15/05/2018

French Quarter

Antes de tudo, devo-lhe dizer meu nome. Eu me chamo Luke Adams, tenho 13 anos e moro na cidade de Nova Orleans, Louisiana, e não é a toa que detém o titulo de " Cidade mais assombrada dos Estados Unidos". No inicio eu achava que isso era um fato bem desnecessário e insignificante, pois além disso, eu morava a três quarteirões do famoso French Quarter, um dos bairros mais antigos e "assombrados" da cidade.

Apesar de morar próximo a um dos lugares mais temidos da America do Norte, eu considerava o bairro um lugar bem tranquilo e seguro, mesmo tendo se mudado pra cá com meus pais e meu irmão há menos de dois meses. Eu gosto muito dos vizinhos daqui, tenho muitos amigos e quase toda noite depois da escola, nós brincávamos na rua até bem tarde.

Recentemente, descobri que tínhamos um mega porão, cheio de tralhas e bugigangas, talvez fossem dos antigos donos que nunca conheci. No dia seguinte, chamei todos meus amigos para brincar de esconde-esconde. Éramos um grupo pequeno de 8 pessoas: Chris, Jhon, Lucy, Jimmy, Ana, Carlos, André e Emily, além do meu irmão Jake. Já estava no fim da tarde quando nos reunimos no meu quintal para os últimos preparativos antes de descermos para o porão.

Nossas regras são bem simples, após um de nós contar até 50 com o rosto coberto, ele deve procurar pelos outros, e o ultimo que for achado será o próximo a contar. O nosso estilo de esconde-esconde foi um pouco diferente do clássico, pois quem for procura pelos outros terá que usar uma pequena lanterna ( não existe nenhuma janela naquele porão ).

Nós finalmente estávamos descendo aquela escada, todos em fileira, liderados pelo Jake, que era o mais corajoso dali. Ele abriu a porta e estava realmente uma escuridão muito intensa por lá. Logo passei a lanterna para o meu irmão, que iluminou o lugar. Emily seria a primeira a procurar, então iniciou a contagem. Todos corremos para nos esconder no meio das tralhas. Esse lugar é realmente bem maior do que eu me lembrava. Logo encontrei um ótimo esconderijo, um armário de cozinha bem velho, onde eu torci para não ter nenhum tipo de inseto, eu coube perfeitamente lá dentro, deixando uma brecha na porta para enxerga Emily, segurando aquela minuscula lanterna:

Emily: - 47...48...49...50! lá vou eu !

Assim que ela se virou e deu seus primeiros passos, pude ver alguém sair de trás de um fogão empoeirado e sumir na escuridão. Esse moleques não tem jeito, esperam até o ultimo segundo para se esconder. Nesse momento, pude sentir um leve toque na minha nuca, o que me arrepiou todo. Emily estava longe e eu não consegui ver o que me tocou, talvez fosse um inseto.

Ela nos encontrou, um por um, até chegar em mim:

Emily: - Te achei !

Eu: - Falta alguém ?

Emily: - Sim, o André...

Eu me juntei aos outros sentados no pé da escada, e depois de 20 minutos, ela desistiu de procurar. Todos começamos a ajudá-la, André é realmente um monstro no esconde-esconde. Nossas buscas não obtiveram sucesso, então eu contaria por ter sido o último a ser encontrado, alguma hora acabaríamos achando aquele moleque. Comecei a contar ancioso para encontrá- los, assim que cheguei no 23, senti uma leve respiração por cima do meu ombro direito. Eu achei muita burrice fazer uma coisa dessas, pois tudo já estava silencioso e eu poderia facilmente ouvir seus passos até o esconderijo. Assim que terminei de contar, ,e virei rapidamente e apontei a lanterna direito para o lugar onde senti a respiração:

- Te achei !

Para o meu espanto, dei de cara com um vazio inexplicável, não havia ninguém ali. Não se ouvia nenhum som, comecei a sentir um pouco de medo, eles devem estar tentando me assustar. Á medida que eu avançava, podia ouvir alguns deles se ajeitando em seus esconderijos. Fui encontrado um por um, e dessa vez, além de André, não consegui encontrar Lucy:

Jhon: - Eles estão curtindo com a nossa cara !

