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12/09/2017

Como sobreviver no Inferno: Parte 2

Olá, pessoas.

Bruce aqui trazendo pra vocês a segunda parte da série.
Para ler a primeira parte clique aqui.


ATENÇÃO: ESTA SÉRIE/CREEPYPASTA É +18. CONTÉM CONTEÚDO ADULTO E/OU CHOCANTE .

NÃO É PARA MENORES DE IDADE E PESSOAS SENSÍVEIS A ESSE TIPO DE LEITURA. LEIA COM RESPONSABILIDADE. 


Agora você já deve ter uma boa ideia do que esperar do Inferno. Você sabe como matar a primeira pessoa que vê assim que sair de uma placenta. Sabe encontrar roupas, ferramentas e abrigo. Sabe que, não importa o que você faça, o quão bem você faça, algum dia voltará a ser carne fresca.

Dis é a maior cidade que você pode imaginar. Tribos lutam e morrem por território e dar um passo errado é uma maldita sentença de morte. Eventualmente você terá uma ideia de onde deve ou não deve ir, desenvolverá o tipo de inteligência de rua que precisa para permanecer um residente por mais um dia.

Mesmo assim, existem lugares em Dis que você deveria conhecer. Vamos fazer um pequeno passeio pelo Inferno, talvez o aviso prévio te faça algum bem.


Rua da Pele



Permita-me falar sobre a primeira vez que eu vi a Rua da Pele. Eu deixei minha placenta na estrada, me levantei e me preparei para lutar. Ninguém estava lá. Nem sequer uma pessoa. Eu relaxei um pouco e olhei ao redor.

A maioria das ruas de Dis são uma rede de edifícios labirínticos. Você passa a maior parte da sua estadia no Inferno com a paranóia de que, ao virar a esquina seguinte, haverá alguém pronto para atacá-lo. A Rua da Pele não é assim. É uma única linha reta com apenas a chuva e a escuridão para dificultar a visibilidade.

Eu me senti mais vulnerável lá do que em qualquer outra parte de Dis. Você já entrou em um espaço largo e vazio e de repente se sentiu exposto? Sim, imagine também estar nu, desarmado e no Inferno. Ainda assim, eu sabia o que eu deveria fazer. O primeiro passo era encontrar roupas.

Foi aí que eu entendi como a Rua da Pele recebeu esse nome. Todos os edifícios, todas as luzes de rua e lâmpada de gás era cobertas por pele esfolada. Eu já estava no Inferno tempo suficiente para me assustar, mas estaria mentindo se dissesse que não me afetou. De alguma forma, me lembrou o Natal. Sabe? Pessoas pendurando coroas e luzes em suas casas, esse tipo de coisa. Me lembrei do tempo que passei com minha família... com meus filhos na manhã de Natal.

Sentimentos como esse te matam. Os empurrei de volta e tirei algumas sobras do prédio mais próximo. Se aluguém pode deixar materiais de vestimenta caídos ali, eu também posso levá-los, certo?

Eu não sabia disso no momento, mas cada passo que dava na Rua da Pele estava sendo observado. Quando o ataque veio, eu nem vi de quem era. Bang! Meu crânio rachou com o movimento suave de um taco de golfe. Quem me atingiu passou pelos meus olhos no momento em que caí. Eu estava cego e chorando como um bebê quando ele começou a retirar minha pele.

Mas é o seguinte, algumas pessoas são fodidas da cabeça até para os padrões do Inferno. Os solitários, serial killers, perseguidores e psicopatas seguem para a Rua da Pele no final. Eles deixam seus ornamentos como isca para os ignorantes, espreitando nas sombras e esperando o melhor momento para emboscar.

Se você está na Rua da Pele, terá que pensar rápido. Esqueça a roupa, basta pegar uma pedra, um pedaço de madeira ou qualquer outra coisa que você possa usar como arma. Fique longe das sombras, sempre cheque atrás de você e saia dali o mais rápido que puder.


