09/08/2018

Dinheiro Maldito

Poderia ser apenas 50,00 reais, longe do valor módico dispersado por aquela quadrilha que em conluio com funcionários roubaram por aquela empreiteira através de projetos superfaturados para o governo. Mas achar o montante total em notas marcadas que foram repassadas à políticos seria quase impossível de se localizar. Uma fraude para se apropriar de outra. O dinheiro é uma coisa essencialmente suja, em todos sentidos.

Cerca de 90% das notas de real apresentam traços de cocaína, sem contar de outras impurezas que incluem até mesmo coliformes fecais, mas de moeda de troca se tornou objetivo num capitalismo feroz. Sabe-se lá por onde passa o dinheiro, mas mesmo o lendário 'Garganta Profunda' do caso Waltergate nos EUA do século XXI disse que se quisesse descobrir a verdade, seguissem o dinheiro.

Assim fazíamos na operação Lava Jato em mais um caso correlato com outros políticos de todas matizes, partidos e lados. Inicialmente a verificação de números de série ocorriam em bancos, mas tão logo fomos capazes de rastrear a próprio custo números de série.

Inicialmente a primeira pista veio de uma nota de 50,00 reais encontrada por acaso na casa de uma senhora morta em circunstâncias misteriosas. Descobrir de quem a senhora pegou, e dessa pessoa quem pegou, seguindo a linearidade inversa, poderíamos chegar até o ponto de origem. Mas para isso um trabalho de investigação por entrevistas e interrogatório se fazia necessário para se cruzar dados.

Todavia uma carta encontrada no local da morte da senhora nos chamou peculiar atenção. Nela dizia:

"Esse dinheiro é maldito! Desde quando meu neto o achou largado na rua 10, enfrente aquela mansão abandonada repleta de drogados a minha vida desabou. Agora entendo por qual motivo os próprios delinquentes a abandonaram na rua. Esse dinheiro, seja qual for a procedência é maldito, não apenas sujo. Mas essa maldita nota penetra meus sonhos e parece-me fazer enlouquecer enquanto somos assombrados por algo negativo que converge a tudo dar errado. Não aguento mais, vou desfazer dessa nota o quanto antes, antes que..."



O bilhete misterioso fora interrompido subitamente ali. A senhora caída ao chão fintando o vazio com seus olhos sem vida ainda segurava a caneta, estava com a língua roxa e inchada. A retina de seus olhos se deslocaram e momentos antes da morte parecia ter liberado muita adrenalina. Fosse o que fosse a apavorou de sobremaneira que fez a velha enfartar. Seguimos até o dito lugar que era refúgio de drogados que viviam à míngua como zumbis para que os grandes bandidos produtores disso ostentassem uma vida de luxo, grandes boçais! Mas mal sabia onde aquele dinheiro me levaria... A seguir a história da nota.

Um drogado recebeu um misterioso cortejo do traficante que fingindo estar comovido com a situação desesperadora do viciado que em constante estado de entorpecimento era submetido pela eterna dívida para com aquele lacaio do inferno. Mas a caridade tinha motivo, tudo pelo qual o traficante havia cheirado naquela nota uma semana antes quando estava numa orgia com 'novinhas' num baile funk, mas os efeitos daquilo foram maiores que o previsto, em ausência a qualquer proporção ao feito em si. Vendo uma sucessão de problemas surgirem, o meliante em desespero resolveu fazer uma "caridade" a um de seus clientes não somente perdoando sua dívida, como lhe dando a maldita nota em questão.

O homem parecia feliz, como pinto no lixo adentrou o recinto planejando quantas doses mais poderiam usar com aquele dinheiro afim de alimentar o insaciável vício. Mas tão logo ele iria passar o pior dia da sua vida como se já não vivessem num mundo cão. Trocando em miúdos, o homem sem querer usou uma seringa nova, mas ao perceber levantou e caiu de cara, e nisso um dos vizinhos lhe pegou a nota antes mesmo que ele a usasse. Aquilo desencadeou uma briga e na briga sem querer matou o colega usuário. Ao esconder o corpo tentou cavar para sepulta-lo ali mesmo, mas ao parar para pegar a nota passou mal. Aquilo bastou para que mesmo aquele esquálido trapo humano tentasse mudar de vida a começar jogando aquele dinheiro fora.

