23/10/2018

Alma Interna

A campainha de casa toca. Meu pai que já sabia do que se tratava depois de tanto tempo de espera, já desce as escadas correndo até a porta. Passando pela cozinha ele avisa minha mãe, dizendo para reunir as crianças até a sala. Ele finalmente abre a porta na segunda campainha e encontra dois homens, ambos com certa cara de tédio e desgosto pelo trabalho. Não se conseguia ver o brilho em seus olhares, o mesmo brilho que era esbanjado no comercial do produto. Junto deles estavam uma grande e comprida caixa, lembrando uma espécie de caixão de ferro.

Meu pai os convida a entrar e logo eles entram sem dizer uma palavra. Minha mãe aguarda na sala com eu e minha irmã e logo avista- o pai guiando os empregados e o caixão até a sala. "Pode deixar aqui." Diz meu pai para os entregadores. Eles depositam a pesada caixa sobre o carpete, fazendo o chão de madeira embaixo dar uma leve rangida. Nossa casa não era velha, era até chique, de uma maneira rústica. Um lindo chão de madeira, junto detalhes feito por artesões especialmente para a casa, todos contratados pelo meu pai. Ele era uma pessoa que gostava de estar por dentro da ''moda'' atual de sua própria maneira. No fim era um homem sábio.

Ele se reúne junto da gente e nos abraça, ansioso para nos mostrar sua surpresa. Os homens começam a mexer entorno da caixa, configurando seu funcionamento. Uma luz verde brilha no topo dela e uma porta surge em sua frente, abrindo a lacrada caixa de ferro. Os homens que mexem em sua parte de trás ao perceberem a movimentação dela logo se levantam e levam uma prancheta com um papel para meu pai. Ele estava fascinado com o movimento da caixa e nem percebe o homem a sua frente. Ele agarra correndo e com dificuldade a caneta e assina o papel sem nem ver do que se tratava. Os homens vão embora pela porta, ambos sem falar nada. A caixa se abre por completo e um humanoide robótico desce dela.

Meu pai fascinado, minha mãe com uma cara de medo conforme aquilo pisa sobre o carpete, mostrando que a maioria do peso da casa vinha daquilo. Minha irmã olhava com desgosto, tédio, querendo voltar logo para seu quarto. No momento observei aquilo com certa admiração. Não sabia do que se tratava aquilo, mas me interessava a nova surpresa do pai. O Robô coloca seu outro pé no carpete e até aquele momento uma expressão viva ainda não vinha dele.

Meu pai que estava aguardando algo avança para a caixa e procura algo dentro, puxando um controle e voltando para junto da gente. Ele analisa o controle e aperta um botão nele, mirando contra o Robô. Seus olhos começam a brilhar sua cabeça se ergue, observando a família. Sua análise começa a observar as expressões de casa ser ali. Vendo por toda a sua programação, tentando entender o padrão da família que o "adotou".

"Meu nome de fábrica é SCP-1951 mas minha configuração aceita e por parte da família qualquer outro nome que seja de seu interesse." Ele vira a cabeça com uma cara sempre curiosa depois de se apresentar. "Você deve ser o dono dessa família." Diz ele se aproximando 3 passos antes que minha mãe entrasse atrás de meu pai e minha irmã ficasse tentando se mostrar enfrentando aquela coisa que para ela não passava de lata velha. Eu vou indo junto de minha mãe ainda curiosa. Ele para ao ver a movimentação repentina e encara minha mãe.

Com um severo olhar vazio. Como que uma máquina consegue dar tal sentimento a uma pessoa? Ela se vira para minha irmã e eu e nos encara profundamente. Se virando para meu pai que analisava seus comportamentos com admiração. "Seja bem-vindo" Disse meu pai. "É uma honra ter você na família a partir de agora." Diz enquanto olha com vergonha para sua filha e mulher que se escondiam de seu novo convidado. "Sou programado para executar qualquer atividade doméstica, caso queira posso iniciar automaticamente um reconhecimento local para vasculha de deveres" Interrompe a máquina, olhando para meu pai. Ele pega o controle analisando ele e olha para o Robô.

