07/09/2017

O Outro Eu

Estive sofrendo com pesadelos cada vez mais frequentes todas as noites. Os pesadelos geralmente eram partes de algum evento maior, na verdade, eram como pedaços incompletos de um único sonho. 

Sempre começavam do mesmo jeito; Eu estava no escuro, um corredor familiar, com uma escada no final. Em todos os sonhos eu avançava cada vez mais pelo corredor e subia as escadas, os sonhos sempre acabavam de repente, com alguém gritando. Na verdade, o grito soava muito como o meu próprio. 

Uma noite pude ter o sonho completo. Eu estava no familiar corredor escuro, andando lentamente para as escadas. Dessa vez, porém, algo estava diferente. Eu ouvia vozes sussurrando coisas como: Tudo ficará bem. 

Quando finalmente cheguei no topo das escadas, encontrei uma porta. Eu a abri, e dentro havia um grande quarto. Ali dentro, a única luz vinha de uma pequena janela na parede à esquerda. O quarto estava completamente vazio, exceto pelos dois berços. Alguém se curvava sobre eles; parecia ser a pessoa cuja voz eu ouvi no corredor. Quando fechei a porta, os bebes nos berços começaram a chorar, e a pessoa virou-se para me olhar. Ele era eu, um outro eu. Ele se aproximou e começou a me enforcar, sorrindo e gritando: Como você pôde viver? 

Ele se parecia exatamente como eu, exceto por uma marca de nascença em sua bochecha esquerda. 

Foi assim que o sonho acabou. Nunca mais tive o mesmo sonho. Isso foi a quase um ano. 

Há pouco mais de uma semana, fui com minha mãe, visitar a casa onde passei a minha infância. Reconheci o corredor, a escada e até o quarto. Perguntei para minha mãe o que havia naquele quarto quando marávamos ali. 

O berçário onde você ficava com o seu irmão, ela me contou. 

Eu nunca soube que tinha um irmão, e ela pôde ler a surpresa em meu rosto. Ela me contou que eu tive um irmão gêmeo que morreu quando tinha dois anos. Ela disse que ele se parecia comigo, exceto pela marca na bochecha esquerda...

12 comentários: