02/02/2016

Conhecido Apenas Como "Aquilo"

O que será citado a seguir é uma história real, incluindo o fato de que eu e meu amigo – que chamaremos de Kaskie – estamos nela.

Nós estávamos no treinamento básico da Marinha, estava quase no fim e logo nós nos mudaríamos para a frota. Como você pode imaginar as pessoas de lá geralmente ficam muito próximas, morando por tanto tempo juntas. Tão próximas que uma noite, meu amigo Kaskie decidiu contar relatos de um do encontro que ele teve com uma criatura que aparentemente não tinha nome.

Eu, Kaskie e dois outros amigos nos sentamos em uma das beliches assim que todos foram dormir. Começamos contando histórias que havíamos escutado, seja de terror ou não. Kaskie ficou em silêncio o tempo todo, parecendo incomodado.

Alguns minutos depois ele começou a nos contar da casa dele em Indiana, pequenas histórias “assustadoras” que ele jurava que eram verdadeiras. Nós continuamos a conversar assim que ele terminou, mas ele ainda parecia incomodado com algo, então, nós o instigamos a falar e depois de alguns momentos, ele o fez.

Ele começou dizendo que nunca deu um nome para a entidade, acreditando que se tivesse um nome, sua influência seria maior e ele retornaria ao ouvir o suposto nome. Por mais que aquilo parecesse loucura quando eu ouvi, ele tinha certeza do que dizia, mas chegaremos nesse ponto em breve.

Kaskie tinha apenas oito anos quando o incidente aconteceu e vivia numa casa velha e cheia de histórias por trás. Ele já havia tido alguns “encontros paranormais” pela casa, mas nada havia deixado lembranças marcantes assim, nada como aquilo. Quanto mais ele falava, mais pálido ficava e sua expressão demonstrava nervosismo, olhando para os lados de forma frenética, com medo de que aquilo voltasse para terminar o que havia começado quinze anos antes.

Como eu disse, ele tinha oito anos na época, e segundo ele, eram 02h37min da manhã. 

Provavelmente nunca esquecerá esse horário.

Ele acordou, sentindo vontade de usar o banheiro, levantou-se da cama nas pontas dos pés e caminhou no chão amadeirado até o próximo cômodo. Foi aí que ele ouviu algo na escada, que era próxima do banheiro. Aquilo se movia lentamente e parecia ter quatro patas, mas Kaskie não tinha um cachorro. Devido ao medo, ele ficou congelado ali, sem saber se deveria continuar o caminho até o banheiro ou simplesmente voltar para o seu quarto, então ele continuou lá, escutando enquanto o barulho ecoava pela escada.

Aquilo eventualmente alcançou o último degrau, e o que Kaskie viu fez com que ele sentisse um frio na espinha e todo o sangue do seu rosto sumisse.

Ele descreveu como se tivesse o corpo de um cachorro, um cachorro sem pêlo algum e gigantesco, que mesmo estando nas quatro patas, parecia ter uns dois metros de altura. A cabeça daquilo, não era de um cachorro, na verdade, lembrava a de um humano, só que na posição contrária e os dentes lembravam os de um Tamboril. Seus olhos eram apenas manchas escuras, e pareciam deixar tudo mais escuro, só de olhar pra eles – como encarar um túnel –.

O nariz eram apenas duas fendas e as unhas pareciam mais garras, arranhando a madeira enquanto se movia. Ele e a coisa se encararam por apenas alguns momentos até Kaskie decidir voltar para o quarto dele, fechando a porta rapidamente e se escondendo embaixo do cobertor.

Mas aquilo não desistiu tão facilmente.

O som da porta se abrindo foi apenas um sinal de que a coisa havia o seguido. Lentamente ele tentou espiar, ainda embaixo dos edredons, e deu de cara com aquilo sentado em sua cama, encarando-o com aqueles mesmos olhos escuros.

De repente, a coisa pulou, agarrando Kaskie pelas pernas e o levando para o centro do cômodo, o balançando de forma agressiva até Kaskie desmaiar.

Ele acordou na manhã seguinte com marcas profundas de mordidas nas suas pernas e lotado de arranhões e roxos espalhados pelo corpo, ele contou a sua mãe, mas ela pensou que ele havia sido atacado por algum cachorro no dia anterior, ou que outra criança havia batido nele.

Mas independentemente, ele nunca havia falado sobre isso com ninguém, com exceção de nós, claro.

Nós sentamos em silêncio por alguns momentos, antes de decidir que estávamos cansados e queríamos dormir; e isso deveria ser o final de tudo, mas não foi. Um tempo depois, decidi falar com Kaskie sobre aquilo, mas não o tratando como algo “sem nome” e sim o citando com um nome que eu havia escolhido. Ele me disse para nunca mais falar sobre o assunto e me bloqueou imediatamente para que eu não o questionasse mais... Mas não acho que aquilo iria atrás dele mesmo se ele ficasse com o nome gravado na mente para sempre, já que depois disso tudo, ele veio até MIM.

No começo eram coisas simples, vultos no escuro, caminhando pela casa; aquilo provavelmente fez a mesma coisa com Kaskie, mas ele não percebeu. Eu decidi sair de casa quando ouvi arranhões na minha porta, a qual eu havia trancado para que aquilo não entrasse.

Dirigi até a cidade da minha namorada e decidi ficar em um hotel simples. Eu achei que estaria salvo lá, achei que a distância faria algum tipo de diferença, mas uma noite, totalmente ao acaso eu olhei pela janela do quarto e aquilo estava lá fora. Não estava exatamente na minha janela, mas eu podia ver o meu carro no estacionamento, e a grande sombra de “cachorro” próxima a ele, correndo suas unhas na porta.

Continuei o encarando por um tempo, congelado pelo pânico, mas logo me afastei da janela, com medo que aquilo descobrisse o meu quarto exato. Eu até poderia achar que aquilo era um cachorro qualquer, se ele não tivesse retornado todas as noites, caminhando ao redor do meu carro e correndo as garras imensas dele pela extensão do mesmo.

Depois que retornei para minha cidade, decidi me mudar rapidamente para um apartamento, presumindo que aquilo não me acharia devido aos cheiros de outras pessoas que morariam próximas a mim.

Até agora funcionou, não vi aquela coisa dentro do meu apartamento desde que me mudei, mas toda noite, quando quase ninguém está acordado, ele retorna ao meu veículo, arranhando a porta e procurando por mim, e eu tenho medo que um dia ele consiga seguir o cheiro até o quarto andar do prédio, onde meu apartamento fica, e que ele decida me visitar, o homem que o deu poder simplesmente por causa de um nome.




creds

18 comentários:

  1. Não sei se sou só eu que sou muito lerda, ou se isso é normal, mas eu nunca consigo visualizar como são esses monstros.. Isso porque eu ainda me acho bem criativa lol

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. Muito legal, parabéns por traduzir! :)

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  4. Muito legal, parabéns por traduzir! :)

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  5. É um cachorro encantado procurando o nome







    Eu li creds no final e pensei que era o nome dado ao bixo

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  6. Muito parecido com o Rake, mas esse bicho tem a cabeça ao contrario...Otima creepy!!! 08/10

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  7. Aparece algo semelhante em algumas lendas judaicas ligadas ao Dybbuk. Um bom exemplo nos cinemas é o filme "The Unborn".

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  8. Este comentário foi removido pelo autor.

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  9. Owm que bonitinho,lhe chamarei de totó

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  10. Owm que bonitinho,lhe chamarei de totó

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  11. Vou chamar ele de "Timothy arranha carros":v

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  12. The Rake meu filho Sai daí vai pra dentro !!! Fiz um bolo la !!! De carne humana :V

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  13. meus deuses vcs acharam meu querido Fido, a família esta desolada sem o nosso cachorrinho, eu mandei ele espantar uns testemunhas d jeova q bateram aki em casa num domingo desses d manhã e ele nunca mas voltou. Guarda ele pra mim amigo do Kaskie q eu to indo busca-lo...

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