19/07/2013

Luzes apagadas



Estive deitado nesse sofá assistindo TV por horas. Posso ouvir meu cachorro latindo no andar de baixo. Olho de relance para o relógio na parede. Já eram nove horas, e eu ainda não jantei. Meus pais passariam a noite fora, então eu estava sozinho com a empregada. Meu estômago ronca, e decido que já é hora de jantar. Desligo a TV, e enquanto vou levantando lentamente, todas as luzes se apagam.

Aciono o interruptor várias vezes. Nada. Deve ter sido uma queda de energia. São muito comuns em nossa área. Terei que descer para a cozinha e religar a energia pela caixa de força.

Na escuridão, não posso achar meus chinelos, então decido ir sem eles. Usando a parede para me guiar, tateio um pouco procurando o corrimão. Enquanto desço percebo o quão silencioso a casa esta. Não ouço o rádio da empregada e nem meu cachorro latindo. Nada. Tudo que posso ouvir é o som dos meus passos na escada.

Nenhum som ou luz. Minha casa de repete parece tão estranha, e eu me sinto perdido. Sem enxergar ou ouvir nada, meus dedos apertam o corrimão para me prevenir de uma queda.

O silencio começa a me invadir. “Maia! Maia!”, Chamo por minha empregada, apenas esperando quebrar o silencio. Sem respostas.

O silencio era irritante, e as creepypastas que estive lendo me deixaram mais paranoico. Minha cabeça vira de um lado para o outro procurando por um sinal de algum monstro ou serial killer.

Uso a parede para me guiar e lentamente caminho para a cozinha. Sinto o coração apertar enquanto começo a sentir o cheiro de carne crua. O cheiro se torna forte a cada passo.

O medo cresce em meu peito a cada vez que respiro, e meu coração começa a bater mais e mais forte.

‘É natural uma cozinha cheirar a carne’, Eu tento me acalmar, deixando escapar uma risada nervosa.

Tateio ate encontrar a superfície metálica e lisa da caixa de força na parede da cozinha. Abro a caixa e ponho os dedos na alavanca principal.

Eu hesito. 

Sinto meu coração martelando no peito. Eu realmente quero ligar as luzes? Coisas terríveis que eu poderia ver passaram por minha mente.

Respiro bem fundo e aciono a alavanca.

As luzes acendem, pisco por alguns segundos. Meus olhos rapidamente se ajustam a claridade, e eu paraliso com o horror da cena que vejo. Meu coração pesa como chumbo em meu peito.

O corpo do meu cachorro estava a um canto da cozinha. Seu corpo estava completamente mutilado e parecia ter sido atacado por um grupo de lobos. Estava sobre uma poça do próprio sangue, olhos arregalados e a boca aberta. Suas entranhas se espalhavam pela poça de sangue junto som sua fina pele. O cheiro era terrível.

Uma série de pegadas de sangue saia do corpo levando direto para o quarto da empregada

As pegadas não tinham nada de humano, eram largas, muito largas para pertencer a um. Suas formas eram contorcidas, quase irreconhecíveis.

A porta para o quarto da Maia estava fechada. Havia várias marcas de sangue e arranhões na porta, combinando perfeitamente com os passos. A cena era demais para mim, e o pouco que eu tinha no estômago rapidamente saiu. Meu vômito e o sangue logo se misturaram sobre o chão brilhante da cozinha.

Corri para fora da cozinha, passei pela sala de estar e subi as escadas. A casa continuava tão silenciosa quanto quando eu desci, mas posso ouvir as batidas do meu coração acompanhando o som dos meus passos. Lagrimas de medo surgiam dos meus olhos, embaçando minha visão.

Corri para meu quarto, fechei a porta e mergulhei para baixo do meu cobertor. Minha respiração forte e pesada. Gotas de suor escorriam pelo meu rosto. Encarei a porta. Minha mente estava tão dominada pelo medo que tudo que eu poderia fazer é ficar parado esperando pelo meu destino. Esperando a porta ser derrubada a qualquer momento.

