19/11/2015

Finalmente Acordado - Parte 1

Dor. Aquela foi a primeira coisa que ele sentiu. Não em apenas um lugar, mas em todo o seu corpo. Tudo doía. Uma dor aguda, perfurante. Ele tentou soltar um grito, mesmo que abafado, mas tudo o que sentiu foi um vazio no lugar de suas cordas vocais. E por quê ele não conseguia abrir os olhos? Ele ouvia um milhão de vozes e um rangido metálico repetitivo. Ele se sentiu úmido, como se ele estivesse suando muito. Por quanto tempo ele estivera inconsciente? O que acontecera?

Ele conseguiu abrir o olho por alguns segundos, com muito esforço. Então percebeu: tinha mais alguém com ele no carro enquanto ele passava pela estrada que conectava o lugar onde ele nascera com a cidade. Era uma figura escura que vestia algum tipo de túnica. Ele não se lembrava do rosto daquilo. Só lembrava dos dedos pretos - não, garras! Garras longas, pontudas e pretas que tinham uma certa curvatura pra baixo, que ele via por causa da fraca luz da lua, como se elas tivessem sido polidas. E o som horrível daquilo respirando (se é que posso dizer "respirando"). Parecia que haviam milhares de besouros andando pela garganta daquela criatura enquanto o ar entrava e saía. E então, o quê mais? Escuridão. Ele não se lembrava.

Ele se esforçou o máximo que pôde, e conseguiu abrir um olho, seu olho esquerdo. Não era nem seu olho bom. Ele conseguiu olhar a sua volta, mesmo que sem muita clareza, e viu que estava cercado por rostos. Uma mulher, que aparentava não ter mais de 30 anos, com seus cabelos marrons amarrados atrás de sua cabeça olhou pra ele, em choque.

-O que aconteceu com esse homem? - Perguntou um homem que estava do lado oposto da mulher. Ele podia ver mechas cinzas no meio de seu cabelo preto. Usava óculos escuros, como os de aviador. Havia uma máscara azul em seu pescoço. Ele podia ver mais dois homens um pouco mais a frente, mas esses iam em outra direção.

Ele o ouviu aquele rangido de novo. Percebeu que estava numa cama de hospital. Olhou para o homem de óculos escuros.

-Tudo vai ficar bem. - disse. Seus olhos, entretanto, diziam o contrário.

Ele imaginou o que poderia ter acontecido com ele. "Por quê não consigo abrir meu outro olho?" Ele pensava e fazia tanta força para poder falar que sentiu as veias de seu pescoço saltarem. Ele sentiu outra dor intensa em seu olho direito. Decidiu que era melhor só ter um olho só para ver o que estava acontecendo do que piorar a dor que ele já sentia.

Ele começou a se sentir fraco...








P.S.: essa foi só a parte 1, tem mais 2 pela frente! estou fazendo isso por vocês e seus pedidos do Facebook <3
P.S.2: a próxima parte deve sair logo, assim que eu arranjar tempo. espero que entendam

bjs

3 comentários: