22/12/2016

As mensagens criptografadas de Ricky McCormick

Oi Creepers, tudo bom? Hoje, com a parceria da minha página Cons Pirei!, estou trazendo mais um caso real de morte misteriosa. O texto original não é meu, eu apenas o traduzi e o adaptei. As fontes estarão lá em baixo. A leitura é um tanto longa, mas espero que gostem. 

***


Durante três dias quentes em Junho de 1999, ninguém ligou para Ricky McCormick. Não houveram ligações frenéticas para a polícia, ninguém notificou seu desaparecimento, nenhuma mãe ou mulher viúva apelou aos prantos para a mídia por informações ou justiça. Ninguém parecia ligar que o homem negro de 41 anos estava desaparecido, sem contar que poderia até estar morto. Ele tinha sumido e ninguém notara - e então foi encontrado em uma plantação de milho abandonada em St. Charles Country, Missouri. Quando a polícia o encontrou, seu corpo estava tão decomposto que suas digitais já haviam se desfeito.

Imediatamente a polícia suspeitou de um crime: aquele campo era um lugar comum para desovação de corpos. E um descarte após assassinato parecia uma explicação lógica para como McCormick havia parado em um milharal a 30 quilômetros de sua casa - nem sequer de ônibus ele andava. Mas também havia outras razões. Em 1993, ele ficou preso por 11 meses por uma condenação de abuso sexual de primeiro grau; mais recentemente, ele tinha ligações com tráfico de drogas. A polícia então assumiu que, por causa de seu histórico, alguém o queria morto.

Entretanto a polícia não encontrou nenhuma evidência que indicasse quem teria cometido o crime. E que talvez McCormick não teria sido assassinado de fato. O médico legista não havia encontrado nenhum ferimento de facada ou bala; talvez poderia ter sido um ferimento na cabeça, mas o corpo estava em um estado muito avançado de decomposição para que alguém tivesse certeza. “Fizemos tudo que podíamos, mas não podemos provar que tenha sido homicídio, na verdade nem conseguimos descobrir o motivo dele estar morto,” O Major de Polícia de Maryland Heights, Tom O'Connor, disse ao St. Louis Post-Dispatch em 1999.

O xerife classificou a morte de McCormick como "suspeita". Mas sem pistas ou evidências claras de um crime, não havia muito para os investigadores fazerem. Até hoje, o caso permanece aberto.

Nos 12 anos seguintes, o caso de Ricky McCormick ficou frio. Então, em março de 2011, a Unidade de Registros de Criptoanálise e Racketeering (CRRU) do FBI compartilhou duas notas que haviam sido achadas amassadas no bolso das calças jeans sujas de McCormick. As anotações pareciam ser só um monte de bobagens. Mas o FBI acredita que as letras aparentemente aleatórias, números e parênteses rabiscados em papel branco podem conter respostas para a misteriosa morte de McCormick.

A polícia encontrou as notas no corpo de McCormick e, sem saber o que fazer com elas, procurou o FBI para pedir ajuda. Por mais de uma década, o FBI não conseguiu quebrar o código de McCormick, então eles fizeram algo incomum: a agência publicamente compartilhou as anotações. "As rotas padrão de criptoanálise parecem ter atingido paredes de tijolo", disse Dan Olson, chefe da CRRU, na época. "Talvez alguém com um novo olhar possa nos ajudar com uma ideia brilhante." Foi a primeira vez que o público, incluindo a família McCormick, ouviu falar sobre essas anotações.

De certa forma, este anúncio de Olson ressuscitou McCormick - pelo menos digitalmente. Um homem com quem ninguém se importou durante seu sumiço de três dias, enquanto seu corpo se decompôs em um campo, cujo o caso provavelmente já tinha sido esquecido pela polícia, de repente se tornou uma obsessão na internet. Mas ao ressuscitar dos mortos, McCormick estava inclinado aos caprichos dos vivos. Os detetives amadores, redditors ávidos, criptógrafos de fim de semana, e teoristas da conspiração, todos se fixaram nas notas de McCormick. Em suas mãos, Ricky McCormick tornara-se diversas coisas, incluindo  traficante de drogas ou esquizofrênico. Um autista, louco, e até uma criação fictícia de uma agência governamental nefasta.


Quando a Internet se cansou de Ricky McCormick, ele era todas essas coisas e nenhuma delas ao mesmo tempo. Seu código ainda não havia sido desvendado.

Não é de estranhar que o caso de McCormick movimentou a Internet. A morte misteriosa, as notas criptografadas lançadas ao público tardiamente  - é uma história pronta para os teóricos da conspiração e detetives de sofá. Até hoje ele continua aparecendo em blogs, sites e fóruns por conta do fascínio em torno de suas anotações indesvendáveis.

As notas de McCormick entraram em um vortex de textos não-decifrados, que inclui o manuscrito Voynich, o disco Alberti, que inclui ilustrações surrealmente elaboradas do cosmos, o mapa do tesouro codificado Beale Papers e a carta "Dorabella". Mas as notas de McCormick também pertencem a um subgênero dos código indecifrados: os dos casos arquivados, com seus exemplos mais famosos sendo o caso de Tamam Shud (já postado lá na Cons Pirei e aqui no CPBr) e, claro, o Assassino do Zodíaco (pretendo fazer um post sobre ele no futuro, explicando melhor todo o caso).

Na verdade, quando o FBI mostrou as anotações de McCormick, o Assassino do Zodíaco não havia ainda sido esquecido pela internet. O zodíaco é o serial killer desconhecido mais notório dos Estados Unidos. Ativo no norte da Califórnia no final dos anos 60, sua verdadeira identidade ainda é calorosamente debatido na internet até hoje. Suas cartas provocativas enviadas para a mídia incluíram quatro criptogramas, apenas um dos quais foi parcialmente resolvido - por uma equipe  montada por um marido e mulher que eram criptógrafos amadores, Donald e Bettye Harden.

Quase 45 anos após o último assassinato atribuído à ele, centenas de sites e blogs continuam se dedicando para tentar resolver os código do Zodíaco. Muitos dos tópicos dedicados ao Zodíaco mostram uma certa admiração. Há a implicação de que tais códigos robustos devem ser o produto de uma mente de primeira classe. McCormick, pelo contrário, não ganha tal respeito. Ao contrário do zodíaco, na vida ele era conhecido e altamente julgado: era “mal e mal” alfabetizado e sua própria mãe o descrevia como "retardado". Seu código - se  é que realmente era um código - não era um desafio de assassino enviado aos jornais. Eram letras quase ilegíveis no papel, enfiado nos bolsos de sua calça jeans e recuperado apenas após sua morte. "Eles nos disseram que a única coisa em seus bolsos era um bilhete de pronto socorro", disse sua mãe ao Riverfront Times. "Agora, doze anos depois, eles voltam com essas merdas de rabiscos".

Havia uma desconexão, entre o código indestrutível e o homem derrotado. Para muitos detetives de Internet, não havia um grande background histórico para as anotações de McCormick. Ele era apenas um homem morto em um milharal. Além disso, ele era um homem morto que era pobre e negro - ele era um homem morto que tinha gerado dois filhos com uma menina com menos de 14 anos, um crime pelo qual ele serviu 11 meses na prisão. Resumindo, ele era o tipo de homem que acaba morto em um campo.

Essa avaliação dura, repetida através de muitos fóruns, dividiu a especulação amadora dos decifradores em dois pensamentos. Num deles, McCormick simplesmente não escreveu as notas: elas foram colocadas lá pelos traficantes de drogas que o empregara, como uma distração para a polícia. Em 1999, sua namorada disse à polícia que ele estava carregando drogas para Orlando; McCormick tinha feito sua mais recente viagem apenas duas semanas antes de sua morte - e, como observa o Riverfront Times, seus empregadores eram homens violentos.