"Claro, claro, pode começar o seu... Reconhecimento." Meu pai parecia cada vez mais surpreendido por cada ação de qualquer forma mais simples que seja do novo membro. O resto da tarde parecia normal. Minha irmã em seu quarto ouvindo música. Minha mãe que não parava quieta pela casa e eu a seguindo feito uma sombra. O pai que não saia de seu escritório e que passou a tarde inteira lendo com prazer todo o manual de sua compra. Eu percebia que a mãe não se sentia bem com aquilo perambulando pela casa.

Sempre que nos encontrávamos ela colocava a mãe sobre mim e passava rápido por aquilo. Eu lembro das palavras do pai dizendo que o nosso medo não passava de baboseira e que aquilo nem nos reconhecia, só estava ali para ajudar em trabalhos definidos. Mas mesmo assim eu conseguia sentir algo vivo ali. Uma alma que observava além da lataria. Logo anoiteceu e na sala o pai pegou e por seu poderoso controle que ele carregou por todo o lugar naquele dia, repousa o até o momento convidado sem nome.

Minha mãe observava da porta da cozinha meio desconfiada se aquilo realmente iria se desligar e não ficar vagando pela casa de madrugada. Eu junto dela observava interessada naquilo tudo. Minha irmã passou com suas músicas em fones extremamente altos, dizendo quase gritando. "Essa coisa feia vai ficar aqui embaixo junto comigo?" O pai disse que não havia problema nenhum, que ele não passaria nada mais como um móvel ali.

Minha mãe vai seguindo minha irmã para o quarto. Quase fui junto dela mas parei ao ver um suspeito movimento do robô, uma virada de cabeça rápida e direta para minha irmã. Jogando algo que eu mesmo senti, somente por passar no raio de sua visão. Olho para ela e percebo que ela não se abalou em nada. Nem mesmo olhou para trás. Talvez sua música alta impediu ela de sentir aquilo. Coisa que deve ter alertado o sentido materno dela.

Logo ela voltou cansada depois de conversar e fazer ela dormir. De fato uma luta difícil fazer ela largar aqueles fones. Eu estava esperando ela no sofá, olhando o Robô que parecia estar completamente inerte em seu carregamento. Ela chega bem rápida puxando eu, enquanto olha para ele bem perturbada. Vou indo junto, subindo as escadas até meu quarto. O pai já estava na cama, lendo seu livrinho para dormir.

A mãe era a que sempre me colocava para dormir. E não foi diferente hoje, ela veio me enfiou debaixo das cobertas e foi embora, deixando somente o abajur antigo aceso. Ela parecia querer sair logo da escuridão e poder descansar em sua cama. Eu ouço seus passos até o quarto, enquanto minha visão já vai se fechando, caindo no sono. Consigo até ouvir sua porta encostando de leve. Ao longe por último depois de alguns segundos ouço uma série de rangidos e outro som de porta, como uma fechadura se trancando.

Pareço apagar por algum tempo indefinido. Quase que me perguntando onde estava. Logo identifico o que parece me acordar. Uma espécie de assobio irritante e que misturava outros sons juntos. Algo tremia junto do som. Um som horrível. Eu vou me levantando da cama, pisando com cuidado no chão e sentindo um leve arrepio de natureza ao colocar o pé tão próximo de debaixo da cama. Algo como um trama natural. Vou indo até a porta, abrindo ela e observando uma completa escuridão. No final do corredor estava a porta do quarto de meus pais.