Fazendas da Perdição



Você será perseguido no inferno, isso é inevitável. Em algum momento, você vai trombar com alguém maior do que você ou estará em menor número. Esqueça uma briga justa, se alguém pode te derrubar sem que você consiga lutar, pode apostar que é o que eles farão.

É fácil perder o foco quando se está correndo por sua vida. Você pode esquecer de prestar atenção aos seus arredores. Isso, meu amigo, é um grande erro.

Os arredores das Fazendas da Perdição estão repletos de outdoors. Eles prometem comida e segurança grátis a qualquer um que seja idiota o suficiente para acreditar neles. As tribos que lutam sobre esse território em particular gostam de conduzir pessoas das ruas para o complexo industrial que eles chamam de lar.

A boa notícia é que essas tribos não vão te matar. A má notícia é que eles são grandes fãs de levar as pessoas vivas. Eles têm um projeto da qual estão trabalhando por mais tempo do que eu consigo lembrar. Eu não poderia lhe dizer quem originalmente decidiu que o Inferno deveria ter organizado a produção de alimentos, só que a ideia ficou atrapalhada e, ao longo dos anos, inúmeras tribos resolveram tentar fazer esse sonho uma realidade.

Seja capturado por eles e você pode se preparar para um pouco de trabalho escravo.

As tribos das Fazendas da Perdição tentam fazer uso das placentas como fonte de alimento. Eles forçam seus escravos a colhê-las das paredes, triturá-las em tonéis industriais, misturá-las com sangue, partes do corpo, água da chuva e qualquer outra coisa que possa criar um caldo.

A vida de um escravo é curta, brutal e nojenta, principalmente quando esses escravos são então usados ​​como cobaias para o último preparo. Sabe, o líquido amniótico pode ser bebido se você estiver desesperado, embora beber muito é garantido para fazer você esvaziar o estômago de cada orifício disponível. A carne das placentas é uma questão diferente.

Eu não poderia te dizer exatamente o que são as placentas. Algumas pessoas dizem que são carne real, enquanto outros juram que elas são mais como um fungo. O que sei é que elas se regeneram ao longo do tempo. Coma uma parte da sua carne e, ao longo dos próximos dias, você criará uma nova placenta dentro de você. É um pequeno ato de misericórdia que você não viva o tempo suficiente para vê-lo rasgar sua pele. Você estará morto logo após o estômago explodir.

Se você tiver sorte, seus dias como escravo vão acabar quando a tribo decidir que eles querem alguma carne de verdade. Eles não são tão estúpidos para testar o próprio caldo, não quando há escravos de sobra no Inferno.

Olha, não posso forçá-lo a ficar longe das Fazendas da Perdição. Só posso dar conselhos. Na minha opinião, se você acha que está sendo conduzido até lá, é melhor pegar qualquer coisa e cortar sua própria garganta. Eu prefiro mil vezes o status de carne fresca do que passar outro dia nas fazendas.


O Jardim dos Ossos



Talvez você esteja pensando consigo mesmo: "Ei. Eu sou o tipo de louco que se juntaria a um culto. Há algo no Inferno pra mim?"

Se isso for algo do qual você pensaria, o Jardim dos Ossos cuidará disso. Há um certo tipo de fanáticos religiosos que realmente pertencem ao Inferno. Eu não estou falando sobre os queridos velhos que fazem bolos para arrecadar dinheiro para o novo telhado da igreja daqui. Estou falando dos caras que foram à guerra, porque Deus ordenou, que queimassem as mulheres por supostamente se juntarem com demônios e que não viram nada de errado com o cachorrinho estranho.

Quando essas pessoas chegam ao Inferno, elas são muito estúpidas para entender o que aconteceu. Por que enfrentar a realidade quando você pode fingir que é tudo apenas uma prova de fé? Muitos têm esse mesmo pensamento no Jardim dos Ossos.