A advogada mais proeminente dessa teoria é Elonka Dunin. Ela é uma criptógrafa amadora, descrita como "a criptógrafa favorita de todos" por um site de criptografias; Dan Brown nomeou um personagem em O Símbolo Perdido em sua homenagem. Dunin acredita que McCormick não tinha capacidade para criar um código aparentemente tão sofisticado. Em vez disso, ela diz, provavelmente ele serviu como um mensageiro, carregando o código entre partes desconhecidas. Mas mesmo que seja verdade, essa teoria não explica muito, como um redditor lamentou no fórum de Mistérios não resolvidos: “Não encontro explicações do porquê ele teria sido baleado e as anotações ficarem para trás. Ou o mensageiro lhe deu a mensagem e atirou nele, ou o receptor leu as mensagens e atirou nele, ou alguém o matou entre a opção A e B. Nada disto faz sentido". Se McCormick não escreveu as mensagens, então qualquer um poderia ter escrito - e isso deixa aberto para especulações correrem à solta.

Entretanto, a posição oficial do FBI em relação a esse caso é que sabemos quem é o autor das notas: "Tenho toda a confiança de dizer que foi Ricky quem escreveu as notas", disseram. "São notas escritas de um certo formato que parece que alguém escreveu para si mesmo, não para outra pessoa."

Mas então o que significam as anotações de McCormick? As teorias geralmente se concentram nos números, seguidas pela repetição das letras "NCBE". Alguns sugerem que "71", "74" e "75" podem ser referências a rodovias perto de St. Louis, enquanto outros acreditam que eles se referem à numeração de identificação de veículos (em inglês: VIN numbers), anotações sobre jogos (há uma relação significante entre sites de jogos e sites de criptografia), e ainda alguns sugerem que ele se referia à peças de carros.

Comentaristas do “Above Top Secret”, um fórum de discussão dedicado a "temas alternativos", como conspirações do governo e da Nova Ordem Mundial, oferecem interpretações bastante racistas, expondo McCormick como um traficante de drogas. Nesse universo, "NCBE" provável é uma gíria de rua para "No Cash Being Exchanged - Nenhum dinheiro sendo trocado - em tradução livre para português" ou "Nose Candy Buys Eight Ball - Nariz de doce compra Bola Oito - em tradução livre para português " ou "Nickel Bag Everyday - Niqueleira todo dia - em tradução livre para português". Não é um código real, um comentarista escreve: "Isso são abreviações escritas por um traficante analfabeto. Revela para quem ele vende, o quanto vende, uma breve descrição de como os conhece, se os reconhece ou se não os reconhece". Não existem evidências  de que McCormick tenha sido nada além de uma mula, levando drogas de lá para cá. É bastante improvável que esses códigos sejam algo relacionado a tráfico de drogas.

Novamente, as teorias sobre as anotações de McCormick são muitas vezes baseadas na questão fundamental de que se um homem que não completou o ensino médio teria a capacidade de produzir criptografias sofisticadas o suficiente que ninguém, nem decifradores amadores ou até mesmo o FBI poderiam decifrar. Mas talvez as notas nem sequer sejam códigos. Alguns detetives cibernéticos veem a evidência como um caso de transtorno bipolar, esquizofrenia ou até mesmo dano cerebral. "Tendo trabalhado com pessoas que sofreram com lesões cerebrais, tenho que te dizer, isso parece muito como o tipo de jargão que eles escreviam.  Podia ter um sentido perfeito em suas cabeças, mas a mensagem não era bem transmitida quando escreviam.", um comentou. Um redditor viu padrões de esquizofrenia: a escrita instável, a paranóia, a incontrolável necessidade de criptografar pensamentos e idéias aleatórias.

Talvez exista uma explicação ainda mais banal. Alguns vêem o "código" de McCormick como nada mais do que um cronograma manuscrito para sua medicações.

Este é o retrato mais simpático de Ricky McCormick, e o que mais se encaixa com o suposto "código", pelo pouco que sabemos de sua vida. Embora ele não tenha recebido um diagnóstico ou tratamento psiquiátrico oficial, após sua prisão de 1992 por agressão sexual, sua defensora pública acreditava que ele estava "sofrendo de alguma doença mental". Ela pediu um exame de saúde mental, mas McCormick foi considerado apto para julgamento - o que não sugere muito mais de que ele poderia discernir o certo do errado. Sua família, entretanto, descreveu-o de uma forma que se encaixava com um neuroatípico não diagnosticado: além de sua mãe já o ter descrito como "retardado", uma tia lembra dele como um menino isolado com uma "parede de tijolos em volta de seus pensamentos".

A resposta para suas anotações misteriosas poderão ficar para sempre somente nessa mente emparedada, que agora já se foi. Quando as anotações de McCormick reaparecem em fóruns de criminologia ou criptografia, elas geralmente desaparecem rapidamente. Não há mais muito onde procurar, não há mais pistas. E talvez haja uma razão mais profunda, mais pungente. Nick Dunning insinua em seu blog de criptografias misteriosas, escrevendo: "Mas tudo que eu realmente sinto é uma sensação de profunda tristeza - que o que estamos vendo nessas duas anotações é a vida de um pobre rapaz analfabeto que deu um passo maior que perna, e acabou caindo no processo.”
-

E aí, Creepers?! Qual sua opinião em relação ao caso de Ricky McCormick? Estaria o FBI e os detetives amadores errados em relação da capacidade de Ricky, ou então realmente seria apenas a obra de uma mente perturbada? Quem matou Ricky e porque? Como ele foi parar a quilômetros de sua casa? Comenta aí!


ORIGINAL ARTICLE BY STASSA EDWARDS / TEXTO ORIGINAL DE STASSA EDWARDS:
OUTRAS FONTES:

20/12/2016

Esclarecimentos

Galera, estamos oficialmente desativando comentários de pessoas anônimas aqui no blog. É muito fácil chegarem algumas pessoas cobrando e xingando sem sequer fazerem o minimo de esforço de escrever uma critica construtiva decente, se preocupar com o crescimento do blog ou coisa do tipo.

Porém, estou ciente de que não são todas as pessoas que fazem isso. Algumas outras comentam em anonimo pelo simples fato de não possuírem uma conta ativa, e realmente contribuem para o feedback das histórias, opinam e conversam nos comentários. Porém, como a grande maioria não respeita, infelizmente tivemos que tomar essa decisão. Peço desculpas de antemão para essas pessoas que acabaram saindo prejudicadas por conta desses idiotas, mas se não fizermos nada, infelizmente acaba virando bagunça e fica fora de controle. Qualquer coisa, criem uma conta qualquer para comentarem e entrosarem aqui com a gente (seja do blogger, email, enfim), é rapidinho. Mas não fiquem de fora, pois fazemos questão de que vocês estejam presentes.

Em relação à falta de postagens, vou esclarecer para todos vocês: Estamos nos últimos dias do ano e todos aqui estão sem tempo para parar e traduzir alguma história do zero. Nunca lucramos um centavo sequer com o blog, sempre fizemos porque gostamos, mas precisamos colocar nossas prioridades em primeiro lugar, pois as vezes não dá para darmos atenção total ao blog, como está sendo nesse final de ano. Já disponibilizamos mais de 1400 Creepypastas para o entretenimento de todos aqui presentes desde o ano de 2011, então por gentileza, peço para que seja compreensivos nesse sentido, pois assim que esse período passar, voltaremos com tudo!

Também digo que iremos conversar com todos os atuais colaboradores, pois a partir de agora, iremos separar as postagens de cada um pelo dia da semana (ou seja, cada dia teremos um colaborador diferente para postar), para que não tenhamos esse problema de falta de postagens em dias frequentes.

Por fim, como alguns de vocês já devem ter notado, também temos outra novidade, que seria os botões de like e deslike tanto nos posts do blog quanto nos comentários, pois assim, temos mais controle ao ver qual o conteudo que mais agrada, e qual menos agradam. Sintam-se a vontade para usar essa função, okay gente?

Agradeço pela compreensão!

PS: Sim, editei a postagem pois estava bastante estressado com alguns comentários que li antes de escreve-la, e claro que nem todo mundo é obrigado a esse "rage", então espero que tenha ficado mais claro, sem contar que acrescentei algumas coisinhas que havia esquecido de citar também. Enfim, é isso, gente!

18/12/2016

Chamado | 7 Palmos Filmes

Olá, Creepers! Estou aqui para fazer um anuncio a todos vocês: Recentemente, fechamos uma parceria com um estúdio de filmes de terror chamado 7 Palmos Filmes. Eles estão no mercado desde 2012, e se especializam em produzir curtas baseados em histórias de terror (sim, isso também inclui creepypastas). Eles fazem um trabalho espetacular e estão crescendo cada vez mais!

