06/01/2018

Vox e Rei Beau: Fuzzy/Barulho na cozinha (PARTE 7)


Eu não tenho idéia do quão real isso é. Essa memória tem a mesma qualidade das sessões de sonambulismo, então isso podia perfeitamente ter sido inventado por minha mente jovem.

Quando eu era pequena, nós tínhamos um gato gordo e laranja chamado Fuzzy. Eu e ele não nos dávamos muito bem porque ele não gostava de aturar brincadeiras de garotinhas curiosas, mas eu gostava dele porque ele era nosso animal de estimação. Um dia, depois de uma dessas sessões de sonambulismo, eu estava brincando com o Fuzzy e provavelmente usei de muita força ou algo assim, porque ele me mordeu e fugiu. Não foi uma mordida forte e mal arranhou minha pele, mas me assustou e eu chorei.

Isso, aparentemente, não deixou Beau muito feliz. Naquela noite, eu lembro de acordar ouvindo ele chamar meu nome. Muitas de minhas memórias de Beau são mais de sua voz que de qualquer outra coisa, ou de sua face meio que flutuando na escuridão. Nessa noite ele estava bloqueando a janela do meu quarto e inclinado para sorrir de orelha a orelha pra mim. É uma imagem mental um tanto quanto perturbadora, e se eu realmente imaginei isso quando criança, não entendo como eu não pude estar assustada na hora.

Beau me disse para observar algo. Ele parecia muito animado. Seus dedos esbarraram em minha mão e ele disse, “Eu usarei os dentes desse gato em minha coroa.” Então ele voltou para a janela e me chamou. Ele não disse em voz alta, mas eu sabia, da maneira que você simplesmente sabe as coisas com um amigo imaginário e em sonhos, que ele queria me mostrar como um caçador trabalhava.

Eu passei por Beau e olhei para a minha janela. Meu quarto tinha uma vista para o quintal. Era um gramado normal com algumas árvores e um balanço, fechado por uma cerca. A cena inteira estava silenciosa e banhada pela luz da lua, dando uma aparência sombria e de outro mundo. Conforme eu observava, eu vi uma pequena forma entrar no quintal e eu me dei conta que era Fuzzy. Eu estava tão focada em observar ele que não me dei conta que Beau havia saído do meu quarto até que vi outra figura no gramado.

Não era nada além de uma mancha escura. Eu só posso descrever como uma falta de luz. Fuzzy notou imediatamente e se virou para encará-la. A mancha se aproximou dele e eu ouvi aquele miado de alerta que os gatos costumam emitir. Mesmo que seu nome fosse estúpido, Fuzzy era um grande gato. Ele não era de fugir de lutas e era um desses gatos que forçavam os carros a desacelerar para ele. A sombra não parecia assustada, no entanto. Fuzzy silvou e emitiu um grito terrível antes de sumir. A sombra seguiu seus passos, mesmo quando ele pulou a cerca para longe da vista.

Tentei ver para onde eles tinham ido, mas não estavam em nenhum lugar onde a vista alcançasse. Na distância eu ouvi o que parecia como uma terrível luta de gatos. Vocês que já ouviram uma provavelmente sabem o quanto gatos, quando estão lutando, parecem matar um aos outros e um monte de bebês. É realmente terrível, algo que te leva a ranger os dentes de nervoso em alguns casos. Essa era particularmente feroz, mas eu só ouvia um gato. Provavelmente Fuzzy.

Na manhã seguinte eu desci as escadas e perguntei a minha mãe onde Fuzzy estava. Ela disse que não tinha visto ele, mas tinha certeza que ele apareceria. Como a maioria dos gatos, ele provavelmente estava passeando, mas sempre voltaria para casa atrás de comida.

Fuzzy realmente voltou pra casa, mas ele só chegou à extremidade de nosso jardim e não conseguiu passar pela cerca. Minha mãe disse que ele foi atacado e culpou os vira-latas da rua. É óbvio que ela não me deixou ver o corpo dele, e nós o enterramos em uma caixa de sapatos sob uma árvore. Ela provavelmente estava certa e eu provavelmente sonhei a cena só de ouvir a luta lá fora. Ainda assim, eu lembrava o que Beau havia dito.