O traficante havia ganho o dinheiro do 'parça' que lhe devia uma grana, grana conseguida num assalto que deu errado, e ele matou a tiros um casal que estava brigando na rua. O noivo da moça havia conseguido o dinheiro ao comprar um relógio no camelô, com quem trocou a sua nota de cem sacada no banco ao receber o salário. A partir daquilo mais uma vez tudo deu errado, a noiva descobriu a traição dele, o relógio parou de funcionar e ao trocar o ambulante em questão havia sumido até que no meio de discussão foram assaltados, e mortos fazendo o assaltante levar a nota e o relógio com defeito. Todavia ao ser percebido por um segurança que deu tiros matando seu comparsa. O assaltante fugiu para descobrir que sua namorada estava com outro o levando quebrar a cara dela o que levou a mãe dele expulsa-lo de casa.

O fato é que o camelô também era um meliante suspeito que vendia relógios que na verdade eram de segunda mão, roubados. Afirmando o preço "camarada" ao cliente vendeu justamente o relógio encontrado no apartamento de um gerente de banco na Zona Sul, ao lado do dinheiro. O crime ocorrido pela invasão aconteceu de modo inusitado, encontrado o gerente morrendo com o pescoço cortado ao ter caído sobre o vidro do boxe no banheiro enquanto tomava banho ao perceber o barulho da invasão. O dinheiro estava sujo de sangue, e o bandido, temendo que fosse reputado a ele um crime além de invasão e furto, fugiu sem prestar socorro à vítima. Todavia, por azar ao chegar na esquina seu comparsa havia sido identificado e morto numa troca de tiros com um policial à paisana o levando fugir desesperado do apartamento da vítima e sabendo que estava sendo procurado pelo crime, correu para passar a mercadoria adiante, o camelô em questão que fora detido pela guarda municipal minutos após ter passado a mercadoria e a nota, na cadeia o camelô ainda fora violado sexual, não bastando o crime de receptação de mercadoria roubada.

O gerente do banco havia pego o dinheiro de forma desviada, ao atribuir o depósito de 500,00 em caixa eletrônico como extraviado. Burlando as câmeras de segurança ao gerar um loop no vídeo, o sujeito pegou o

envelope o qual as letras eram praticamente ilegíveis. Pensando ter sido escrita por um homem em desespero, usou aquilo como pretexto para não reconhecer a quem seria o beneficiário. Todavia, um funcionário viu o dolo e ameaçando-o avisou que iria denuncia-lo. Para impedir isto, o homem o ameaçou dizendo que senão recebesse parte da quantia roubada como suborno iria dar cabo de sua vida.

O sujeito temerário aceitou, pois sabia dos rumores do gerente ter costas quente com gente poderosa que não presta. Mas após aquilo, passou a receber cartas anônimas ameaçando denúncias igualmente anônimas caso não lhe desse dinheiro. Achando se tratar do funcionário em questão, imediatamente providenciou um meio de cala-lo, sem saber que o mesmo apenas havia relatado para seu tio, o invasor do apartamento em questão.

Por sua vez o homem que havia depositado o envelope havia adentrado o banco em desespero ao receber aquele dinheiro numa oferta na igreja onde era presbítero. Segundo ele, Deus havia revelado que aquele dinheiro era de Belial, e que poderia arruinar a vida dele. De fato, durante toda semana em que esteve em posse do dinheiro seu pai morreu, e sabendo disso a esposa dele, sua mãe, entrou em coma. A mulher brigou um dia antes querendo separação, o restante é história.

Tudo pelo motivo de que naquele dia o empreiteiro relacionado a empresa de construção que superfaturava obras estava arrependido. Segundo ele o montante ganho de forma ilícita havia sido oferecido num ritual maligno ao lado dos políticos envolvidos, incluindo o senador Vilson Barbacena. Um sujeito pego em gravações flagrantes, não somente negociando propinas como ameaçando supostas testemunhas do caso.

O ritual era singelo. Um enorme pentagrama com uma cabeça de bode decepada, enquanto no meio de desenho que se estendia pelo chão era morta uma galinha preta que esguichando seu sangue para todo lado o lançou sobre as notas em questão, recém tiradas do banco. 100.000,00 reais em notas de 50. Invocando entidades inomináveis as mentes sãs, o homem jurou que o dinheiro oferecido em louvor as entidades iriam dar prosperidade, mas ao receber parte do dinheiro, o empreiteiro, na mesma semana, descobriu que estava com câncer, para no dia seguinte sua filha morrer num assalto provocado pelo mesmo viciado desesperado que deixou o dinheiro no chão da rua.

O ocaso que moveu o acaso, levou a sucessão de encontros e desencontros que acarretou naquela sequência de infortúnios em desventurosa coincidência, pois o empreiteiro era sobrinho da senhora que morreu infartada com a nota.

Ando muito preocupado onde foram parar as demais notas de 50.