Por se tratar de um area que infelizmente não é tão valorizada no Brasil, qualquer incentivo ao enorme trabalho, dedicação e esforço de todos os envolvidos é sempre bem-vindo! Então por favor, se vocês também querem que essa area cresça, deem uma olhada no canal, se inscrevam, opinem, e acima de tudo, contribuam para que tenhamos muito mais desses trabalhos aterrorizantes por aqui, e para que o mundo todo veja que o Brasil também é capaz de fazer um trabalho bem bacana quando o assunto é terror!

Fiquem abaixo com o episódio mais recente do canal deles, já em parceria com o Creepypasta Brasil:


Canal Oficial: https://goo.gl/jIar4i
Página Oficial: https://goo.gl/IrvSA1

12/12/2016

Compilação Sobrenatural (PARTE 2)

SOBRENATURAL
(adj.)

  1. Miraculoso; só conhecido pela experiência da fé.
  2. Sobre-humano; que não se consegue alcançar, atingir naturalmente: esforço sobrenatural às questões humanitárias.
  3. Extranatural; que vai além do natural, do comum: forças sobrenaturais.
  4. Fenômeno não comprovado cientificamente.
  5. Aquilo que se expressa ou ocorre extraordinária e maravilhosamente.

NESTA SÉRIE VOCÊ LERÁ CASOS E RELATOS DADOS COMO REAIS ENVOLVENDO TUDO QUE PODE SER CARACTERIZADO COMO SOBRENATURAL. VOCÊ PODE LER AS HISTÓRIAS ORIGINAIS CLICANDO AQUI. BOA LEITURA! 

***


Há 4 meses atrás, fui em um shopping de Goiânia fazer compras, quando entrei em uma loja para comprar um vestido. Imediatamente após entrar na loja, uma vendedora veio correndo até mim e perguntou: “Então, decidiu ficar com a calça?" Sem entender, perguntei de que calça ela estava falando. Ela me disse que tinha me atendido há uns 40 minutos atrás, que tinha me vendido um vestido, um cinto e capas de travesseiro, e que “EU“ havia gostado muito de uma calça, mas que estava sem dinheiro e decidi deixar para próxima.

Falei para a moça que não era eu, pois eu estava no shopping só há 15 minutos, mas ela insistiu, disse que tinha certeza que era eu mesma. Então mostrei para ela um comprovante de estacionamento, provando que de fato eu só estava há 15 minutos no shopping. A mulher ficou branca e me levou até o caixa, onde uma outra vendedora confirmou que eu estive sim na loja, inclusive ela tinha processado minhas compras, sendo que o vestido eu teria mandado embalar para presente. Desta vez, EU FIQUEI BRANCA, pois eu entrei na loja justamente para comprar um vestido para minha mãe, pois naquele dia era o aniversário dela.

Sem acreditar, pedi para a primeira vendedora me mostrar a tal calça, e fiquei surpresa quando vi, porque eu tenho uma calça exatamente igual, com a mesma lavagem, da mesma cor e do mesmo tamanho. Sai da loja sem comprar nada. Até hoje fico sem entender o ocorrido. Será que eu tenho uma sósia? Será que eu tenho uma irmã gêmea? Universo Paralelo? Ou o mais provável, será que houve uma falha na Matrix?
***

Testemunhei algo muito estranho enquanto morava na África. Eu residia em Zimbabwe até mais ou menos meus 9 anos, e em um dia de aula tivemos educação física prática. Era uma aula normal de natação, e nada fora do comum ocorreu, foi bem tranquilo.

Depois que a aula acabou, fiquei no chuveiro mais que o normal, e seja lá o porquê, fui o último a sair da área da piscina, sozinho. Enquanto saia, eu vi algumas coisas passando voando rapidamente por mim. De primeira, achei que fossem libélulas passeando por ali. As coisas voaram de novo em minha direção e notei que eram consideravelmente maiores do que libélulas. O que eu vi, e juro pela minha vida, foram duas criaturas que pareciam lagartos que tinham asas de libélula. Tinham mais ou menos o tamanho de uma pomba, ou qualquer pássaro médio. Eles voaram em volta da piscina por alguns minutos, brincando um com o outro no ar, e de repente voaram para longe. Se foram. Desenhei as criaturas e mostrei para meus professores, amigos, parentes, até meu tio que era biólogo. Ninguém nunca tinha visto ou ouvido falar daqueles animais. E ninguém acreditou em mim.

Ainda me pergunto que tipo de criaturas eram aquelas.

***
Essa história não é tão paranormal, mas nunca senti tanto medo na minha vida.

A mais ou menos um ano atrás, eu estava deitado na cama tentando dormir. Tudo estava escuro e assustador pra caralho. A porta do sótão fica no meu quarto (cara, eu odeio sótãos, são macabros demais), então geralmente eu já fico toda cagada quando começa a escurecer.

Enquanto eu estava lá no escuro tentando dormir, comecei a ouviu um barulho de arranhar vindo do meu armário. Meu coração começou a disparar com a adrenalina para fazer eu criar um pouco mais de coragem. Não funcionou muito. Enquanto eu permanecia lá, com a coberta cobrindo a cabeça, o arranhar só foi ficando cada vez mais alto e elaborado. Todos os pelos do meu corpo estavam arrepiados e eu estava suando frio. Então ouve uma batida dentro do armário. Quase me mijei. Tudo que eu conseguia pensar era "Por que O Grito resolveu me matar justo hoje à noite???"

Eu estava lá deitado, implorando para que tudo acabasse, quando de repente os arranhões pararam. Tudo ficou no silêncio absoluto. Fiquei tremendo como o menininho de 17 anos que eu era e tentando descobrir o que aconteceria a seguir. Do nada, eu vi. A fresta negra entre as duas portas do meu armário começou a aumentar. Todo cagado, agarrei a faca que fica debaixo do meu travesseiro e observei a porta começar a abrir. Não podia acreditar, eu realmente iria ser morto por uma entidade demoníaca ali e naquele momento.

Enquanto a porta ia abrindo, me agarrei fortemente a minha arma. Então eu vi. Aquela figura sinistra. Um objeto negro e estranho a mais ou menos um metro e vinte centímetros do chão está saindo do meu guarda-roupa. Meu coração quase para. Então o objeto negro cai no chão então rola para o pé da minha cama. Rapidamente, ele pula na minha cama e miou para mim. Eu chorei de alivio quando percebi que o ente maligno era ninguém menos que meu gato. Eu quase tive um ataque do coração porque o meu gatinho tinha decidido tirar um cochilo nas prateleiras das minhas roupas. Daquele dia em diante fiz questão de tirar todos os gatos do meu quarto antes de dormir.

***

Nunca acreditei nessas baboseiras paranormais, ainda não acredito, mas três anos atrás aconteceu uma coisa que eu e minha esposa não conseguimos explicar.

Desde adolescente eu tenho um problema sério em acordar de manhã. Talvez seja porque nunca tive uma rotina descente de sono, ou porque tenho o sono muito pesado. Acordar demanda um esforço gigante. Então no Natal minha avó me deu de presente um rádio com alarme, porque eu vivia ignorando meu despertador normal. Ela também me deu um ótimo conselho: "Se você realmente precisa acordar, é só virar o botão de seleção de estações todo para a esquerda e o volume no último."

Foi isso que eu fiz em todas ocasiões consideradas importantes e funcionou muito bem. Não tinha jeito de eu voltar a dormir com aqueles sussurros irritantes de estática no último volume. Infelizmente minha avó morreu alguns anos depois.

Avanço rápido para três anos atrás. Tinha sido uma semana agitada para mim e minha esposa então na noite de sexta estávamos dormindo pesadamente, quando de repente, o alarme soou - no meio da madrugada. Eu não acordei com o barulho e sim por causa da minha esposa, que não conseguia desligá-lo. O alarme estava com o botão desligado, mas ainda assim continuava. Tentei de tudo, e depois de una dez minutos consegui fazer o barulho parar.