Essa foi a primeira vez que eu odiei Beau, eu acho.

Ah, e para vocês que não estão familiares com meu último tópico, a razão, mais que qualquer outra, pela qual essas histórias me assustam, é que eu voltei a ser sonâmbula. Meu apartamento não é muito grande, no entanto, então minhas jornadas se limitam às cadeiras da sala e o tapete da cozinha.

Eu contaria isso à minha mãe, mas eu não quero que ela pense que eu estou ficando maluca. Eu não quero ficar maluca, e eu não sei como vou dizer a ela que estou ouvindo vozes e indo a um terapeuta. Além do mais, a resposta dela provavelmente seria para eu ir a uma igreja e rezar. É meio que sua resposta padrão para tudo.

Barulho na cozinha

Já volto.

ANON: Pergunta: O que você faria se descobrisse que Beau é real?

Eu realmente não sei. Eu não sei mesmo. Eu acho que é por isso que eu estou aqui em vez de ir apenas pra terapia. Estou completamente pronta para aceitar que estou ficando maluca ou que eu tenho um tumor. Eu fui criada por uma doutora, e eu tenho fé na medicina moderna e na ciência.

Por outro lado, eu sei que vi alguma coisa noite passada. Eu sei disso. O homem em meu quarto estava lá. O som que eu ouvi estava lá. Para mim, tudo existiu fora de minha cabeça, mais do que qualquer outra coisa que eu passei. Minha mãe sabe que me viu engatinhar como uma maldita aranha para seu quarto. Algo aconteceu com meu gato. Talvez é assim que pessoas malucas se sentem, e talvez nós terminemos descobrindo que eu estou ficando maluca. Mas se isso é real, eu não sei o que fazer.

Me desculpem. Acabei de desligar o telefone. Era meu amigo, o que veio aqui noite passada e me ajudou a vasculhar meu apartamento depois que eu vi o homem. Aparentemente ele acabou de acordar de um episódio de paralisia do sono. Ele abriu os olhos e achou que tinha ouvido vozes em seu quarto. Como muitas paralisias do sono, ele não conseguiu se mover e viu uma figura sombria observá-lo aos pés da cama. Ele não sabe quanto tempo isso durou, mas a figura sumiu e ele acordou de vez, correndo para fora do quarto.

Eu não lhe falei o que vem acontecendo, só que eu achei ter visto alguém em meu apartamento noite passada. Ele está assustado porque nunca teve uma experiência como essa, então ele provavelmente virá para cá pra relaxar em meu sofá. A essa altura, eu estou tão cansada dessas coincidências e tão cansada de estar sozinha nisso que eu provavelmente vou contar tudo a ele.

13 comentários:

  1. Galera!!!
    Vejam essa página no Facebook: https://www.facebook.com/GarotosApaixonados

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  2. Legalzinha até, so faltou um desfecho melhor

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  3. Eu já nao li essa Creepypasta aqui??

    Ou será um dejavu meu???

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  4. MEU DEUS EU AMO DE MAIS ESSA SÉRIE
    Sério eu to adorando as creepys que vocês tão postando.Tipo Beau é real?
    Ele é bom? Porque ele tem esse instinto de proteção com ela?? :b

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  5. Po Bial, sacanagem matar o gato

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  6. Eu não sabia que isso era uma série.Acho que a maioria(ou todas) as pessoas que leram todas as histórias de Vox e Rei Beau amam o personagem Beau .Não estou interessada em ler mais dessa série, simplesmente porque essa história já diz tudo pra mim(do meu ponto de vista):
    1-Animais conseguem ver espíritos
    2-Crianças pequenas também conseguem ver espíritos(não se assustam por acharem ser um amigo)
    3-Beau não era só um a migo imaginário pelo feito da morte de Fuzzy e por ainda atormentar a menina
    4-Penso na hipótese de Beau ser um apelido carinhoso para Belzebu (pra quem não sabe é um tipo de demônio)

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  7. a melhor série das que estão sendo postadas atualmente
    porra mata o gato não caraleo ;-;

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  8. O gato do vizinho começou a miar na parte que o Fuzzy tava vendo as sombras. Medo!!!

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