25/09/2014

Garrafa



A minha condenação venho na forma de uma garrafa...

Não, não é como você está pensando.

Quando eu era um garoto, meu melhor amigo morava perto de um pequeno aterro sanitário – um ótimo lugar para crianças se aventurarem.
Monster bottle
O lugar era cheio de mistério e descobertas excitantes, e se você encontrasse algo legal, ninguém se importaria se você o pegasse. Bom, ninguém exceto os seus pais. A única exceção era a mãe do meu amigo; a maioria de seus pratos e panelas foram tirados daquele aterro. Eu não aprovava isso.

Um dia, eu estava naquele aterro, desmantelando um carro com alguns amigos. Alguns estavam interessados nas peças, mas eu só queria quebrar coisas. Quando retiramos todo o motor, passamos para o interior do carro. Embaixo de um dos bancos encontramos uma pequena garrafa, cheia com um tipo de liquido verde e borbulhante.

Naquela época, a curiosidade sempre superava a higiene. Eu a destampei e cheirei. O cheiro era agradável, como menta, e um pouco floral. Um dos garotos, Jackie, me desafiou a beber aquilo. Era um desafio em dobro, ou seja, seu eu bebesse, ele também beberia. Eu tive que aceitar.

O gosto também era agradável, e me aqueceu da cabeça aos pés. Meu corpo foi tomado por um estranho e agradável formigamento. Nada mais aconteceu, não até aquela noite.

O primeiro efeito foi que eu não conseguia dormir. Eu nem precisava dormir mesmo. Já estava bem agitado

O segundo efeito veio um mês depois. Comecei a tossir coisas. Eu estava brincando sozinho na floresta e comecei a tossir sangue. Não apenas sangue, mas também pedaços de carne... Então comecei a vomitar. O meu intestino delgado saia da minha boca como uma grande cobra enquanto eu estava ajoelhado ali no chão, tremendo, chorando, e lutando para respirar. Eu estava literalmente vomitando minhas tripas.

Todos os meus órgãos pareciam mover-se para acomodar meus pulmões. Meu coração parecia prestes a sair pela minha boca. Eu estava sangrando tanto, que se não tivesse abandonado minhas roupas elas estariam completamente tingidas de vermelho agora. Mais tarde, os policiais encontrariam minhas roupas e procurariam por mim, um desaparecido que nunca mais achariam.

Porém, eu não me sentia vazio quando todo o processo estava terminado. Novos órgãos já tinham crescido dentro de mim. Eu podia senti-los, vesículas e espirais brotando do nada.

Finalmente, o terceiro efeito. Dois meses depois, comecei a ansiar por água, uma grande quantidade dela. Não posso explicar a sensação de sede que me tomou, mas posso afirmar que sentia uma sede desesperada. Durante uma noite, saí do moinho abandonado onde estava escondido e me arrastei até encontrar um pântano. A água enlameada e cheia de insetos parecia como um lar para mim agora. Fiquei submerso, repousando com apenas meu olhos para fora, assistindo aos peixes e salamandras serem comidos pelas garças; fiquei por bastante tempo naquela posição, esperando por minha caça.

Tenho certeza que você já sabe qual foi o quarto efeito...

Estou digitando esse relato no celular da minha última vítima.

Ela estava deliciosa.

E cheirava como melões frescos

20/09/2014

O Celeiro

Algo aconteceu há 17 anos, e talvez nunca terá uma explicação. Não escrevi sobre isso antes pois, isso me atormentava muito, não me sentia mentalmente pronto para contar sobre isso. Deixe-me começar.

Era uma noite normal de verão, eu estava assistindo “Os Flintstones”, e estava na casa dos meus avós. A minha avó estava de plantão no hospital, então naquela noite era apenas eu e o meu avô.

Ele já tinha caído no sono, então percebi que poderia fazer o que quisesse. Decidi que depois do desenho, eu sairia. Uns 9 minutos depois que o desenho acabou, o volume da TV começou a diminuir. Até pude ver as linhas do volume descendo na TV. “Que droga é essa?!” pensei. “Ah, Já sei! Deve ser apenas o meu avô brincando.” (Já que ele estava com o controle.) Então fui até a cadeira dele e vi que ele estava com os olhos fechados. Pensei que estivesse fingindo, mas depois de alguns minutos de pé ao lado dele, percebi que ele não poderia fingir por tanto tempo.

Logo comecei a ficar assustado. No momento em que sai da casa, meus pés ficaram gelados. Comecei a pensar que não deveria ter saído. Meus avós moravam em uma fazenda, então eles tinham um celeiro. Decidi visitar a nossa própria coruja que vivia no celeiro, George. Quando entrei no celeiro e chamei seu nome, não recebi uma resposta. Eu sabia que não era normal. Ele nunca nos ignorava!

Quando eu ia saindo, alguém falou comigo, “Então você se acha corajoso?

Virei para trás, mas não havia ninguém na escuridão.

A voz sem corpo falou outra vez, “O que foi?”

Corri de volta para casa, entrei, e procurei meu avô para contar o que tinha acontecido. Eu o encontrei pegando um biscoito na cozinha. Contei para ele sobre a voz, e ele não soube o que responder. Por fim, ele disse que não era nada, e recomendou que fôssemos dormir. Pedi para que ele fosse comigo outra vez lá fora. E ele aceitou. Fomos para o celeiro, e meu avô ficou surpreso quando George não respondeu. Foi quando vimos um homem e quase 2 metros, descendo a escada de madeira que levava para outro andar do celeiro. Quando ele nos viu, correu de volta para o canto mais escuro. Eu estava com tanto medo, que saí correndo para casa.