Minha mulher e eu quase pulamos da cama quando o alarme despertou de novo, rangendo, gritando e fazendo aquele barulho de estática no último volume. É difícil descrever a sensação que corre em suas veias que beira o pânico, a confusão e a adrenalina. Sei que tirei da tomada. Ei vi que não havia luzes piscando, o relógio não funcionava, só o maldito rádio. Minha mulher entrou em pânico e saiu correndo do quarto, enquanto continuei olhando para o alarme, sem saber o que fazer além de ficar com medo. De repente tudo ficou silencioso, e no silêncio ouvi o som abafado do nosso telefone, quase inaudível vindo da sala de estar. Fui procurá-lo e encontrei preso entre o o sofá e uma grande almofada. O número que aparecia na tela era da minha mãe.

No final de contas, minha mãe estava sozinha em casa e caiu no banheiro de seu quarto, quebrando o quadril como resultado. Sem conseguir se mover, ela ligou desesperadamente para alguém com o seu celular que estava no bolso da calça. Se o alarme não tivesse disparado, talvez nós não teríamos atendido o telefone enquanto ela ainda estava consciente, e ainda por cima, no dia seguinte iriamos viajar por uma semana inteira...

***
Eu estava em um jantar na casa de um amigo quando foi revelado que um dos convidados era uma psíquica aclamada. Sou muito cético e provavelmente isso aqui não terá um final esperado, então continue lendo. Juro com todas as letras que o que escreverei aqui é a mais pura verdade, e houveram diversas testemunhas.

A psíquica concordou em fazer uma leitura para nós. Estávamos todos na sala de estar - mais ou menos umas vinte pessoas. Ela começou com as coisas de sempre, aquilo que sempre lembramos de ver médiuns falando quando fazem uma leitura básica. Eu já havia bebido alguns drinques e estava no brilho, então só fiquei observando e esperando que ela fizesse algo interessante que uma pessoa observadora ou treinada para fazer leituras desse tipo não conseguiria.

Depois de uns 20 minutos, ela parou e falou "Ok, tem um poder mais forte que o meu aqui que precisa ser reconhecido." Me animei, pensando que as coisas estavam prestes a ficarem mais animadas. Então disse que se alguém tivesse algo para falar, aquele era o momento. Pediu para olharmos pela sala e nos permitirmos ver uns aos outros claramente, olhando nos olhos. Se tivéssemos o ímpeto de falar algo, tínhamos que falar.

Tenho que admitir que me senti atraído à uma mulher que nunca havia conhecido antes. Seu nome era Tammy. Não falei nada. A sala estava silenciosa e o silencio se tornou constrangedor, como quando um professor fica esperando tempo demais por uma resposta que os alunos não sabem.

Então ela sondou novamente. "Alguém aqui tem um dom poderoso e precisa reconhecê-lo. Há mensagens esperando para serem ouvidas. Se você se sentiu atraído por alguém, fale." Mais silêncio. Então ela olhou diretamente para mim e disse, "Meu Deus. É você. Você é o empata com o dom. Tem que falar." Corei e dei uma risada, mas vários convidados insistiram que eu devia falar o que me viesse a cabeça.

Então falei que estava me sentindo atraído pela Tammy. A médium pediu para eu baixar a guarda, "procure na sua mente" me falou. Então tentei deixar minha mente em branco. De repente, consegui ouvir a música "Don't Stop Believin" do Journey tocando na minha cabeça. Não é o que eu ouço geralmente. Então comecei a me sentir triste. Geralmente sou um cara bem contente, e essa onda estranha de tristeza veio do nada. Na mesma hora, o nome "Mark" me veio, seguido por uma vontade imensa de dizer obrigada à Tammy. Eu não sabia o que fazer.

A "médium" falou só para eu começar a falar - descrever o que estava acontecendo comigo. Então eu fiz. Fechei meus olhos e comecei a falar. Quando cheguei na parte do "obrigada", eu engasguei e chorei um pouco enquanto sentia uma enorme gratidão dentro de mim.

Abri meus olhos e vi que Tammy estava pálida como um fantasma. Seu amigo Mark havia falecido no começo dos anos 90 por causa de complicações da AIDS. Do seu grupo de amigos, ela foi a única a visitá-lo, e foi várias vezes. A música era meio que a música deles, e Mark morreu inesperadamente depois de ter melhorado.

Tammy tremia. Eu também. A psíquica estava sorrindo e os convidados me encaravam.

Milhares de perguntas vieram a seguir - quase nenhuma eu soube responder. Eu sempre havia agido conforme meu instinto, mas nunca tinha tido esse tipo de experiência antes. Eu não acredito em vida após a morte, e como já disse antes, sou muito cético. Eu não conseguia explicar o que acabara de acontecer.

Outros convidados pediram para eu "ler" para eles. Eu não sabia o que fazer e, francamente, estava um pouco apavorado. A médium disse para eu segurar a mão das pessoas e olhá-las no fundo dos olhos. Naquela noite eu falei para um homem que nunca havia conhecido que Sharon, a mulher que cobrou de seus amigos pelo "direito" de molestá-lo quando menino, sentia muito e estava atormentada. Esse cara enorme e corpulento chorou em posição fetal enquanto falava que nunca havia contado aquilo para ninguém e que eu tinha acertado perfeitamente a descrição da mulher. Falei também para uma moça que a relação com seu marido não estava dando certo pois ela estava focada demais em querer ter um filho e que o estresse estava a tornando infértil e que a sua raiva não devia ser descontada no marido. Ela saiu puta da vida porque "as pessoas estavam fofocando sobre sua vida e deviam ter me contado seus segredos". Mas esse não era o caso.

No geral, naquela noite consegui acertar na mosca cinco vezes de seis tentativas. A que não funcionou foi com a minha parceira. Nada que eu disse estava certo. Saí de lá totalmente perplexo.

Então, sendo um estudante/pesquisador, decidi explorar melhor o caso. Naquele verão trabalhei com a médium (nós viramos amigos) para explorar coisas que eu não entendia. Determinou que eu, ela acha, sou realmente um "empata" e que posso sentir/ler/interpretar emoções de pessoas que me permitem minha intuição acertar as histórias. Também acredita que o mundo está cheio de cicatrizes emocionais, as quais os empatas conseguem ler os seus ecos.

Desde então, estou convencido que de fato eu CONSIGO realmente fazer algo fora do comum. Não faço isso como um hobby. Não ganho dinheiro. Para ser honesto.... Faço como um entretenimento em festas, porque é o quão sério consigo levar esse papo. Mas só faço muito de vez em quando, porque acabei descobrindo muitos segredos obscuros que preferia não descobrir.

É assim que eu consigo fazer para "ler" melhor alguém:

O esperado é que eu fale para eles algo que estão precisando ouvir ou que ESPERAM ouvir e não me falem nada sobre si mesmos. Funciona melhor em pessoas que são completamente desconhecidas para mim.

Peço que me emprestem um item que tenham em sua posse com frequência. Como um anel favorito, óculos, etc. Tem que ser algo que eles toquem quase todos os dias. O melhor objeto que uso são travesseiros que são usados todas as noites.

Fico uns cinco a dez minutos segurando o objeto em silêncio, deixo minha mente vagar, e então peço pela mão da pessoa. Então só falo. Deixo fluir e falo.

Cerca de 90% das vezes, quando abro meus olhos, as pessoas estão me olhando em descrença, chorando, ou sorrindo incredulamente.

Eu não entendo. Não sei como. Não gosto de fazer, mas mudou as minhas crenças.

***
Minha vó adorava globos de neves, então minha mãe sempre dava à ela de presente. Quando faleceu, minha mãe trouxe os globos para nossa casa. Ela os distribuiu em prateleiras pela sala de estar.

Algumas semanas se passaram e minha mãe encontrou ou vídeo que queria que meus irmãos e eu assistíssemos, pois a lembrava muito da vovó. Todos nós nos sentamos para assistir e claro que no final do vídeo minha mãe estava chorando. Quando o vídeo terminou, todos os globos de neve caíram da prateleira ao mesmo tempo, mas não quebraram. As imagens dentro do globo não se mexiam, apenas a musiquinha tocava.