Dizem que o Jardim dos Ossos era uma catedral cercada por um cemitério que se estendia de horizonte a horizonte. Talvez seja verdade, não sei. Hoje em dia, é uma favela de templos e igrejas construídas a partir de materiais retirados das ruas.
Em qualquer lugar que você olhar, encontrará fanáticos de olhos curiosos pregando sua própria versão retorcida de redenção e gangues de homens mascarados à procura de novos convertidos.

A mortificação da carne é o principal passatempo no Jardim dos Ossos. Se você ouvir a cacofonia dos sermões, será informado de como a carne é perversa e deve ser purgada do pecado. Quão afortunados somos por receber um dever tão sagrado e quão afortunados somos por ter a oportunidade de nos redimir diante de Deus.

As pessoas do Jardim dos Ossos tiveram muito tempo e muita prática quando se trata de dominar a arte da tortura e degradação. Eu não sou uma boa pessoa. Eu matei, estuprei e pratiquei canibalismo, mas posso dizer honestamente que jamais conseguiria sonhar com algumas das merdas que acontecem no Jardim dos Ossos.

Eu passei por lá por acaso uma vez e até hoje meu cérebro não conseguiu assimilar direito o que vi. Eu vi uma mulher, nua e amarrada, forçada a se ajoelhar e violada com varas de ferro. Um pregador costurou os próprios olhos e os lábios na frente de uma multidão antes de cortar sua "masculinidade" com um pedaço de ardósia. Um menino de talvez quatorze anos foi crucificado publicamente, uma menina foi afundada em merda, um homem mais velho tinha um pedregulho afiado sob as unhas... Eu poderia enumerar cem outras atrocidades feitas em nome da redenção.

Fique longe do Jardim dos Ossos. As pessoas lá decidiram que o inferno simplesmente não é infernal o suficiente para seu gosto.

Esqueça a redenção. Esqueça de Deus. A única maneira de sair do Inferno é montando um pilar de fogo e assumindo um corpo vivo. Concentre-se nisso se quiser escapar. Os condenados não podem te oferecer salvação. Os condenados só oferecem dor.




Esse conto foi traduzido exclusivamente para o site Creepypasta Brasil. Se você vê-lo em outro site do gênero e sem créditos ou fonte, nos avise! Obrigado! Se gostou, comente, só assim saberemos se você está gostando dos contos e/ou séries que estamos postando. A qualidade do nosso blog depende muito da sua opinião! 

05/09/2017

Como sobreviver no Inferno: Parte 1

Olá, pessoas. 

Aqui é o Bruce. Trazendo pra vocês uma nova série em 3 partes, espero que gostem!



ATENÇÃO: ESTA SÉRIE/CREEPYPASTA É +18. CONTÉM CONTEÚDO ADULTO E/OU CHOCANTE .

NÃO É RECOMENDADO PARA MENORES DE IDADE E PESSOAS SENSÍVEIS A ESSE TIPO DE LEITURA. LEIA COM RESPONSABILIDADE. 

Acordei em uma espécie de placenta. Em pânico e sufocado pelo líquido amniótico, toquei nas paredes de carne, lutando aterrorizado com todas as minhas forças para me libertar. Com um som molhado, fui jogado pelas pedras enlameadas da rua abaixo, torcendo o tornozelo enquanto caía.

A chuva fria limpou meu corpo nu do líquido da bolsa, tentei e não consegui me levantar. A rua parecia estranha para mim, uma mistura insana de arquitetura que varia do moderno ao pré-histórico. O céu acima ferveu com nuvens de tempestade, iluminando ao redor com flashes sem parar, relâmpagos.

Um homem caminhou até mim, seu cabelo estava coberto de sujeira e a chuva encharcou suas roupas de couro. Ele não disse nada, apenas me observava contorcer no chão.

"Por favor", suspirei. "Me ajude."

