29/08/2017

Relâmpago

ATENÇÃO : ESSA SÉRIE/CREEPYPASTA É +18. CONTÉM CONTEÚDO ADULTO E/OU CHOCANTE .

NÃO É RECOMENDADO PARA MENORES DE IDADE E PESSOAS SENSÍVEIS A ESSE TIPO DE LEITURA. LEIA COM RESPONSABILIDADE. 

Nós tínhamos acabado de nos mudar para uma casa de fazenda nos subúrbios. Um bairro digno de livro de histórias - vizinhos amigáveis, silenciosos, cercas de piquete e tudo mais. Basta dizer que isso deveria ser um novo começo para mim, um pai solteiro e meu filho de três anos. Um bom lugar para deixar o drama e estresse do ano anterior no passado.

Vi a tempestade como uma metáfora para este novo começo: um último show de teatro antes da sujeira do ano passado ser lavada. Meu filho adorou mesmo assim, mesmo tendo sido tão intensa. Foi a primeira grande tempestade que viu na vida. Flashes de relâmpagos inundaram os quartos vazios de nossa casa, transmitindo caixas descompactadas com longas sombras rastejantes nas paredes, e ele pulava e gritava quando os trovões rugiam. Já tinha passado da hora de dormir quando ele finalmente se sentiu confortável para ir pra cama.

Na manhã seguinte, encontrei-o acordado na cama e sorrindo. "Eu assisti o relâmpago da minha janela!", Anunciou com orgulho.

Algumas manhãs depois, me disse o mesmo. "Você é bobo", falei. "Não houve tempestade na noite passada, você estava sonhando!" "Oh..." Ele pareceu um tanto desanimado. Afaguei-lhe os cabelos e disse para não se preocupar, deveria haver outra tempestade em breve.

Então, tornou-se um padrão. Me contava como assistia o relâmpago ao lado da janela pelo menos duas vezes por semana, apesar de não haver tempestades. Sonhos recorrentes daquela primeira tempestade memorável, imaginei.

É fácil me odiar em retrospectiva. Todo mundo me assegura que não havia nada que eu pudesse ter feito, de jeito nenhum que eu pudesse saber. Mas eu deveria ser o protetor do meu filho, e essas são palavras inúteis de conforto. Revivo constantemente naquela manhã: fazendo meu café, despejando leite sobre meu cereal e pegando o jornal para ler sobre o pedófilo, as autoridades locais tinham acabado de prendê-lo. Era coisa de primeira página. Aparentemente, esse cara selecionava uma criança-alvo (geralmente um menino), vigiava sua casa por um tempo e tirava fotos instantâneas deles através da janela enquanto dormiam. Às vezes fazia mais. Meu estômago se embrulhou quando a conexão em minha cabeça foi feita.

Na época, era apenas algo da imaginação de uma criança. Em retrospectiva, é a coisa mais assustadora que já ouvi. Cerca de uma semana antes que o predador fosse pego, meu filho veio até mim usando seus pijamas. "Adivinha?", Perguntou ele.

"O que?"

"Não tem mais relâmpagos na minha janela!"

Eu entrei na dele. "Oh, isso é legal, ele finalmente foi embora, hein?"

"Não! Agora está no meu armário!"

Ainda não vi as fotos que a polícia coletou.

Esse conto foi traduzido exclusivamente para o site Creepypasta Brasil. Se você vê-lo em outro site do gênero e sem créditos ou fonte, nos avise! Obrigada! Se gostou, comente, só assim saberemos se você está gostando dos contos e/ou séries que estamos postando. A qualidade do nosso blog depende muito da sua opinião! 

15 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Surpreendente, essa me deixou chocado
    10/10

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  3. Eita! O cara pegou ou não o garotinho?

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  4. Quando vi +18 na minha mente veio logo bruce

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  5. Ótima creepy, só acho meio inverossímil uma criança de 3 anos falar desse jeito, por mim esse garoto tem uns 7 ou 8.

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    1. Verdade. Ótima observação.

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    2. Bem observado, porém a partir de 2 anos até as crianças começam a dizer frases que fazem sentido, depende muito da própria criança mesmo. Obviamente não foi dessa forma e correta que o garotinho disse, porém pra fins de climax e tal você concorda comigo que é melhor assim do que escrevesse como se fosse um bebê né? Hahahaha

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  6. Respostas
    1. A foto do armário foi uma semana ANTES do cara ser preso

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  7. Este comentário foi removido pelo autor.

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