Obviamente todos ficamos apavorados e então minha mãe falou "mamãe?" E a música parou, a sala ficou extremamente gelada. Minha mãe ficou extremamente desconfortável e pediu que fossemos para o carro, então nos levou para a casa de nossa madrinha.

Ela ficou lá conosco chorando por horas até que recebeu uma ligação do meu pai, dizendo que iria para casa em poucos minutos e que deveríamos nos encontrar lá. Quando voltamos, a sala estava com uma temperatura amena novamente, mas todos os globos estavam quebrados no chão. Todos exceto um, o preferido da vovó.

***
No meu quarto da casa que aluguei, coisas estranhas acontecem o tempo todo comigo. As 02:30 da manhã, às vezes, posso ouvir batidas fortes vido de dentro do armário. Às vezes ouço sussurros no meu ouvido enquanto estou deitado, mas o que mais me apavora é a sensação de pressão na ponta do colchão como se alguém estivesse sentado ali.

Obs: Eu sempre estou acordado quando essas coisas acontecem, não é paralisia do sono.
Aqui tem uma foto da parte interna do meu armário: http://i.imgur.com/Pi2PkJr.jpg
Sim, eu já abri essa portinha. Não tirei fotos, mas é só um espaço vazio de madeira. Uma pessoa agachada poderia caber ali dentro facilmente. É bem bizarro, mas nada demais.

***

Alguns anos atrás, eu e minha melhor amiga nos mudamos para uma casa alugada. Definitivamente era uma casa esquisita e tinha umas vibrações estranhas nela. Toda noite quando eu ia dormir, eu ouvia música. Não cantorias, apenas música, como um rádio tocando longe, mas nunca era uma música que eu conhecesse.

Todas as noites eu sonhava com uma multidão de pessoas sem rostos com um menininho de pé na frente de todos. Ele nunca falava, mas eu podia sentir que queria me dizer algo.

A geladeira abria sozinha com frequência, e nosso gato ficava ouriçado olhando para cantos vazios da casa. Nós sentíamos cheiro de cigarros vindo do quarto dos fundos todos os dias as três horas.

Minhas tias curtiam (ainda curtem) esses lances de caça fantasmas, então colocaram câmeras por toda casa. Não filmamos muita coisa, mas uma das câmeras virou sozinha em um momento e as três da manhã a luz da varanda acendeu sozinha antes de estourar.

Quando me mudei da casa dois anos depois, tive sérios problemas de insônia, pois não tinha mais a música para me ajudar a dormir.

***
Nós costumávamos morar em uma casa bem velha que os bisavôs de meu pai tinham construído para criar seus filhos. De 9 filhos, apenas 4 viveram até a vida adulta, todos morreram dentro da casa, assim como meu tataravô. Não preciso nem dizer que o lugar era assustador para caralho. Nós não podíamos nunca fechar as persianas do quarto do andar de cima que dava para o Leste, vovó dizia que era a janela onde seu pai ficava todos os dias com sua xícara de café, observando.

Um dia, eu e minha mãe decidimos fazer um experimento.   Fechamos as cortinas de todos os quartos e depois saímos de casa para olhá-la de fora. Todas janelas estavam fechadas, exceto a que apontava para o Leste. Tinha uns 10 cm de abertura no meio (suficiente para alguém espiar).

Não vou dizer que a casa era um pouco assombrada, vou dizer que era TOTALMENTE assombrada.

***

Não aconteceu comigo, mas com meu pai. Quando ele era mais novo, costumava ver uma mulher usando uma camisola branca e segurando um candelabro pelos corredores da sua antiga casa. Ninguém nunca acreditou nele, mas meu pai acreditava ser sua avó.

Vinte anos mais tarde, ele estava conversando com uma colega de trabalho. Essa moça contou que costumava ver uma mulher vestindo uma camisola branca e segurando um candelabro pelos corredores da casa em que morava quando pequena. Meu pai perguntou onde ela morava, e era na casa onde ele vivera na infância.

Bizarro.
***

Eu vi algo triangular voando que se parecia exatamente com isso aqui ( https://en.wikipedia.org/wiki/Black_triangle_(UFO) ) ao norte de Minnesota. Sobrevoou sobre um estacionamento que eu estava por um minuto e pouco, depois lentamente saiu de vista. Era grande para caramba, mas devia estar a não mais do que 30 ou 40 metros do chão. Na época pesquisei por mais avistamentos e vi que houveram vários, houveram também algumas teorias, mas nada concreto. Ainda bem que eu estava com outra pessoa para testemunhar junto comigo, se não acharia que era coisa da minha cabeça. Preciso dizer que isso aconteceu há uns 30 km de uma base militar?


***

Esse relato aqui é sobre um tabuleiro Ouija que meus pais encontraram no sótão da casa em que eu morava quando criança.

Quando nos mudamos para essa casa, tinha muito entulho velho no sótão que pertenciam aos antigos (muito antigos, por sinal) moradores. Um dos vários itens deixados para trás, foi um tabuleiro Ouija com aparência muito antiga, feito de madeira e traçado com algo que achei ser veludo. Minha mãe morria de medo daquilo e pediu para meu pai jogar fora. Meu tentou se livrar dele jogando na lareira, a qual estava com chamas bastante fortes.

Nem 20 segundos depois, a lareira explodiu, quebrando a porta de vidro grosso super-resistente ao calor que protegia a lareira, e uma fumaça densa e negra tomou conta da casa (mesmo com a chaminé aberta). Muito bizarro.

***
Quando eu tinha 8 anos de idade, eu estava no intervalo junto do meu amigo falando sobre coisas que meninos de 8 anos falam. Ele disse, "Ontem a noite eu sonhei que dois aviões batiam nesses arranha-céus e tinha fumaça e tudo mais. Eu estava na tocha da estátua da liberdade, assistindo tudo." (Não foram exatamente essas as palavras dele, mas foi mais ou menos isso. Nosso professor que estava sentado próximo de nós identificou o que ele descrevera como a estátua da liberdade.)

No dia seguinte os aviões atingiram as torres gêmeas. Jamais vou esquecer o olhar que nosso professor em nossa direção. Era um olhar genuíno de confusão e medo.

Gostaram? Isso é só um gostinho dos relatos que tenho guardado aqui! Não esqueçam de comentar suas próprias experiencias sobrenaturais para talvez aparecer no próximo post. 
***
Esse conto foi traduzido exclusivamente para o site Creepypasta Brasil. Se você o ver em outro site do gênero e sem créditos ou fonte, nos avise! Obrigada! Se gostou, comente, só assim saberemos se vocês estão gostando dos contos e/ou séries que estamos postando. A qualidade do nosso blog depende muito da sua opinião! 

KEEP CREEPYING!

TRADUÇÃO POR: FRANCIS DIVINA

05/12/2016

Caso Real: Tamam Shud

Olá Creepers! Hoje estou trazendo para vocês um caso real que traduzi e organizei para uma página do face que tenho com a minha amiga, a "Cons Pirei", onde posto conspirações, casos misteriosos e etc. Como achei muito interessante, pensei que vocês gostariam de ler também. Deixa nos coments sua opnião, se devo ou não trazer mais casos reais aqui pro blog.


O Caso de Tamam Shud, ou as vezes como também é chamado, “O Mistério do Homem de Somerton”, pois é sobre um homem morto que foi encontrado por volta das 06:30 da manhã do dia 1º de dezembro de 1948 na praia de Somerton, cidade de Adelaide, Austrália. Considerado um dos maiores e mais profundos mistérios da Austrália, o caso completou 68 anos sem solução anteontem. As dúvidas ficaram entre quem seria o tal homem, quem teria o assassinato, como ele foi parar na praia e os outros milhares de incidentes que cercam sua morte.

Esse meu texto foi inteiramente baseado na página do wikipédia do caso, o link você pode encontrar no final do texto, e no próprio wikipédia você poderá encontrar as fontes para as informações que verá aqui. Fiz algumas adaptações para que o entendimento fique mais fácil, assim como traduções de partes que não podem ser encontradas na versão brasileira do wikipedia. Como todas as páginas e sites brasileiros que visitei que continham matérias sobre isso eram muito simplificadas e vagas, resolvi fazer da forma mais completa e detalhada possível.