Autor: Gerson Machado de Avillez

32 comentários:

  1. Mano que merda eu acabei de ler, oq essa pessoa fumou?

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  2. Muito bom, complexo, mas pra quem consegue entender é sensacional.

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  3. Não terminei de ler, por preguiça. Mas deve ser ruim como a teoria do YouTube passar de propósito conteúdos perturbadores para crianças.
    Só estou reclamando porque estou chateada que estão falando sobre política nas creepypastas, e eu venho aqui para me distrair e não lembrar da corrupção no país.

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  4. Onde aperta pra dar "haha" PQ PQP MERMAO, perdi meu tempo lendo isso vsfd

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  5. Bem ruinzinha, usou muitos termos e ficou forçado e chato, parece que queria exibir que sabe as palavras.

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  6. Eu gostei bastante. Achei bem escrita. Em um estilo diferente.

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  7. Ficou ótima, que se foda esses imbecis que criticam mas não dizem oq esta errado.

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  8. Ficou ótima, que se foda esses imbecis que criticam mas não dizem oq esta errado.

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  9. Obrigado aos amigos que elogiaram, todos tem direito a ter opinião, mesmo as negativas, no entanto a falta de respaldo soa como analfabetismo funcional, pq dizer que um texto é ruim por ter palavras diferentes não é argumento. Soa até recalque, mas tá tranquilo. Minha escrita é desse modo, escrevo desde criança e 90% das vezes flui com tais palavras, mesmo que ainda incorra alguns erros. Convido-os a visitarem meu site: www.gersonavillez.jimdo.com

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    1. Achei sua creepy muito bem escrita. Perdoe a ignorancia de alguns leitores, pode ser que eles sofram de déficit de atenção.

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    2. KKKKKKKKKKKKKKKKKKK meu, jura? "Analfabetismo funcional" por ninguém ser obrigado a saber o que "esquálido" siginifica? Achei massa incluir política na creepy, mas, no mais, não me impactou como uma estória de terror, vários e vários rodeios, muita metáfora, cê encheu o troço de descrições desnecessárias e realmente perdeu o fluxo do texto. Como escritor e leitor desde criança também, te sugiro que interprete as críticas gerais ao invés de te morder por um comentário sobre a tua escrita. Como tu disse e se vê na creepy, tu comete erros e não são 1 ou 2, enquanto não descer do teu pedestal de absolutismo, tu não vai conseguir evoluir.

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  10. Achei muito boa a proposta, apesar de uns errinhos gramaticais.

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  11. Fiquei c preguiça mas n é mt ruim n.
    Uma otima evolucao pra vc querido (a)

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  12. Muito boa parceiro, me fez pensar na diversidade de locais e de gente onde uma única nota pode chegar, só não chega a see creepy, mas vlw a leitura

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  13. Muito boa!
    Não achei que veria recalque até no modo que as pessoas escrevem hahahaha melhorem.

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  14. Muito boa!
    Não achei que veria recalque até no modo que as pessoas escrevem hahahaha melhorem.

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  15. Rapaz, me perdi um pouco na hora das explicações sequenciais sobre a origem do dinheiro, mas deu pra entender a história. Ela fica bem corrida em alguns momentos, mas tá show de bola!

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  16. Muito boa!
    Lamento por parte de alguns leitores, pois creio que parte das críticas são de "fraquinhos" em leitura dizendo não ser boa o bastante.

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  17. Muito boa a creepy, um estilo bem diferente do habitual. Creio que se tivesse dado nomes(mesmo que aleatórios) ajudaria algumas pessoas a entender melhor.

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  18. Uma Creepypasta com uma idéia boa,mas realmente mal escrita.

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  19. caralho, muito foda! Fiquei um pouco perdido e tive que reler algumas partes, mas achei demais!!

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  20. Ótima! Adorei a proposta do autor, é interessante pensar em quantos lugares e por quantas pessoas o dinheiro que usamos no dia a dia passa. Gosto de encontrar palavras dessa classe em gêneros como creepypastas, porém, em alguns momentos, é um pouco complicado acompanhar a leitura, e creio que algumas vírgulas em certos lugares melhorariam ainda mais o texto. Além de certos errinhos de português, como "fintando", mas nada que impeça de fato a leitura de tomar uma boa progressão. Espero que o autor continue evoluindo!

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  21. eu li na voz de um investigador de polícia provavelmente mt escroto

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  22. A ideia é legal, mas a história foi muito mal escrita.

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  23. Não me incomodei com as palavras usadas, porém algumas frases ficaram meio desconexas, gostaria que desse mais detalhes dos horrores do dinheiro, achei um tanto vago, fora isso gostei do rumo da historia.

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