18/08/2013

Creepypasta dos Fãs: Pacto


                Jenni era jovem e bela. Tinha uma vidinha pacata perfeita. Nos seus vinte e sete anos já ensinava línguas numa escola. Tudo começou a entrar em colapso quando ela arranjou um namorado. Ele era beberrão e violento.

                Um dia, ele chegou tarde da noite em casa, bêbado e extremamente irritado. Estava gritando e chutando as coisas. Não demorou para começar a descontar seu ódio em Jenni. Ele a espancou até que a moça cuspisse sangue. Chutou seu pobre e delicado rosto, socou seu macio abdome e pisoteou suas costelas. Foi demais para Jenni.

                Olhando para seu próprio sangue espalhado pelo carpete, Jenni pensou. Ela pensou em coisas terríveis. Pensou em como queria que aquele homem que a espancava morresse. Pensou em como entregaria sua alma para qualquer pessoa em troca da morte daquele homem. “Alguém... mate-o... por favor...” ela pensava, olhando para o próprio sangue. Jenni não tinha certeza disso, mas podia jurar que ouviu alguém dizer em seu ouvido: “Sim, minha dama.”
              
 Seu namorado não acordou no dia seguinte.

                Jenni olhou para o relógio. Tic-tac, ele fazia alegremente. O ponteiro dos minutos se encontrou com o das horas, fazendo soar doze badaladas. Era meio-dia, não meia-noite. A claridade inundava a sala Jenni.
                Foi nesse dia que ela o viu pela primeira vez. O Homem estava lá, na sua porta. O homem era lindo. Vestido de branco, cabelos loiros, olhos verdes. O príncipe encantado com quem muitas meninas sonhavam.

                De início, Jenni não o notou. Demorou um pouco para que ela o percebesse. Quando ela finalmente o viu, tomou um susto. Se aproximou, mas no tempo de um piscar de olhos O Homem sumira.
No dia seguinte, Jenni demorou menos tempo para vê-lo. Ele não estava na porta dessa vez. Estava sentado, no sofá, as pernas dobradas e os olhos seguindo a moça onde quer que ela fosse. Ele não fazia nada além de olhar.

                Com os meses passando, Jenni parou de se incomodar com a presença d’O Homem. Afinal, ele nada fazia. Nunca a incomodou.

                Até que um dia, O Segundo Homem apareceu.

                O segundo homem era igualmente belo. Seus olhos azuis faziam um contraste perfeito com as roupas negras. Outro personagem de contos de fadas. Este, porém, não era tão inofensivo. Ele andava pela casa, quebrava coisas e se deitava ao lado de Jenni durante a noite. Ele acariciava seu rosto com a mão macia e suspirava em seus ouvidos.
             
   Jenni tinha medo. Muito medo. Depois de algumas semanas, já não conseguia dormir de verdade, pois mesmo de olhos fechados ela sentia O Segundo Homem a encarando.

                Ela, um dia, confrontou O Segundo Homem. Este ignorou suas palavras e pôs-se a quebrar coisas. Era frustrante. Foi como dar uma bronca num patinho de borracha.

                Jenni estava farta daquilo. O Homem que nada fazia e O Segundo Homem que a atormentava eram demais para sua cabeça. Ela chegou a conclusão de que eram demônios, enviados para infernizar sua pobre existência. Chamaria um padre para operar um exorcismo.

                De noite, porém, a situação ficou pior. Agora não eram dois homens. Eram vinte, trinta, talvez até quarenta. Todos nos mais diferentes lugares, todos iguais Ao Segundo Homem.

                Eles apareceram quando Jenni tentava dormir.  Ela estava em pânico. Tentava se mexer, mas não conseguia. O Primeiro Homem então surgiu no meio da multidão. Ele sorria pacificamente.

                —Eu sou um anjo, Jenni. — Ele disse — E todos esses a sua volta são demônios. E eu quero fazer um trato com você. Esses demônios estão de olho na sua alma já faz um tempo. Parece que você vendeu sua alma em troca da morte de alguém. Eu, como anjo, posso protegê-la.