Quando fiquei preocupado com o meu avô, resolvi voltar com uma lanterna. Ele ainda estava na porta do celeiro quando voltei. Resolvemos entrar no celeiro para examina-lo. Enquanto estávamos lá dentro, ouvimos o nosso cachorro, Oliver, latindo como se tivesse visto o próprio demônio. Nós sabíamos que os animais podiam ver e sentir coisas anormais.

Voltamos para dentro da casa e decidimos ignorar o que estava acontecendo e dormir ao som de “In the Ghetto” do Elvis. Meu avô já estava dormindo quando deu 11:00 pm, mas eu continuava sem conseguir grudar os olhos. Quando se aproximava 1:00 am, ouvi uma batida na janela. Eu m mijei todo, literalmente. Decidi levantar e dar uma rápida olhada na janela. E para meu completo espanto, quando afastei as cortinas, vi um homem com o rosto grudado no vidro e com um grande sorriso. Pensei que talvez fosse a mesma pessoa que vimos no celeiro.

O homem falou algo que não consegui entender muito bem naquele momento, mas soava como, “Você não está seguro, criancinha tola!”

Então eu gritei e acordei o meu avô. Contei o que tinha acontecido e ele correu para pegar uma de suas armas. Então passamos o resto da noite trancados no quarto com uma espingarda. De alguma forma consegui cair no sono, mas sou assombrado por esse acontecimento, até hoje.

Creepypasta dos Fãs: O Pequeno Sam


13 de Maio, 1996

Meu nome é Brienne, tenho 15 anos e tenho o sonho de me tornar escritora daqui alguns anos. Decidi escrever este diário para praticar minha escrita e passar o tempo.

Minha família é grande, tenho três irmãos e moramos com nossos pais em uma casa humilde, mas grande o suficiente para todos nós.

Amanhã meu irmão Sam completará sete anos de idade, será um longo dia.

14 de Maio

Hoje acordamos bem cedo, fomos ao zoológico, em uma lojinha infantil entediante e depois comemos um bolinho em homenagem ao Sam. Meus aniversários nunca são legais assim.

Parece que meu irmãozinho se apaixonou por um livro infantil que ganhou de um tio qualquer.

15 de Maio

Como eu odeio o Domingo!

Tivemos que ir almoçar na casa da vovó Lianne, a única pessoa que foi realmente feliz pra lá foi o Sam, que não desgruda do estúpido livro. O livro, além de velho, tem desenhos mal feitos e uma leitura estranha.

20 de Maio

Tem sido uma semana corrida aqui em casa. Meu irmão mais velho caiu da escada enquanto descia do quarto para a sala e está internado, meu pai tem estado irritado esses dias, meu outro irmão vive trancado no quarto, mamãe está muito abatida e Sam não desgruda do livro nem pra tomar banho.

23 de Maio

Estamos sem notícias sobre o estado de saúde de Martin, meu irmão que caiu da escada. Tenho certeza que os médicos estão escondendo algo da gente. Encontrei Tom, meu irmão do meio, chorando ontem. Ele anda afastado de todos, mamãe está arrasada.

30 de Maio

Minha vida está desmoronando.

Martin está morto, assim como Tom. Tudo em apenas uma semana, não sei de onde estou tirando forças para escrever.

Sobre Tom, ele foi encontrado morto no quarto. Mamãe bateu na porta depois de ouvir um barulho muito alto e lá estava ele, estirado no chão. No relatório diz suicídio, um absurdo.

Martin não resistiu aos ferimentos de um simples tombo da escada, tudo isso está muito confuso.

02 de Junho

Como se tudo que vem acontecendo não bastasse, mamãe e papai brigaram feio e se separaram. Consegui ouvir do meu quarto parte da conversa em que papai dizia que Sam precisava de tratamento psicológico.

Eu teria ouvido mais se Sam não estivesse gritando “FORA!” durante a discussão.

04 de Junho

Nunca me senti tão sozinha. Meus irmãos (exceto Sam) estão mortos, papai saiu de casa e não entra mais em contato, mamãe parece cada dia mais esgotada e parece que só tem o Sam de filho. Já Sam, nunca o vi mais estranho, ele parece estar me seguindo por todos os cômodos. Jamais me esquecerei de ontem, quando pedi pra ver seu livro, ele se encheu de fúria e gritou algo como: “Não me chame de Sammy e nunca toque em meu livro!”

O mais estranho disso tudo, foi que mamãe viu ele gritando desse jeito comigo e apenas abaixou a cabeça e o levou para o quarto.

Preciso dormir!

05 de Junho

É provável que eu já esteja morta enquanto você lê isso, não tenho mais nada a fazer, minha vida está condenada.

Acordei de madrugada com mamãe gritando com Sam e depois ouvi ela gritar para que eu trancasse a porta. Pensando que mamãe estivesse em perigo, abri a porta de leve e vi algo que jamais me esquecerei:

Sam vinha correndo de quatro pelo corredor, com o livro pendurado na boca, estava coberto de sangue. Pensei em ajuda-lo, mas o jeito demoníaco que ele se movia fez com que eu trancasse a porta. Ouvi uma batida surda na porta e percebi que ela não resistiria, então arrastei minha escrivaninha pra frente dela e me escondi atrás da cama. A barricada que fiz não irá durar muito.

Estou sentindo a madeira se rachando, ele estará aqui em breve. Já gritei pela mamãe, mas acho que aconteceu algo com ela, ela não responde.

Agora entendo o que aconteceu com meus irmãos, sou a próxima da fila, a última.

A porta não resistiu, Sam entrou, e ele não está sozinho.




Autor: Anguy Archery