Ele respondeu chutando meu rosto, quebrando meu maxilar e fazendo minha visão embaçar. Ele se moveu para meus braços, puxando até ouvir os ossos se solatrem. Aleijado, nu e gritando, não havia nada que eu pudesse fazer para me defender quando ele começou a me comer vivo.

Minha introdução ao inferno não era incomum. Poucas pessoas sobrevivem em sua primeira hora, muito menos a primeira noite. Quando eles morrem, eles passam pelo mesmo novamente, saindo de uma nova placenta em outra parte da cidade. Eventualmente, eles atacam a primeira pessoa que vêem e, se tiverem sorte, poderão matar essa pessoa.

Essa é a única regra do Inferno, o mais forte pega do mais fraco. Acostume-se com a ideia e você pode acabar com a vida após a morte.

Eu vou te ajudar. Considere este seu manual para o Inferno, um guia do Inferno. Não cometa erros, eu não estou fazendo isso por bondade do meu coração. Quando você morrer, você me deve uma. Não se preocupe em tentar me encontrar, eu garanto que nos encontraremos eventualmente. A eternidade é um tempo longo pra caralho, então é uma questão de "quando" em vez de "se".

Faça o que digo e você terá uma chance melhor do que a maioria de evitar minha própria introdução desagradável à cova.


Bem-vindo ao Inferno



Algumas pessoas juram que viram uma luz no final do túnel quando morreram. Na minha opinião, essas pessoas estão alucinadas ou estão mentindo. A maioria de nós apenas acorda em uma placenta alguns minutos depois da morte. Os edifícios do inferno estão cobertos por coisas horríveis, como espinhos amarelados que crescem pelo tijolo.

Já mencionei que a primeira coisa que você precisa fazer é abrir caminho e se preparar para lutar. É aí que a fica realmente difícil, já que nem todo mundo tem a força para romper a carne da bolsa. Você fica com o mesmo corpo que você tinha antes de morrer. Então, digamos que você nasceu paralítico ou talvez tenha morrido jovem demais ou velho demais... Uma merda. Você vai passar a eternidade se afogando no líquido por não ter forças para sair.

Se você conseguir se libertar de sua bolsa, não perca tempo enrolando, perguntando o que aconteceu. Levante-se e prepare-se para se defender. As chances são altas de que a primeira pessoa que vir você terá fome. Não há plantas ou animais no inferno, então o canibalismo é a sua única opção se você não quiser morrer de fome e ter que começar de novo. Tenha a intenção de matar a primeira pessoa que você ver.

Pode levar algumas tentativas. A maioria dos habitantes do inferno tem lutado por sobrevivência muito mais do que você. Eles podem ter armaduras feitas de pele bronzeada, metal  e osso. Eles quase certamente terão uma espécie de faca, um tacape ou um machado. Tudo isso lhe será útil se você puder pegar.

A próxima coisa a fazer é encontrar abrigo. Nunca pára de chover no inferno e a pneumonia é uma maneira de merda de morrer. Por sorte, você terá uma seleção de edifícios para escolher. Já quis viver em uma mansão vitoriana degradada com metade do teto e sem móveis? Que tal uma antiga caverna de tijolos de lama egípcia? Se as pessoas o construíram, você pode encontrar uma versão em ruínas no Inferno. Escolha um prédio, mate todos os invasores que você encontrar e se mude.

As melhores casas são as que vêm com um suprimento de sucata e madeira. Não só são bons para fazer armas, como também são vitais para obter água potável. Aprendi da maneira mais difícil que a chuva do Inferno está cheia de doenças. Tem que ser fervida antes que seja segura, então fazer uma fogueira e algo para criar uma tigela é uma necessidade.

Então, matamos nosso primeiro homem e encontramos uma casa. As coisas estão indo bem. Chegue tão longe e você vai querer manter o que tem para sempre. Você não vai. Alguma coisa o matará eventualmente e você terá que começar de novo. Meu recorde é 1 ano, se quiser vencer, precisará entender o Inferno e seus habitantes.


