principalmente, para a minha desgraça. Ecoou pela velha casinha de
madeira, atravessando aquele buraco fundo, a cobertura de cimento e me dando calafrios por
todo o corpo. Aquele som maldito:

“Hey daddy!”

– Tendo em vista as provas e a confissão, condeno

Autor: le_leprechaun_
Inspirado na Obra "O Gato Preto", de Edgar Alan Poe

14/05/2019

A Verdadeira História dos Humanos - Parte 2

PRIMEIRA PARTE

Coexistência ou sobrevivência?

Nos Pilares da Criação, estavam todos os seres existentes no Universo. Desde os espíritos até os poderosos deuses.

Reunidos para discutirem um decreto que sucederá a coexistência entre as espécies, visto que a maioria dos seres queriam seu próprio espaço ; sem a interferência ou ajuda dos outros.

Na reunião, estavam presentes os representantes do suposto “Deus que não aparece nas reuniões” - Apelido dado ao Deus que raramente aparecia naquelas reuniões -, o Deus Raziel, mais tarde conhecido como o Anjo dos Mistérios ou dos Conhecimentos Ocultos, e a Deusa Nike (Sim. Além de ser o nome de uma marca famosa, Nike é o nome de uma deusa grega da vitória e da glória. Chamada também pelos Romanos de Victoria. Para mais informações ou fontes deixarei os links no final do texto).

Nike não era bem uma “representante” desse Deus que não aparecia, só estava ali para acompanhar Raziel, pois era apaixonada por ele, não só pelos seus conhecimentos, mas também por ser um dos deuses que não era egocêntrico. Nike amava sua humildade pois sabia ela que Raziel era onipotente e até perguntava a si mesma como Raziel existia antes da criação de tudo. Segredo esse que nas palavras de Raziel dizia que “Se ele contasse os segredos e os conhecimentos antes da criação, qualquer deus ou espírito não suportaria tanta sabedoria e a consciência do ouvinte morreria e iria parar no Limbo das Almas”.

- Raziel, por que não participa das decisões visto que tu mesmo não concorda com o resultado delas? indagou-lhe

- Certamente seria tirania de minha parte. Não posso interferir em suas decisões mesmo que isso cause consequências catastróficas ao nosso Universo ou a eles.

- Como podes dizer isso? Não te conheço muito, mas sei muito bem que se tu fosses um tirano sua tirania seria boa para o bem de todos!

- Minha querida Nike, o bem é realmente o certo? Nem tudo o que é bom é certo e nem tudo o que é mal é errado.

- Não te entendo, sempre com essas frases um pouco melancólicas… Mas não será por isso que deixarei de amar-te.

- Mesmo com toda minha sabedoria não consigo é entender seu amor por mim, mesmo não me entendendo.

- Pelo menos a algo que eu sei que tu não sabes.

- De fato.

- E onde está o outro representante?

- Ah, ele? Está a passear pelo Universo. É um Deus jovem, não o culpo. Ele também não concorda em sermos representantes do nosso Deus e está correto. Um Subordinado não pode decidir no lugar do Deus da mesma espécie. Por isso deixo ele por aí.





Então, todos os seres por unanimidade, decidiram algo que mudaria todo o rumo do Universo... a separação dos seres para diferentes dimensões.

Raziel sabia que tais seres queriam na verdade sua própria tirania e não um “espaço”, para fazerem tudo ao seu bel prazer sem se incomodarem com outros deuses. Nike percebeu e preocupação de Raziel.

Raziel e Nike partiram para a cidade prateada, morada dos deuses alados, para reportar o que aconteceu durante a reunião e a conclusão dela.

Quando chegou ao trono, viu que estava vazio. Perguntou aos outros deuses para onde tinha ido Deus. Os deuses disseram que ele saiu para “adquirir conhecimento”.

Raziel pediu para que Nike reportasse o que aconteceu durante a reunião para os demais deuses que ele procuraria o Deus da espécie deles.

Percorreu um grande trajeto até o achar parado no céu de um planeta...

Quando o achou, ficou observando antes de o chamar…

Sentimentos estranhos vinham desse Deus, Raziel percebia um semblante diferente nele.

Não entendia como ele podia ficar tanto tempo observando apenas um planeta…

O planeta que ele observava era Rahu.

Mesmo relutante, finalmente decidiu chamá-lo.

- Finalmente o encontrei…

- …

- …

- Miguel...
Autor: The Truth