Boa leitura, e não esqueça de deixar sua opinião sobre o caso nos comentários!
A VÍTIMA

Descrição física:
O homem parecia ter por volta dos 40 anos, traços “britânicos” e possuía uma boa estrutura física, com ombros largos, cintura estreita, mãos e unhas sem sinais de trabalhos manuais pesados. O primeiro e quinto dedo dos pés dele tinham formato triangular – indicando que o mesmo poderia ter sido um dançarino ou fazendeiro (por causa das botas de montaria), e os músculos da panturrilha eram bastante definidos e fortes (características de bailarino, mas também poderia ser de maratonista). Sua altura era de 1,80 m, cabelos ruivos levemente grisalhos, os olhos eram castanho-claros. Não havia cicatrizes ou marcas de nascença em seu corpo. Sua arcada dentária não bateu com nenhum registro analisado.
Descrição de vestuário:
Vestido com uma camisa branca, gravata vermelha com azul, calça marrom, meias e sapato. E embora o clima na época fosse quente tanto durante o dia quanto à noite, trajava também um suéter tricotado marrom e um casaco cinza marrom no estilo europeu. Suas roupas não tinham etiquetas e o homem não usava chapéu, um fato estranho para o ano de 1948, ainda mais alguém que trajava um terno. Não tinha documentos de identidade em sua posse.

Quando os policiais chegaram ao local do crime, perceberam que ninguém havia mexido no corpo e que o braço esquerdo dele estava em posição reta, e o direito dobrado. Um cigarro não aceso estava atrás de sua orelha, enquanto outro fumado pela metade estava no colarinho direito do casaco. Uma busca em seus bolsos revelou um bilhete de ônibus de Adelaide para St. Leonards em Glenelg, um subúrbio da cidade, e um bilhete de segunda-classe não utilizado do trem de Adelaide para o subúrbio de Henley Beach, e mais um pente americano de alumínio, um pacote pela metade de chicletes Juicy Fruit, um pacote de cigarros Army Club contendo cigarros Kensitas (uma marca diferente) e uma caixa de fósforos Bryant & May. A parada do ônibus relacionado ao bilhete usado localizava-se 250 metros ao sul do lugar onde o corpo foi encontrado.

X indica aonde o corpo foi encontrado.
Testemunhas se apresentaram para declarar que na noite de 30 de novembro avistaram um indivíduo de aparência similar parado no mesmo local, próximo à instituição Crippled Children's Home onde o corpo foi posteriormente encontrado. Um casal que o viu às 07:00 da noite no local onde o corpo foi encontrado, notou o homem esticando todo o braço direito, deixando-o cair de forma frouxa. Outro casal que o viu entre 07:30 e 08:00 da noite, horário em que os postes de iluminação ainda estavam acesos, afirmou não ter notado o homem se mexer durante todo o tempo que estivera em seu campo de visão, mas tivessem a impressão de que sua posição possa ter mudado. Apesar de ficarem em dúvida se o homem estava morto por não reagir aos mosquitos que estavam em sua volta, o último casal pensou que poderia estar apenas bêbado ou dormindo, e sendo assim decidiram não se meter naquela história e foram embora.  

Quando o corpo foi descoberto na manhã seguinte, permanecia na mesma posição observada pelas últimas testemunhas na noite anterior.

A AUTÓPSIA

Uma autópsia foi realizada e concluíram que a morte tinha acontecido por volta das 02:00 do dia primeiro de dezembro. Algumas das observações do legistas foram as seguintes:

“O coração estava em seu tamanho normal, e normal em todos os demais aspectos (...) pequenos vasos incomuns de serem encontrados no cérebro eram facilmente discerníveis com congestão. A faringe estava congestionada, e o esôfago coberto por branqueamento das camadas superficiais da mucosa, com uma trilha medial de ulceração. O estômago estava profundamente congestionado (...) havia congestão também na 2ª metade do duodeno. Havia sangue misturado ao alimento no estômago. Ambos os rins estavam congestionados, e o fígado continha grande excesso de sangue em seus vasos (...) o baço apresentava inchaço expressivo (...) de aproximadamente 3 vezes seu tamanho normal (...) exame microscópico revelou a destruição de lóbulos do fígado (...) hemorragia gástrica aguda, congestão extensiva do fígado e baço, e congestão do cérebro.”

Apesar da revelação de que a última refeição do homem teria sido um pastel assado que comeu três ou quatro horas antes da morte, testes e exames não conseguiram revelar qualquer substância estranha em seu organismo. O patologista Dr. Dwyer concluiu: "Estou convencido de que a morte não foi natural (...) suponho que o veneno utilizado pode ter sido um barbitúrico ou um hipnótico solúvel". Embora o envenenamento tenha permanecido como principal suspeita, chegou-se à conclusão de que o pastel não foi a fonte do veneno. Além disso, o legista não chegou a uma conclusão acerca da identidade do homem, a causa de sua morte ou se a pessoa vista na Praia de Somerton na noite de 30 de novembro era o mesmo homem, pois não surgiram testemunhas que tenham visto seu rosto enquanto ele ainda estava vivo. Apesar de uma fotografia do homem e sua impressão digital circularem ao redor do mundo, nunca se chegou a uma identificação positiva.

Devido à não-identificação, o cadáver foi embalsamado em 10 de dezembro de 1948, o primeiro registro da realização deste procedimento na história da polícia australiana.

IDENTIFICAÇÃO DO CORPO

Em 3 de dezembro, E.C. Johnson foi descartado como suspeito, pois se apresentou a uma delegacia de polícia para se identificar. No mesmo dia, o News publicou em sua primeira página uma fotografia do morto, o que levou a mais denúncias sobre a possível identidade do homem. No dia seguinte, a polícia anunciou que as digitais do morto não constavam em seus registros. No dia 5 de dezembro, o Advertiser divulgou que a polícia estaria pesquisando registros militares em busca de um homem que supostamente teria bebido com outro de aparência similar ao morto em um hotel em Glenelg no dia 30 de novembro. Durante seu encontro, o homem misterioso teria apresentado um cartão de aposentadoria militar que trazia o nome "Solomonson".

Algumas tentativas de identificar o corpo foram realizadas, incluindo uma no começo de janeiro de 1949 quando duas pessoas o identificaram como sendo o ex-lenhador Robert Walsh, de 63 anos. A polícia respondeu com ceticismo, acreditando que Walsh seria velho demais para ser o morto, afirmando no entanto que o corpo seria consistente com o de um antigo lenhador, embora o estado de suas mãos indicassem que ele não cortava madeira há pelo menos dezoito meses. Quaisquer possibilidades de que uma identificação positiva havia sido realizada foram descartadas no entanto quando Elizabeth Thompson, uma das senhoras que havia apontado o corpo como sendo de Robert Walsh, retirou seu testemunho após ver o cadáver uma segunda vez, constatando que a ausência de uma cicatriz em particular, assim como o tamanho das pernas do morto, tornava improvável que aquele fosse mesmo Walsh.

No começo de fevereiro de 1949, havia pelo menos oito diferentes identificações "positivas" do morto, incluindo dois homens de Darwin que acreditavam que o corpo era de um amigo deles, um ajudante de estábulo desaparecido, um funcionário de um navio a vapor e um sueco.

A MALA MARROM

Investigadores com a mala encontrada.

O caso sofreu uma reviravolta quando, em 14 de janeiro de 1949, funcionários da Estação Ferroviária de Adelaide descobriram uma mala marrom com a etiqueta removida, que havia sido colocada no guarda-volumes da estação por volta das 11:00 da manhã de 30 de novembro de 1948. Em seu interior estavam um roupão vermelho listrado, um par de chinelos de feltro vermelho tamanho 37, quatro pares de cuecas, pijamas, utensílios de barbear, um par de calças marrom claro com areia nas barras, uma chave de fenda de eletricista, um pincel de estêncil, uma faca de mesa que fora reduzida a um instrumento de corte curto e afiado, e um par de tesouras como as usadas em navios mercantes para demarcar as mercadorias embarcadas.