Quase era impossível enxergar tal. Vou em direção do quarto dos pais, me chocando com a porta ao ver que ela estava completamente trancada. Me confundo e dou umas batidinhas na porta, cansada. Não ouço nada de dentro e o som lá de baixo encontra meu ouvido novamente e me viro para as escadas, vendo um pequeno brilho vindo do corredor do quarto de minha irmã. Vou indo passo por passo, dormindo em pé. Seguro no corrimão com dificuldade pela altura de tal. Chegando embaixo vejo que toda a luz sai por debaixo da porta dela. Olho intrigada. Pensando: "Hmmm, o que será que Cecília está aprontando."

Me jogo na porta abrindo ela e me deparando com aquela cena. Aquela máquina estava lá. De seus olhos e bocas saiam uma luz colorida, alternando de azul e vermelha, girando por todo o quarto. O som saia de uma maneira tão baixa para a cara que se tornava ali. Com ele de costas eu só conseguia ver uma poça líquida derramada por todo o chão. Brilhando conforme a luz passava entre ela e erguido em suas grandes mãos de lata estava minha irmã.

Fragmentada fisicamente de uma forma deprimente mas com esperança de que sua alma saia de seu sofrido casulo de carne agora aberto.

Autor: Luiz Felipe Kantovitz

17 comentários:

  1. PELO AMOR DE DEUS POE UMA LETRA BRANCA,NÃO DA P LER QUASE NADA COM ESSE FUNDO ESCURO E UMA LETRA CINZA,AINDA MAIS QUANDO VC TA LENDO PELO CELULAR E NA RUA

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  2. Com todo respeito, achei a creepy bem mais ou menos. Tive que me esforçar para ler até o final, e o final foi bem fraquinho

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  3. Gente, olha só, quando vcs forem postar creepys dos leitores, tenham em mente que nao somos apenas meros fãs, expectadores, e sim tem muita gente com capacidade para escrever algo bom,tenham criterios para postar, nao é pq eh de fã que tem q postar algo assim tao superficial e sem graca, quantas pessoas mandam creepys pra vcs? Vcs analisam algumas antes de escolher postar uma? Pq n eh possivel que o melhor dos "fãs" seja isso. No mais, obrigada por postar, mas ta fraco.

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  4. Senti uma leve inspiração em "Eu, robô"

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  5. Cheguei a rir com a creepy,acho que a intenção não era ser cômica não?

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  6. Grupo de creepy, gore e afins para quem tiver interesse:

    https://chat.whatsapp.com/8tUgC8WlTjbGpfloqtlK6x

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  7. Não achei ruim... A idéia empolga e poderia ser muito boa, mas... Acho que o final poderia ser mais surpreedente, ou, no mínimo, melhor escrito e mais bem elaborado. Tenho certeza que se você continuar escrevendo e se esforçando, conseguirá um grande progresso.

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  8. Só eu achei que ele era, de fato, o SCP-1951?

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    1. Não haha! Lembrei dos objetos e criaturas da companhia SPC na hora também!

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  9. Me lembrou o filme "o homem bicentenário"

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  10. so me lembrou detroit aa
    e sla, não entendi muito por que ele matou a garota a

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  11. Olha... Desculpe falar, mas isso está horrível. Texto descontruido, final sem sentido...ta muito abaixo dá qualidade que o blog costuma oferecer. Vocês podem fazer melhor do que isso, tenho certeza, pois são todos muito talentodos.

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  12. Essa realmente foi ruim. Meu maior medo fictício é o de robôs e essa creepy me deixou entediada, tanto que só percebi que, oh, é sobre as criaturas que eu mais odeio! no final.
    O texto foi muito mal escrito, com construção de frases super bizarra. E pontos finais em lugares estranhos. Que te fazem ler pausando desse jeito.
    O autor tenta escrever de uma forma densa e trabalhada, mas o resultado final é estranho. A Creepypasta acabou parecendo uma fanfiction arrastada de um artefato da SCP Foundation.

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  13. TerriveT de ruim, agora eu entendo porque eu tinha parado de abrir o site

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