                Jenni não entendia o que estava acontecendo. Ela desviou o olhar do Anjo e olhou para os seres que a cercavam. Os demônios olhavam e lambiam os beiços de forma sedutora.

                —Não olhe para eles, Jenni. Eles vão te seduzir para que me negue! — o Anjo segurou suas bochechas violentamente, forçando-a a olhar para seus olhos. — Como dizia, eu posso protegê-la. Mas isso tem um preço. Um preço bem pequeno.

                Jenni suava frio. Sentia o gosto de vômito na sua garganta. Seus olhos vidrados no do Anjo. Este tinha expressão calma, porém era isso o que assustava mais.

                —Sua alma. Ela é o preço. — o Anjo disse — Vamos usar ela para alimentar Deus.
                Jenni via aquela situação como algo risível. Era simplesmente louco demais. Deus, Anjos, Demônios. Tudo era muito louco. Sem falar que não havia escapatória. Se aquilo fosse verdade, sua alma seria devorada do mesmo jeito.

                Jenni negou o trato. O Anjo pareceu desapontado e se afastou. Ele estalou os dedos e disse:
                —Podem comer.

                A alma de Jenni foi trucidada, despedaçada e devorada. Era doloroso, nojento e nauseante. Jenni se sentiu como se toda a dor que ela sentira em vida estivesse voltando dobrada. O pior de tudo era o pânico, o pavor que sentia. A última coisa que viu foi o Anjo. Sua face mostrava desprezo. Ele franziu as sobrancelhas, cuspiu no chão e foi embora.


                No dia seguinte, acharam o corpo de Jenni largado no quintal. Estava cheia de cortes, ensanguentada e violada. O enterro foi triste. Sem dúvida, quem mais chorou foi sua amiga Sofia. Ela estava sofrendo muito. A amiga era a única que entendia o sofrimento que ela passava por causa da violência do ex-marido, que também morrera de maneira esquisita depois dela desejar muito que isso acontece.
                No dia seguinte ao do enterro, Sofia parou para olhar o relógio. Meio dia. Ela olhou depois para a porta. E lá estava ele.

                Observando

Escrita/Enviada por: Flávio Sevalho 

28 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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    1. Adorei a creepy também
      Tinha achado que só eu havia percebido isso :/

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    2. Quando li "sim,minha dama" foi a primeira coisa q pensei foi "sebby-chan é vc meu filho?" kkk

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    3. huaheuaheuaheuaheuahe todo kurofã pensou nisso!
      XD

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  2. usar a alma para alimentar Deus.muito interessante.

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  3. Li pensando que a Jenni era a creeper do lado.

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  4. Fã de kuroshitsuji + creepypasta = creepypasta dos Fãs : pacto

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    1. É nois!
      cara quando eu li sim minha dama=Yes,My Lady..eu engasguei
      Sebastian-san......por que trocou o Ciel?
      XD XD XD

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  5. Eu gostei bastaaaaaaaaaaaante, pensei em Kuroshitsuji também quando li "Sim, minha dama" xD
    Achei bem escrita e as ideias bem interessantes.
    Enfim, parabéns ao autor :D

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  6. Sofia tinha desejado a morte de Jeni?

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    1. A amiga (Jenni) era a única que entendia o sofrimento que ela (Sofia) passava por causa da violência do ex-marido (de Sofia), que também morrera de maneira esquisita depois dela (Sofia) desejar muito que isso acontecesse.

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  7. Que isso? Não entendi a parte de "Vamos usar sua alma para alimentar Deus" isso é frustrante.

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  8. Eu que queria ser atormentada por varios Sebastians

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  9. Kra, quem eh esse aki na minha porta? Sai de mim, q venham os Winchester's =3

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  10. Este comentário foi removido pelo autor.

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  11. Kuroshitsuji+Supernatural= Creepypasta :3

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