Também na mala estava a embalagem de uma linha de costura laranja, um "tipo incomum" similar ao utilizado para remendar um dos bolsos da calça que o morto usava. Todas as marcas de identificação nas peças de roupa haviam sido removidas, mas a polícia encontrou o nome "T. Keane" em uma gravata, "Keane" em um saco de lavanderia e "Kean" (sem o último "e") em uma camiseta, juntamente com três marcas de lavagem a seco: 1171/7, 4393/7 e 3053/7. Os investigadores chegaram à conclusão de que a pessoa que removeu as etiquetas deixara propositalmente o nome Keane nas roupas, sabendo que ele não poderia levar à identificação de seu proprietário.

Mas neste primeiro momento, as roupas foram rastreadas até um marinheiro local, Tom Keane. Como ele não foi localizado, alguns de seus colegas de navio foram até o necrotério ver o cadáver, negando categoricamente que aquele era Keane ou que as roupas na mala pertenceriam a ele. Uma busca concluiu que não havia outro T. Keane desaparecido em quaisquer outros países falantes de inglês, e a divulgação nacional das marcas de lavagem a seco também não ajudou. De fato, a único item da mala que pôde ser aproveitado foi um casaco que apresentava uma nesga frontal e um desenho bordado. Determinou-se que ambos poderiam ter sido feitos apenas nos Estados Unidos, que era o único país com o maquinário necessário para tais tipos de costura. Embora os casacos fossem produzidos em massa, a confecção da nesga só era feita após o proprietário do vestuário experimentá-lo. A roupa também não havia sido importada, indicando que o homem ou visitara os EUA ou a comprara de alguém que visitara e cujo corpo era de tamanho similar ao dele.

Os policiais verificaram os registros ferroviários e chegaram à conclusão de que o homem desembarcou de um trem noturno que teria partido de Melbourne, Sydney ou Port Augusta. Eles acreditavam que o homem teria se barbeado e tomado banho no prédio vizinho do chuveiro público municipal antes de retornar à estação para comprar um bilhete para o trem de 10:50 da manhã para Henley Beach que, por alguma razão, ele perdeu ou decidiu não pegar. Após voltar do chuveiro público, ele deixou sua mala no guarda-volumes, partindo de ônibus para Glenelg. As instalações sanitárias da estação estavam fechadas naquele dia, e depois de descobrir isso e ser obrigado a andar até o chuveiro público o homem pode ter atrasado-se até 30 minutos, o que explica o motivo de ele ter perdido o trem e embarcado no próximo ônibus disponível.

INQUÉRITO

Um inquérito legista conduzido por Thomas Erskine Cleland para definir a causa da morte começou poucos dias após a descoberta do corpo, sendo mantido em aberto até 17 de junho de 1949. O patologista investigador Sir John Burton Cleland reexaminou o cadáver e fez diversas descobertas. Burton notou que os sapatos do homem estavam consideravelmente limpos e pareciam ter sido engraxados recentemente, ao contrário do estado esperado dos sapatos de um homem que aparentemente ficou vagando por Glenelg o dia inteiro. Ele acrescentou que esta evidência se encaixava na teoria de que o corpo pode ter sido levado para a Praia de Somerton após a morte do homem, levando em consideração a falta de evidências de vômito e convulsões, os dois efeitos principais de envenenamento.
Thomas Cleland especulou que, como nenhuma das testemunhas pôde identificar positivamente o homem que viram na noite anterior como sendo a mesma pessoa descoberta na manhã seguinte, permanecia em aberto a possibilidade do homem ter morrido em outro lugar e seu corpo ter sido abandonado na praia. Ele enfatizou que essa teoria não passava de especulação, pois todas as testemunhas acreditavam ser "definitivamente a mesma pessoa", devido ao fato do corpo ter permanecido no mesmo local e caído na mesma posição distinta.

Cedric Stanton Hicks, professor de Fisiologia e Farmacologia da Universidade de Adelaide, testemunhou que o uso de drogas que seriam extremamente tóxicas em doses orais relativamente pequenas para não deixar rastros no organismo era praticamente impossível, mesmo que se suspeitasse de sua aplicação em primeiro lugar. Hicks notou que o único "fato" não definido em relação ao corpo foi a evidência de vômito. Ele então afirmou que esta ausência de sintoma não era desconhecida, mas que não poderia estabelecer uma "conclusão realista" sem ela. O professor também afirmou que se a morte tivesse ocorrido sete horas depois que o homem foi visto se mexendo, isso implicaria a ingestão de uma dose alta, mas que ainda assim não pode ser detectada. Notou que o movimento de braço do homem, presenciado pelas testemunhas às 07:00 da noite, pode ter sido a última convulsão anterior à sua morte.

No começo do inquérito, Thomas Cleland declarou: "Eu não me surpreenderia se confirmasse que ele morreu envenenado, e que o veneno provavelmente foi um glicosídeo e que não foi administrado acidentalmente; o que eu não posso dizer é se foi administrado pelo próprio morto, ou por outra pessoa". Apesar de suas descobertas, ele não foi capaz de determinar a causa da morte do Homem de Somerton.

O fracasso em desvendar a identidade e o que levou à morte do homem levou as autoridades a definirem aquele como um "mistério sem paralelos" e acreditarem que a causa da morte jamais seja determinada. Um editorial de época chamou o caso de "um dos mistérios mais profundos da Austrália", observando que, se o homem morreu por consequência de um veneno que de tão raro e obscuro não pôde ser identificado por especialistas em toxologia, então o conhecimento avançado em substâncias tóxicas do autor do crime apontava certamente para algo muito mais sério do que um mero envenenamento doméstico.

LIGAÇÕES COM RUBAYAT, DE OMAR KHAYYAM


Na mesma época do inquérito, um pedaço de papel impresso com as palavras "Tamam Shud" foi encontrado em um compartimento secreto disfarçado no bolso de uma das calças do homem. Oficiais da biblioteca pública foram convocados para traduzir a nota, identificando-a como uma frase, de significado "fim" ou "terminado", encontrada na última página da coleção de poemas Rubaiyat, de Omar Khayyām.

O verso do papel estava em branco, e a polícia conduziu uma busca por toda a Austrália para encontrar uma cópia do livro que apresentasse um verso em branco similar, não obtendo sucesso. Uma fotografia do pedaço de papel foi enviada então para departamentos de polícia inter-estaduais e divulgada ao público, levando uma pessoa, na época sob o pseudônimo de “Roland Francis” a revelar que havia encontrado uma rara primeira edição de Rubaiyat traduzida por Edward FitzGerald e publicada na Nova Zelândia pela Whitcombe and Tombs, no assento traseiro de seu automóvel, que se encontrava estacionado destrancado em Glenalg na noite de 30 de novembro de 1948. Esta pessoa não sabia da conexão do livro com o caso até ver o artigo no jornal do dia anterior, e sua identidade e profissão foram mantidos em segredo pela corte, assim como as razões que levaram a protegê-lo desta forma.

O livro não trazia as palavras "Taman Shud" na última página, cujo verso estava em branco, e exames de microscopia indicaram que esta página específica havia sido arrancada. O último verso de Rubaiyat, imediatamente antes de "Taman Shud", é:

And when thyself with shining foot shall pass
(E quando você mesmo, com os pés brilhantes, passar)

Among the Guests Star-scatter'd on the grass
(Junto dos convidados espalhados pelas estrelas [?] na grama)
And in your joyous Errand reach the Spot
(E em sua alegre missão alcançar o ponto)
Where I made One - turn down an empty Glass!
(Onde eu fiz um - vire um copo vazio!)

Esta primeira edição, publicada pela Whitcombe and Tombs, usa a palavra "shining - brilhante" no lugar da palavra "silver-prateado" que é encontrada em outras traduções de FitzGerald e edições posteriores. Isto levou a polícia a teorizar que o homem havia cometido suicídio ao ingerir o veneno, embora não exista outra evidência que suporte esta teoria.