Segundos passam. Nada.

Minutos passam. Nada.

Depois de um tempo parece ser estranho que nada tenha acontecido, mas resolvo aguardar.

Não demora muito para que eu comece a sentir sono. Minhas pálpebras começam a fechar. A cada minuto que passa, sinto mais e mais sono. Eu tento lutar, sabendo que ficar acordado é questão de vida ou morte, mas meus esforços são em vão.

Eu cochilo.

Sou subitamente acordado pelo som do carro dos meus pais entrando na garagem. Continua escuro, então ainda deve ser de madrugada. Meu coração se acende de repente e eu pulo da cama. Foi tudo apenas um sonho ruim! Eu correria para o andar de baixo e abraçaria meus pais e todos poderíamos rir do sonho ridículo que tive.

Aciono o interruptor e meu coração congela.

Uma serie de pegadas de sangue vindas da porta circulam minha cama e desaparecem por baixo dela.

34 comentários:

  1. Ui, desapareceu debaixo da cama? Que criatura adorável essa que ele cria debaixo da cama! Será o bicho papão? O mais legal da creepy é que ele vê o cachorro morto, completamente mutilado, pegadas de sangue até o quarto da empregada. Aí o que ele faz? Já que passou pela sala, vai pra fora da casa e pede ajuda? Nããããão. Volta pro quarto e vai pra cama "esperar pelo destino"! Instinto de sobrevivência, cadê você, meu filho?

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    1. Também pensei nisso, em uma situação dessas a última coisa que se faz é correr pra debaixo da cama né! Pfvr.

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    2. Eu tmb achei ridiculo essa parte, subir as escadas é um erro fatal

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  2. Bem tosco msmo... ele ver o cachorro morto e msmo assim ñ foge... Mesmo assim boa creepy... *-*

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  3. Eu não entendi... ele é o assassino?

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    1. O monstro matou a empregada o cachorro e agr ta escondido em baixo da cama do infeliz

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    2. Pq elefoi dormir em vez de fugir por sua vida. E o monstro prefere esperar em baixo da cama do q matarlogo kkkk

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  4. E ai eu me agradecopor ter escolhido uma cama com gaveta de roupa em baixo.entao n tem nada em baixo a nao ser lencois

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  5. Cara, se eu fosse ele teria fugido porta afora gritando por socorro pros vizinhos, e não ido me esconder em qualquer lugar dentro da casa -.-'

    *Feliz porque com meu netbook agora posso comentar os posts, porque no celular me dava muita preguiça então eu estava há meses apenas lendo sem comentar. De volta à ativa hahaha*

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    1. Por que houve um assassinato em casa e além de ignorar a polícia, ele ignora a vida dele, esse infeliz kkkkk

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  6. Bem escrita mas um pouco tosca,por que o garoto não fugiu da casa?Como o monstro entrou no quarto sem acorda-lo sendo que ele estava encostado na porta?Por que o monstro não matou ele logo ao invés de ir para baixo da cama?

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  7. Que cara mais besta, em vez de sair correndo de casa ele vai pro quarto esperar o destino! Idiota '-'

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  8. Pelo que entendi ELE é o assassino '-' as pegadas desaparecem por de baixo da cama por que ele as deixa quando vai dormir...

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    1. "As pegadas não tinham nada de humano, eram largas, muito largas para pertencer a um. Suas formas eram contorcidas, quase irreconhecíveis." Também pensem nisso, mas esse trecho me tirou a duvida, é tipo o Rake, sei lá, ou um tipo de monstro que prefere "caçar" para se divertir, e já que o garoto não fugiu; ele se "escondeu" em baixo da cama dele

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    2. Mas cara, o garoto nao foi pra debaixo da cama, ele foi para debaixo dos cobertores .-.

