01/02/2020

Você pode tentar gritar, mas ninguém vai lhe ouvir

O seu corpo era tão magro, escondido no vestido longo com detalhes de flores, o cabelo rosa pintado, típico da galera jovem de ultimamente fã de k-pop. A moça estava inocentemente caminhando próximo à estrada, que corta os três municípios. Era uma presa tão fácil... Quando o carro parou, uma van com a descrição de uma floricultura da cidade vizinha. Ela quase não teve tempo de fazer qualquer tipo de movimento, até ser agarrada pelo pescoço. Tentou dar tapas frágeis na mão do agressor, que pressionou um pano entre o seu nariz e a boca, sufocando-a.

O veículo estava percorrendo desajeitado em um asfalto desgastado pelo tempo. Os movimentos e pancadas para os dois lados acordaram à moça, que já estava imaginando o prenúncio. Todos sabiam das mortes e desaparecimentos das garotas, ninguém conseguia encontrar o assassino, que conseguia aterrorizar três cidades com os mesmos crimes. A coisa de sempre: maldosa e fria com pessoas tão jovens. Os olhos dela apontaram para o homem que estava vendo pelo vidro do carro, o seu sorriso maléfico queria fazer coisas vergonhosas e o medo da menina, que esfregou as cordas nos seus braços e pés sendo dilacerados pelas tiras.

Eles chegaram até um lugar, o carro bufou com seu motor explodindo pelo cano de escape e o cheiro de fumaça, que cobriu todo a região onde estava os dois. Ela já havia lutado suficiente contra os açoites, percebeu o sangue, possivelmente das outras vítimas. À porta rasgando pela ferrugem e mostrando o indivíduo observando a sua vítima. Amedrontada, tentou sacudir mais um pouco seu corpo até ser arrastada e esmagada no chão por um golpe violento, deixou escapar mais um gemido de agonia e os seus olhos haviam sido empapuçados suficientes pelo temor.

"- Vai ficar tudo bem, você não vai sentir quase nada se conseguir apagar no início das coisas que eu irei fazer na minha casa. No quarto dos fundos não dá para ouvir nada, ninguém nunca consegue perceber os gritos. A vizinhança, essas poucas casas aqui próximas, preferem ficar dentro dos seus móveis e nem observar o que se passa com as pessoas que moram perto de suas residências. Você não é a primeira e não será a última que vai saber qual é o verdadeiro horror que existe. Sua inocência será espalhada em minha língua!"

Ele arrastou a garota pelos cabelos como se fosse um animal abatido. Em nenhuma habitação ninguém mais percebeu a estranheza daquele homem com um saco movimentando-se, todos sabiam dos caçadores ganhando a vida procurando animais e comercializando a sua carne nas feiras urbes, são tempos difíceis. Então, preferiam ignorar. Atravessou à entrada, e a mulher foi jogada no meio da sala, à porta fechada por três ferrolhos, as janelas trancafiadas logo em seguida. Sobre o domínio do mal, a sua boca foi aberta para deixar escapar um grito após aquela fita extirpar algumas partes dos seus lábios delicados e rosas.

"- Você não precisa fazer isso, já matou várias garotas inocentes, eu nunca fiz mal para ninguém. Por favor, eu não quero morrer." - Ela tentou suplicar, enquanto ele pegou uma faca pequena, com o bico cortado, mas muito afiada em sua lâmina, e soltou os seus pés e mãos. A expressão do homem mudou deixando aquele sorriso maléfico de lado e apontou para à porta, dizendo que ela poderia escapar. Essa obedeceu ao comando esperançosa, levantando-se rapidamente e tentando encontrar uma saída, mas estava dentro de uma jaula de tigre. Sentindo prazer com o que estava apreciando, mais uma vez o sorriso dele voltou e as chaves estavam no seu casaco, o seu olhar dizia que ela não iria para lugar algum, no momento em que o brilho metálico foi ocultado pelo pano da sua camisa.

Aproximou-se dela com um pontapé entre os seus pés sensíveis, fazendo-a cair mais uma vez no chão e machucar os seus tornozelos. Da mesma forma que foi humilhada pela van, foi arrastada pelo braço enquanto estava se debatendo, como se fosse uma boneca de plástico indefesa. Logo chegaram até o quarto, com alguns pedaços de ossos e sangue seco. O cheiro de morte pairava por todo lugar. Mais uma vez, uma porta foi fechada nas costas do homem e os seus olhos representavam a fisionomia do Diabo em carne e osso. O maléfico trancou mais cinco cadeados exercitando e arremessou a chave no canto do quarto de plasmas.

As paredes estavam cobertas por uma borracha grossa e não existiam fugas, uma lâmpada ficava girando nos dois lados e fazendo as sombras de alguns móveis se movimentarem como se estivessem dançando. Nesse momento, ele fez questão de dizer mais uma vez que ninguém iria ouvir os dois, não tinha como escapar, nenhum grito ou pedido de socorro seria apreciado por ouvidos externos, pois, nessa parte da residência, nem mesmo um carro em seu volume no máximo seria percebido.

Ele pegou uma tesoura de costureira e anunciou que cortaria toda sua roupa para apresenciar as curvas no seu corpo nu. No entanto, naquele momento, ela começou à gargalhar loucamente como se estivesse ficado alucinada diante da situação e as vozes estridentes nos seus lábios causaram um tipo de agonia ao fazer o homem ficar com os pés enraizados e cortar o seu caminho para aquela garota deitada e indefesa no quarto.

"Está com medo? Confuso? Eu disse que iria encontrar alguma forma de vingança! Você não deve lembrar, porque eu sou mais uma..." - ela expressou suas palavras enquanto estava se levantando, os seus ossos pareciam crepitar, pela maneira que os seus braços ficaram impossivelmente alongados. Enquanto o seu corpo começou a suar e a respiração, que estava ouvindo, era sua própria aumentando na frequência dos meus batimentos cardíacos. O maléfico lembrou do rosto daquela garota: foi uma das primeiras e a que mais sofreu nas suas mãos tatuadas por vidas. As risadas eram lâminas cortantes em seus ouvidos, ao ser espalhadas pelo quarto e rasgar a mente dele, expressou mais uma vez as suas sentenças enquanto ele deixava escapar a tesoura de costureira entre os seus dedos, e os seus pés não estavam obedecendo seus comandos. Em toda sua vida, este nunca tinha sentido medo, em nenhum momento que respirou, estava vivenciando algo semelhante... com aquilo sentiu prazer.

O homem olhou para à criatura em suas órbitas oculares, roubando todo o seu sorriso maléfico que esteve por toda sua vida na boca asquerosa, a porta era à única escapatória. Nesse momento lembrou-se da sua própria armadura, as jaulas de tigresas, dado que havia cinco cadeados e a chave estava distante. A sua covardia foi direcionada para as trancas. Imediatamente, ela disse, enquanto ele mijou nas calças e já imaginando e apreciando tudo aquilo que passou para as garotas, agora estava sentindo em sua carne. Quando ela expressou o seu próprio slogan de homicida, repetindo cada palavra que ouviu:

"Você pode gritar, sofrer por várias horas, desejar à morte, ter à esperança que alguém vai lhe ajudar, mas aqui, segundo você mesmo, ninguém pode ouvir os seus pedidos de amparo. Se prepare, já que ninguém vai lhe ajudar... "

Autor: Sinistro

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