Nas costas do livro, foram encontradas algumas anotações feitas fracamente com um lápis. Após exame ultravioleta, foi possível ler cinco linhas de letras maiúsculas, com a segunda delas riscada. As letras riscadas foram posteriormente consideradas significantes por sua similaridade com as da quarta linha, indicando provavelmente um erro e, mais além, uma possível prova de que as letras seriam um código:


WRGOABABD
MLIAOI
WTBIMPANETP
MLIABOAIAQC
ITTMTSAMSTGAB

No livro não está claro se as duas primeiras linhas começam com um "M" ou "W", mas acredita-se ser a letra W, devido à diferença distintiva quando comparado com a primeira letra da quarta linha. A segunda linha “MLIAOI" está riscada. Embora a última letra nesta linha pareça um "L", é bastante claro em uma inspeção mais próxima da imagem que seria um I, mas teria ficado com aparência de L por causa do risco feito por cima. Além disso, o outro "L" tem uma curva característica para baixo. Há também um "X" acima de um 'O' no código, e não se sabe se isso é significativo para o entendimento do código ou não. Inicialmente, especularam ser palavras estrangeiras, até perceberem que era um código. Muitos peritos e especialistas tentaram decifrar o código, porém sem sucesso, declarando que havia “caracteres insuficientes” e que poderia ser “apenas obra de uma mente perturbada”.

Um número de telefone que não constava no catálogo também foi encontrado nas costas do livro. O número pertencia a uma ex-enfermeira que morava na Rua Moseley em Glenelg, situada a 800 metros do local onde o corpo foi encontrado. A mulher declarou que, enquanto trabalhava no Royal North Shore Hospital em Sydney durante a II Guerra Mundial, era dona de uma cópia do Rubaiyat mas que em 1945, no Clifton Gardens Hotel em Sydney, deu-a de presente a um tenente do exército chamado Alfred Boxall, que servia então na Seção de Transporte de Água do Exército da Austrália.

De acordo com informações divulgadas pela mídia, a mulher afirmou que depois da guerra mudou-se para Melbourne e se casou. Tempos depois ela teria recebido uma carta de Boxall, mas respondeu-lhe que já havia se casado. Ela acrescentou ainda que no final de 1948 um homem misterioso perguntara a seu vizinho de porta informações sobre ela. Tendo como base o molde em gesso feito da cabeça até os ombros do cadáver, ela não foi capaz de identificá-lo como sendo Boxall, e que também não conheceria o homem, porém testemunhas, incluído o detetive Leane, no local disseram que a mulher havia “ficado com aparência totalmente abalada, pálida, como se estivesse prestes a desmaiar.” Paul Lawson, técnico que havia feito o molde de gesso, afirmou anos depois em uma entrevista que a mulher havia olhado o molde por poucos segundos, depois se recusou a olhar novamente.

A polícia ainda assim acreditou que o morto fosse Boxall, até encontrá-lo vivo e com sua cópia do Rubaiyat, completa com o "Taman Shud" na última página. Boxall agora trabalhava no setor de manutenção do Depósito de Ônibus de Randwick (onde trabalhara antes da guerra) e não fazia idéia da ligação entre ele e o homem morto. No frontispício de sua cópia do Rubaiyat, a mulher havia copiado o verso 70:

Indeed, indeed, Repentance oft before
(Na verdade, de fato, arrependimento antes)
I swore--but was I sober when I swore?
(Eu jurei - mas eu estava sóbrio quando eu jurei?)
And then and then came Spring, and Rose-in-hand
(E então e depois veio a Primavera, e com a rosa na mão)
My thread-bare Penitence a-pieces tore.
(Minhas penitências descalças se despedaçaram em pedaços.)

Quando questionado por repórteres sobre o significado do verso, Boxall desconversou, dando uma resposta evasiva.

A mulher vivia agora em Glenelg, mas negou conhecer qualquer detalhe sobre o morto ou o motivo de sua visita ao subúrbio que ela morava na noite em que morreu. Solicitou então que, uma vez que havia se casado, seu nome fosse omitido do inquérito policial para evitar quaisquer constrangimentos ao tê-lo ligado ao morto e Boxall. A polícia concordou, impossibilitando que investigações subsequentes contassem com uma das melhores pistas do caso.

Kate Thomson
Em seu livro sobre o caso, Gerry Feltus afirmou que, quando entrevistou Thomson, em 2002, achou que a mulher estava sendo "evasiva" ou "simplesmente não queria falar sobre isso". Feltus acredita que Thomson sabia quem era o homem encontrado na praia. A filha de Thomson, Kate, em uma entrevista no programa “60 minutes”, em 2014, também disse que acreditava que sua mãe conhecia o homem morto. Porém, Thomson faleceu em 2007, levando seus segredos consigo para o túmulo.

PÓS INQUERITO

Após o inquérito, foi feito um molde em gesso da cabeça e ombros do homem, e ele foi então sepultado no cemitério West Terrace em Adelaide. Os serviços fúnebres foram conduzidos pelo Exército de Salvação, e a The South Australian Grandstand Bookmakers Association arcou com as despesas para evitar que o homem fosse enterrado como indigente.

Mensagem no túmulo do homem: "Aqui jaz o homem desconhecido que foi encontrado na praia de Somerton no dia 1º de Dezembro de 1948".
Anos depois do enterro, flores começaram a ser depositadas sobre o túmulo. A polícia questionou uma mulher vista deixando o cemitério, mas ela negou que soubesse qualquer coisa sobre o homem. Na mesma época, uma recepcionista do Strathmore Hotel, que ficava em frente à Estação Ferroviária de Adelaide, revelou que um estranho havia se hospedado no quarto 21 no mesmo período da morte, deixando o hotel em 30 de novembro de 1948. Ela relembrou que o homem falava inglês e carregava uma maleta preta, semelhante a de um médico. Outra funcionária havia revelado a ela que teria olhado dentro da mala, e lá teria encontrado um objeto que se assemelharia a uma “agulha” ou “seringa”.

Houve inúmeras tentativas mal sucedidas desde sua descoberta para desvendar o código encontrado no livro, incluindo os esforços de inteligências militares e navais, matemáticos e desvendadores de códigos amadores. Em 2004, o detetive aposentado Gerry Feltus sugeriu em um artigo do Sunday Mail que as 9 primeiras letras da linha final "ITTMTSAMSTGAB" poderia representar as iniciais para “"It's Time To Move To South Australia Moseley Street...", em tradução livre seria algo como "É hora de se mudar para o Sul da Austrália Moseley Street ..." (a ex-enfermeira morava em Moseley Street, que é A estrada principal através Glenelg). Uma análise de 2014 feita pelo lingüista computacional John Rehling apóia firmemente a teoria de que as letras consistem como letras iniciais de um texto em inglês, levando acreditar que seria de fato uma forma mais curta de escrever um texto, e não um código em si. Foi feita uma busca intensa por livros que poderiam conter palavras com as letras iniciais do código naquela mesma ordem, mas nada foi encontrado. O seu significado provavelmente jamais será desvendado.

A Sociedade Histórica da Polícia Australiana do Sul ainda tem posse do busto de gesso, que contém fios do cabelo do homem. Qualquer tentativa adicional de identificar o corpo foi dificultada pelo embalsamamento de formaldeído, tendo destruído grande parte do DNA do homem. Outras evidências-chave também já não existem, como a mala marrom, que foi destruída em 1986. Além disso, declarações de testemunhas desapareceram dos arquivos policial ao longo dos anos.
À esquerda, orelha do homem encontrado na praia, à direita orelha de um homem caucasiano para comparação.
Em investigações adicionais, foi descoberto que o homem tinha uma curvatura da orelha muito característica, algo que só era encontrada em 1-2% da população caucasiana. Também foi descoberto que o homem era portador de Hipodontia, uma condição de possuir menor número de dentes que o natural, acontece em apenas 2% da população mundial; Investigadores tiveram acesso a fotos do filho de Thomson, Robin, e descobriram que o garoto também possuía não somente a orelha característica como Hipodontia também. As chances disso ser uma coincidência é de uma em 10,000,000 e uma em 20,000,000 respectivamente. Por esse motivos foi especulado que Robin Thomson, que tinha 18 meses em 1948, poderia ser filho do falecido. Porém como Robin já havia falecido em 2009, a justiça não concedeu o direito de exumação do corpo para fazer os testes de DNA, pois como foi declarado, “Seria necessário que houvesse razões de interesse público que vão muito além da curiosidade pública ou do interesse científico geral.”