Jake: - Vamos continuar a brincadeira, alguma hora eles vão aparecer.

Nós concordamos e voltamos a brincar, dessa vez Jimmy procuraria. No inicio da contagem, nós corremos e Jake me puxou para dentro de enorme baú, onde caberiam umas quatro pessoas. Nós podíamos ver a luz da lanterna e os vultos dos outros correndo pelo escuro, os moveis davam um efeito estranho na luz, fazendo parecer que haviam dezenas de pessoas correndo pelo lugar. Após encontrar Jhon e Ana, Jimmy veio direto para o baú:

- Te achei !

Eu saí de lá decepcionado, pois achava que era um ótimo esconderijo:

- Vamos Jake, esse miserável nos encontrou.

Estiquei as mãos vasculhando todo o baú, mas ele não estava lá:

Jimmy: - Ele estava ai com você ?

Eu nem consegui responder, estava perplexo... Como e quando ele saiu ? Nos reunimos com os outros para procura-los, dessa vez eu estava realmente com medo. Nós começamos a andar silenciosamente pelo lugar procurando qualquer sinal de vida. Quando chegamos em um determinado ponto, a lanterna começou a falhar. Desesperademente eu tentei consertá-la, ficou totalmente escuro por um instante, até que consegui liga-lá novamente. O que vimos foi bizarro, estávamos rodeados por medonhas criaturas, não consegui contar quantas eram, elas tinham aparência humana, eram bem escuros e muito altos, seus olhos eram totalmente brancos e ligeiramente brilhantes, quando estavam contra a luz. Quando e virei para correr, senti uma mão no meu ombro, imediatamente eu congelei, não de medo, congelei mesmo, não conseguia me mover ou falar, só sentia meu ombro gelado. Ana me puxou pelo braço com toda sua força para frente, me devolvendo o controle do meu corpo. Nós chegamos na porta e eu abri rapidamente, quando percebi que Carlos tinha sido pego e estava lá parado, enquanto um deles o enrolava com sua língua e o engolia vivo, sem o mastigar. Foi uma cena horrível, ele nem pôde se defender.

Eu fechei a porta e larguei a lanterna, subimos a escada correndo, ouvi a porta se abrindo, e novamente, paralisaram Chris, que teve o mesmo fim de Carlos, e provavelmente de André, Lucy, e Jake também. Passamos pela última porta e chegamos na minha cozinha. Encontramos a minha mãe ma sala, já passava da meia-noite, ela ficou deseperada quando contamoso que aconteceu, mais eu não a deixei descer lá. Fomos chamar os pais de todos os meus amigos para tentar encontrá-los, andamos cada centímetro daquele porão, mas estava tudo exatamente como encontramos no início da noite. Ficamos lá em baixo a noite inteira, sem nenhum resultado.

Minha vida foi muito afetada pelo ocorrido, já fazem duas semanas que aconteceu. Toda noite desde então, eu esculto sons e batidas vindo lá de baixo, e a cada dia que passa, elas ficam mais próximas de onde estou. No começo era só no porão, passando pela sala, cozinha, banheiro e lavanderia, até que ontem eu ouvi no corredor aqui do lado. Temo que o próximo barulho que eu ouça seja aqui, dentro do meu quarto...

Autor: Eduardo dos Santos

12 comentários:

  1. O famoso grupo de crianças exploradoras de casas assombradas e atormentadas por palhaços ou criaturas estranhas 😂

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  2. Pra mim tá ótimo. Já estava em agonia por não ter algo para ler.

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  3. Mais um da família Addams, não pera...

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  4. Este comentário foi removido pelo autor.

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  5. N faz sentido o último a ser achado ser o próximo a contar

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    1. Deveria ser o primeiro? Ou o primeiro e o ultimo decidem no impar ou par pra ver qual conta :v

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  6. Sempre que leio Nova Orleans French Quarter,na hora eu já penso nos Mikaelson 😂

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  7. por isso q eu lia conto de terror quando era pequeno, pra não fazer q nem os cabeça de tico e ir brincar em porão escuro

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  8. Até q ficou legal mas ficou meio previsível devia ter dito q alguns dos 8 teriam sido possuídos, mas não logo de cara . Boa sorte na proxima:)

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