Os Condenados



As pessoas do inferno podem ser agrupadas em duas categorias. A primeira, a carne fresca, são aqueles que acabaram de sair de uma placenta. É matar ou ser morto quando se trata de carne fresca, sempre foi. O recém-nascido quer roupas e ferramentas e vai matar para consegui-las. A segunda categoria, os moradores, vê a carne fresca como um suprimento rápido e fácil de alimentos, couro e osso.

Os residentes têm um tempo mais fácil com certeza e todos lutarão para manter o status de residente durante o tempo que puderem. Não cometer nenhum erro, porém, os moradores se vitimizam tanto quanto eles se alimentam da carne fresca. Se você é uma mulher, por exemplo, bem, é melhor você superar todos os complexos que você tem sobre estupro. As mulheres são estupradas no inferno muito mais que os homens, é apenas um fato. Se você não é um desses marombas ou lutadoras, faça a coisa inteligente e se prostitua por proteção. O auto-respeito não o mantém respirando.

Lembra como conseguiu o corpo que você tinha antes de morrer? Bem, esse fato constitui o núcleo da sociedade do inferno. A verdade é que ao longo da história, geralmente tem homens que morrem em batalha. Isso significa que no Inferno, há muitos homens com corpos jovens e fortes para a guerra. Esses são os caras que chamam os tiros. Se você não pode lutar contra eles, é melhor você fazer o que mandam.

Se você viver tempo suficiente e lutar bem o suficiente, você pode ser convidado para uma das tribos residentes. Estes são grupos de pessoas que se unem pelo bem da segurança em números. Acredite, fazer parte de um grupo torna as coisas muito mais fáceis no Inferno. No entanto, tenha em mente que você é apenas parte da tribo enquanto for residente. Seja morto e voltará a ser carne fresca.

As tribos oferecem a coisa mais próxima de uma sociedade civilizada que você encontrará no Inferno. Se você é parte de uma tribo, você tem pessoas do seu lado que provavelmente não vão matar você, a menos que as coisas fiquem difíceis.

Meu próprio recorde de sobrevivência foi graças a ter entrado em uma tribo. A vida foi boa por algum tempo. Tivemos cerca de cinquenta soldados e muitas garotas para foder. Ninguém podia nos tocar e os homens respeitavam um código de honra, então o medo comum de ser esfaqueado nas costas por seus amigos não era um problema. Eu poderia ter passado a minha eternidade com um conforto razoável, mas o inferno tem maneiras de foder com uma coisa boa.

A carne humana e a água da chuva fervida não fazem exatamente uma dieta equilibrada e, mais cedo ou mais tarde, o morador mais forte morre de desnutrição. Eu fiz bem em durar um ano, embora nos últimos meses tenham sido uma agonia. Se eu acreditasse em Deus, eu juraria que ele projetou o Inferno de tal forma que ninguém permanecia em cima da cadeia alimentar por muito tempo.


A Cidade e a Terra Perdida



A maioria dos condenados vivem em Dis, a cidade do inferno. É aí que nascem todas as carnes frescas e, considerando o tamanho do lugar, juntamente com a curta expectativa de vida, muitas pessoas passarão a eternidade sem nunca colocar o pé fora de Dis.

Siga meu conselho, não saia da cidade. As coisas são difíceis nas ruas, é verdade, mas confie em mim quando digo que isso piora muito se você tentar sair.

Dis é cercada por uma terra devastada chamada Gehenna. À primeira vista, não parece grande coisa, apenas uma extensão vazia de cinza que se estende para o infinito. Às vezes, os condenados perdem aquele fogo na alma, a vontade de sobreviver e partem vagando para Gehenna. A maioria deles nunca mais volta.

Eu fiz a caminhada uma vez, há muito tempo. Não me importo com o quão durão você acha que é, passe tempo suficiente no inferno e isso começa a acabar com você. Não vou me sentar aqui e dizer-lhe que sou uma boa pessoa que nunca mereceu isso. Ninguém pode dizer isso e não ser um mentiroso. Ainda não sou malvado... ou melhor, não era. Não até eu chegar ao Inferno.

Você assassina, estupra e tortura porque sabe que eles fariam o mesmo com você. Você é assassinado, estuprado e torturado porque sabem que você fará o mesmo com eles. Depois de um tempo você simplesmente não quer mais enfrentá-los. É aí que você começa a caminhada à Gehenna.

Os primeiros quilômetros que andei não foram nada de especial. A chuva parou depois de um tempo, o lodo debaixo dos meus pés dando lugar a cinzas, e tive meu primeiro vislumbre do céu do Inferno além das nuvens. Era um cinza plano com um sol branco, completamente desprovido de beleza ou calor. 

Ao caminhar para Gehenna, perdi qualquer desejo de comer, beber ou dormir. Meu corpo começou a perecer, mas não me importava. Mesmo quando minha pele começou a descascar e meus ossos estavam expostos, não me importava. Quanto mais eu adava, mais vazio eu me tornava em mente, corpo e alma.

Não sei o que aconteceria se eu continuasse. Francamente, não quero saber. Alguma parte de mim ainda queria viver, então eu voltei. Eu andei por dias, talvez semanas, mas quando eu me virei, Dis estava a poucos passos de distância.

Voltei para a cidade e meu corpo finalmente desmoronou. Quando eu saí da minha placenta, eu jurei nunca pisar novamente em Gehenna novamente.


Escapando do Inferno



Existem maneiras de sair do inferno. Isso deveria ser óbvio, caso contrário eu não estaria falando com você, estaria?

Às vezes, os vivos colocam em suas cabeças que querem conversar com os mortos. Eles conseguem seus painéis de cristais, incensos e tábuas ouija com a esperança de alcançar seus entes queridos. A maioria não faz nada além de se enganar pensando que eles fizeram contato. Eles sorriem ou choram, convencidos de que a amada vovó está tocando a harpa em uma nuvem em algum lugar antes de continuar suas vidas.

Alguns têm a habilidade de realmente nos alcançar. Eles podem abrir um portão entre o Inferno e o mundo dos vivos que percebemos como um pilar de fogo que se estende das nuvens. Assim que um desses pilares aparece, começa a maldita disputada de quem será o primeiro a chegar a lá.

Você não viu a verdadeira natureza do homem até ter observado milhares de malditos bandos um sobre o outro, chutando, mordendo e arranhando para ser aquele que escapa. O contato com os mortos sempre resulta em um banho de sangue. Mesmo as tribos mais civilizadas se desmoronam no instante em que fica claro que apenas um deles pode sair.

Eu saí do inferno duas vezes já, deixei meu corpo para trás e montei aquele pilar de fogo nas nuvens.

Algumas pessoas acreditam que você pode ser possuído por demônios. Deixe-me te dizer algo... os demônios não são reais. O que os vivos vêem como possessão demoníaca é apenas um dos malditos testes de seu novo corpo. Vamos encarar isso, se você lutou pelo Inferno para voltar ao mundo dos vivos, você não estará no seu melhor comportamento por muito tempo.

Mais cedo ou mais tarde, nós levamos as coisas muito longe. Nosso hospedeiro morre ou sua família recruta um exorcista, depois estamos frescos numa placenta e nas ruas novamente.

Tenho que ir agora. Quando você chegar ao Inferno, lembre-se do meu conselho e que você me deve uma. Talvez possamos formar uma tribo algum dia?

Por enquanto, quero ver o que o meu novo corpo pode fazer.


FONTE



Esse conto foi traduzido exclusivamente para o site Creepypasta Brasil. Se você vê-lo em outro site do gênero e sem créditos ou fonte, nos avise! Obrigado! Se gostou, comente, só assim saberemos se você está gostando dos contos e/ou séries que estamos postando. A qualidade do nosso blog depende muito da sua opinião!