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    3. Ja pararam pra pensar que ele pode ser um lobisomem? .-.

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  9. Mosquei, ele é o assassino ou uma vitima?

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  10. Pessoal, se ele fosse o assassino, estaria sujo de sangue, a cama estaria suja de sangue também, não só pegadas, né? E quem leu quem atenção, percebe que as pegadas não parecem muito com as de um humano...

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  11. Pensei que quando ele percebeu que a criatura tava embaixo da cama dele,ele fugiria,mas a creepy acabou logo nessa parte.Mas foi uma otima creepy

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  12. Esas pegadas em direção à cama dele deve ser só um sonho dentro do sonho, nada importante.

    Ele acordará, abraçará os seus pais, comerá sorvete de menta com chocolate enquanto vê um filmezinho legal e terá um final feliz.

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  13. Tem um assassino na sua casa, matou seu cachorro e sua empregada. O que fazer?

    Opção 1 pegar uma arma, ou faca se trancar no seu quarto e chamar a policia.

    Opção 2 ir deitar na sua cama e ser retardado o suficiente para conseguir dormir com um pscicopata ou um monstro na sua casa.


    Essa creep foi terrivel.

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  14. Este comentário foi removido pelo autor.

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  15. Muito doida essa creep....teve gente q achou q foi ruim....mas eu até gostei......eu penso as vezes se só eu gostaria de fazer um mini-mangá com essas creeps e posta-los aki.....

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  16. Este comentário foi removido pelo autor.

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  17. Bem escrita, mas muito confusa, tipo, se fosse comigo eu já teria ligado pra polícia ou algo do tipo e não me escondido no meu quarto. Isso me lembra aquelas cenas de filme em que a vítima pergunta "Tem alguém aí?" como se o monstro/assassino fosse responder. Mas admito que o final foi bom e me arrepiou.

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  18. Não entendi ele já tinha saído da cozinha ao invés de correr pra fora ou sei lá o burro vai pro quarto e o sei lá o que se escondeu debaixo da cama dele?! Porque nao mato logo?

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  19. Gostei dela. A reação dele foi meio idiota, porque você correr e se trancar no quarto quando um assassino (que ou quem) está na sua casa é um baita erro a não ser que as portas de saída estejam trancadas. Mas é isso né pessoal, quem consegue raciocinar direito numa situação dessas?? Acho sim que foi uma boa creepy, me deu arrepios e trouxe à tona aquele velho medo de monstros debaixo da cama. Acabo de checar a minha, haha, isso pode me perturbar quando eu apagar as luzes. Uns acharam que foi boa, outros acharam que não... Mas opinião é opinião. Abraços :*

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  20. Eu gostei da creppy, mas WTF que moleque burro =( sério, como assim ele não picou a mula da casa? E ainda ficou esperando pra morrer no quartinho, muita portice..

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  21. Ele seguiu a lógica dos filmes
    Ex: o assassino caiu vou chegar perto e ver a cor dos olhos dele
    Ou to correndo do assassino e acidentalmente tropeço e fico me rastejando ao invés de me levar e tornar a correr

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  22. Entre o monstro ser tão silencioso quanto um ninja e ele ser o monstro (e o autor simplesmente ter esquecido de alguns detalhes), fico com a segunda opção. Prestem bem atenção que o autor faz questão de nos dizer que o tempo todo ele não ouve nada além das batidas do próprio coração, se tivesse mais alguém ou alguma coisa com ele ali daria pra ter ouvido qualquer coisa entre o momento q as luzes se apagaram e o momento em q ele aos acendeu. E outro detalhe q eu só percebi ao ler a segunda vez, o autor faz questão de dizer q ele não achou os chinelos e foi descalço mesmo (o que explicaria as pegadas)... Quanto ao fato dele não ter saido de casa pra procurar ajuda é pq a história simplesmente não funcionaria assim e ele agiu como muitos personagens de filmes qnd estão com medo...

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