06/08/2014

Creepypasta dos Fãs: Sozinho

São 15:27 da tarde de um sábado chuvoso de inverno e estou no escritório trabalhando até mais tarde. Como muitos, eu deveria ter ido embora as 14:00 mas tentei adiantar serviço. Erro meu...

Estou no 8 andar de um prédio velho no centro da cidade, nessa rua com escritórios apenas. A energia elétrica acabou (acontece com frequência em dias chuvosos) e telefone nenhum funciona. A pouca claridade que entra pela janela é a única coisa que me protege desses vultos, das sombras que tentam se aproximar de mim. O som que fazem arrepia cada fio de cabelo em meu corpo. Estou de frente para o corredor e posso ver o corpo do velho faxineiro retorcido no chão. Inclusive foi o som de ossos quebrando e carne rasgando que me chamou atenção, logo após o blackout, há alguns minutos atrás. E ele nem gritou. Nem gritou. As vezes as sombras penetram em seu corpo e o sacodem, parecem brincar com ele.

É engraçado. Eu nunca tive religião, nunca acreditei em fantasmas ou aparição. Mas já rezei para tudo quanto é deus ou entidade que ouvi falar.

Janelas blindadas, desnecessárias num prédio velho desses, me prendem aqui dentro! Mas não adiantaria gritar, lá embaixo não passa ninguém há horas. Trabalho ao lado da janela e conheço o movimento do lugar.

Eu não sei o que fazer. Estou tentando manter o controle, mas vai escurecer logo. Não sei o que fazer. Estou quase enfartando! Estou com medo!

O faxineiro se levanta. Se retorce e, ainda que muito quebrado e ensanguentado caminha em minha direção e pergunta: - “Qui foi, quiança? Puquê num vai pa casa discansá?” e cai próximo aos meus pés.

Esse foi meu limite. Parece que meu coração vai parar. Tudo fica confuso.

Sinto algo tocar meu ombro, me sacudir. Instintivamente eu grito.

Acordo num susto. Era só o faxineiro, parece que caí no sono no escritório.

Respiro aliviado. Olho no relógio, são 15:19. A luz pisca, como se precedesse um blackout. O faxineiro me pergunta: -“Qui foi, quiança? Puquê num vai pa casa discansá?”

Meus ossos congelam. A luz acaba...

Autor: A. R. Francklin

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