08/07/2017

Um fantasma no sótão

Tem um fantasma no sótão. Sei que soa estranho. Mas ele está lá! 

É o que a Debby falava para a mamãe todas as noites quando íamos para cama. Ela tinha dez anos, na época, e eu tinha quatorze. Eu sempre lhe falava que fantasmas não existiam, mas ela nunca deixava de acreditar. Porém, depois de um ano morando naquela casa, e com ela insistindo que havia um fantasma lá, meus pais se incomodaram com isso. Ela era muito jovem para acreditar nessas coisas, mas ela se recusava a esquecer “Charlie”, o fantasma. 

Quando ela tinha quase doze, eu já não aguentava dividir o quarto com ela. Ela balbuciava a noite toda, enquanto dormia, e conversava com Charlie o dia inteiro, enquanto estava acordada. Eu a levei para a biblioteca, esperando encontrar provas de que ninguém havia morrido ali. 

Porém, os jornais mostravam o contrário. Charlie, ou Charlie Hanson, desapareceu naquela casa, muito antes da minha irmã e eu nascermos. Ele tinha doze. Resolveram o caso apenas alguns anos antes de termos nos mudado. Queria nunca ter lido como ele havia morrido. Como ele havia sido enfiado em uma caixa de madeira e selado atrás de uma parede de tijolos, no sótão. Suas roupas foram pregas lá, e a tampa da caixa foi acorrentada, trancada e pregada. 

A minha irmã levou isso como prova da existência do seu fantasma, mas eu apenas queria perguntar aos meus pais como eles poderiam mudar para um lugar daqueles, e se eles sabiam o que tinha acontecido com a criança. Sabe o que eles me disseram? “A morte da criança fez o valor ficar mais baixo”. 

Fiquei abismada. 

Então, no meio da noite, minha irmã desapareceu da cama. As autoridades não a encontraram, e meus pais recusavam deixar a casa. Eles amavam o lugar, e não queriam mover as coisas dela. 

Eu saí de casa quando completei dezessete, me recusava a permanecer na mesma casa onde minha irmã... 

Desde então, uso um bracelete de ouro que minha irmã costumava usar a outra metade. 

Eu ainda não havia completado vinte, quando retornei. Meus pais decidiram se mudar, e eu estava feliz em ajuda-los. Eu não conseguia aceitar o que tinha acontecido com a minha irmã, mas eu herdaria a casa, e já tinha planos para vendê-la. 

Já era tarde da noite quando meus pais deixaram a casa para se despedir dos amigos. Meu pai foi ao bar com os amigos. Minha mãe foi ao bingo, fofocar com as amigas. E eu fiquei em casa. Tentei relaxar e assistir TV, mas a casa me deixava inquieta. 

Eu estava tão perto de dormir, quando o leve “ping” de um martelo batendo contra um prego fez com que meus olhos abrissem. Reconheci o som. Eu o ouvi em meu sonho, na noite em que minha irmã desapareceu, e eu venho ouvindo-o em meus sonhos desde então. 

Saltei do sofá e segui para a entrada do sótão. Puxei a corda e subi pela escada que tinha caído. “Quem está ai?” gritei e gritei, mas ninguém respondeu. Era a primeira vez que estava no sótão, e seria a última. Não havia nada de extraordinário, exceto pela parede à esquerda, que era de tijolos ao invés de madeira, como as outras. Os tijolos pareciam velhos, exceto pela pequena área que parecia ter sido substituída por tijolos novos. 

Eu poderia ter apenas deixado ali. Talvez, os tijolos foram trocados pelos meus pais, mas lembrei da noticia no jornal antigo. 

Comecei a revirar as caixas, procurando por algo para esmagar a parede. Arrumei um martelo e comecei a bater na parede ate que um cheiro pungente começou a se espalhar. Engasguei e cambaleei para trás, meus olhos lacrimejavam e meu nariz queimava, mas logo retornei para a parede. Cavei o restos dos tijolos com a mão até que uma simples caixa de madeira ficou visível. Estava acorrentada e trancada, e o chão abaixo dela estava com uma grande mancha de sangue. Uma chave estava ao lado. 

Rapidamente a destranquei, lágrimas continuavam a cair enquanto eu tirava a tampa. Mas, dessa vez não era pelo cheiro de podre, era pelo pequeno corpo que estava dentro. O pijama ensanguentado. O cabelo já tinha caído quase todo... 

E a pulseira de ouro estava bem apertada na mão da minha irmã.

24 comentários:

  1. Final previsivel, historia triste
    4/10

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  2. A ideia é boa porém a creepy foi muito apressada, se tivesse trabalhado bem nos detalhes teria ficado melhor

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  3. Quando n leio de manhã eu leio a noite 😂😂

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  4. Previsível demais, mas foi uma história legal

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  5. Final sem graça, mas obrigada pela creepy;)

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  6. Achei que ele ia achar o charlie na caixa, entao me surpreendeu.

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    1. Kkkkkkkk boa, também me surpreendi, cara final mó imprevisível '_'

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  7. Bem previsível, sem falar que não explicou direito o que aconteceu com a irmã, então ficou meio ????
    Mas no geral foi legal.

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  8. não gostei e nem e pela parte de ser previsível e que não explicou nada direito, nem como aconteceu isso com a irmã dela, foram os pais? Ficou muito corrida e superficial, mas obrigada por trazer sei que não e fácil para vocês.

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  9. Mas que merda foi essa? Pqp, pq esse autor nao morre logo ao invés de continuar cagando com esses lixos? E voceeeee Alexaandre? Essa Creepy realmente te chamou atenção a ponto de querer postar ela??????? É por isso que o Brasil nao vai pra frente

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    1. Relaxa cara! "É por isso que o Brasil não vai para frente".

      É só uma estória mal trabalhada (até porque, a ideia foi ótima).

      E também usar palavras de baixo calão e mandar alguém morrer foi...pesado, Não acha?

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    2. Cara, tudo bem que a creepy foi ruimzinha, mas falar que o cara deveria morrer, ou mesmo ficar puto do jeito que você ficou só por causa disso é um comportamento bem infantil

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  10. Essa trouxa viu que o menino desapareceu e do nada a irmã que alegava sempre a existência do fantasma some em um passe de mágica, só que não passa pela cabeça desse ser que poderia ter acontecido com a irmã dela o mesmo que aconteceu com o menino. Parabéns.

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  11. Me surpreendeu pois achei que ela iria encontrar o Charlie e não sua irmã, ótima creepy <3

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  12. Creepy legal mas final bem previsível

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