22/07/2014

Creepypasta dos Fãs: O Monstro

Estou vendo a faca. Tenho acesso a ela se esticar os meus braços através da grade. Já estou decidida, vou terminar com tudo. Não tenho chances de escapar daqui. Na primeira tentativa, no mínimo eu seria exposta a mais um experimento. Vou acabar com isso, mesmo que seja doloroso. Não me importo, pelo menos pararei de sofrer. Meu nome é Patrice Hills, e vou contar a minha história nesse papel para que saibam do que realmente aconteceu comigo.

Tinha acabado de me formar em Jornalismo na universidade da minha cidade natal. Logo depois da festa de formatura, recebi uma oportunidade de emprego num canal de TV local em uma cidadezinha vizinha. O salário era muito bom, e o turno não era desgastante. Após pesquisar, encontrei uma pequena e aconchegante casinha no centro da cidade, que estava em um preço barato. Tudo parecia perfeito demais.

Mudei-me para a nova casa e fiz uns ajustes e pinturas para deixa-la do jeito que eu gostava. No meu primeiro dia de trabalho, recebi umas designações simples. Consegui cumpri-las normalmente. Enquanto estava na minha corrida matinal num dia que eu não me lembro qual, conheci uma mulher. Ela era uma senhora de meia-idade, possuía cabelos ralos e negros, com algumas linhas brancas e morava há umas cinco casas da minha. Era bem magra e baixa, usando sempre vestidos longos de tecido barato e florido. Parecia ser bastante amigável.

Ela estava regando as plantas do jardim na entrada de sua casa quando acenou pra mim. Quando percebi, removi meus fones de ouvido e acenei de volta, com um velho e tradicional “bom dia”. Ela aproximou-se e começou a perguntar sobre a minha vida, como era meu trabalho, dizendo que eu era muito linda na TV e outros elogios. Agradeci sempre, e, quando fui perguntar a ela se ela vivia sozinha, gaguejando, ela confirmou, logo após mudando de assunto. Após isso, ela rapidamente terminou a conversa e continuei com meus exercícios. Apesar de ter parecido boa-gente, meus sensos femininos avisaram-me que algo de errado havia ali, mas acabei não dando atenção naquele momento.

Naquela época, a minha fama estava sendo tomada por uma jornalista mais nova que fora transferida para essa cidade há, mais ou menos, um mês. Eu teria de encontrar algo novo para investigar e criar um roteiro logo, para que pudesse manter meu pedestal.

Já eram quase duas da manhã quando eu estava completamente sem ideias. Levantando-me, frustrada, da cadeira em frente à escrivaninha, fui à janela do meu quarto que dava para a rua. Girando minha cabeça para os lados, acabei (para infortúnio meu), vendo a senhora carregando dois sacos negros ao jardim. Achando estranho, continuei observando-a. Foi aí que vi algo muito bizarro.

Com uma pá nas mãos, a mulher jogou os sacos negros ao chão e cravou a pá nas gramas verde-vivas. Ela começou a cavar rapidamente, enquanto olhava, desconfiada, para os lados. Após terminar de cavar um buraco de quase meio metro de diâmetro e uns 1 metro de fundura ali, ela puxou os sacos arrastando-os pelo chão. Por onde passava, um rastro vermelho-vivo ficava ali. Ela jogou os plásticos no buraco, preencheu com areia e lavou o jardim com água da mangueira instalada na torneira do jardim. Depois disso, ela encaixou na área sem grama uns pedaços de plástico verdes parecidos com o capim. Era tudo falso.

Assustada, percebi que aquela seria uma boa ideia para investigação. A descoberta de algo terrível vindo daquela mulher seria tudo pra mim, a mola necessária para empurrar-me para o topo mais uma vez. A partir daí, comecei a observar a senhora diariamente, ver seu dia-a-dia e puxar assunto com ela mais frequentemente. Era sempre a mesma coisa: quando eu virava para um assunto mais pessoal relacionado à vida dela, ela imediatamente desviava e gaguejava. Aquela mulher realmente estava fazendo alguma coisa, e o que quer que fosse, não era bom.

Levei mais uma bronca do dono da matriz da TV, o que deixou-me mais desesperada ainda. Eu não tinha mais nada a perder. Investigar a minha vizinha era o que restava. Foi então que fui a uma lojinha de eletrônicos no centro da cidade e comprei uma câmera HD para meu documentário. Eu iria entrar na casa dela naquele dia.

De madrugada, quando ela terminou de enterrar outro saco (dessa vez no quintal de trás da sua casa), eu calcei meus tênis Adidas, que eram silenciosos. Saí da minha casa e fui em direção à dela. Obviamente entrei pelas portas dos fundos que, misteriosamente, estavam abertas. Vasculhando a casa, percebi que a velha estava dormindo no quarto. Era a minha hora de olhar tudo. Saquei minha câmera, liguei-a e apertei no botão Record. Fui à cozinha, ao banheiro, à sala de estar. Quando estava prestes a desistir, percebi algo diferente no chão abaixo de mim na sala.

Era oco. Removendo o tapete dali, pude observar um pequeno puxador. Certificando-me de estar filmando tudo, encaixei minhas mãos ali e puxei. Havia uma escada de mão, que levava à um breu total. Então, acendi a luz da câmera que, pra minha surpresa, era muito clara. Desci as escadas lentamente. Meu coração estava muito acelerado. Eu estava morrendo de medo.

Não podia desistir ali. O porão escondido era a prova de que havia algo obscuro relacionado a ela. Foi então que decidi fazer a pior escolha da minha vida. Continuei andando.

Tudo parecia como um porão normal. Uma adega no canto da sala guardava garrafas de vinho muito antigas. Aranhas criavam teias por cima de caixas de papelão ao meu lado. Vassouras e outros produtos de limpeza também encontravam-se armazenados num armário grudado na parede. Mas, se fosse um porão normal, não ficaria escondido. Deveria haver algo que eu não estava vendo ali. Andando pela sala, vi que, atrás da adega, havia algo parecido com uma porta.

Empurrei o pesado armário para o lado, com o maior cuidado do mundo para evitar o tilintar contínuo das garrafas que ali estavam. A porta era grande, maior que o normal. Era feita de um mogno desgastado e antigo, contendo uma maçaneta com tinta prateada levemente descascada. Não havia chave na tranca e, ao tentar, a porta estava aberta. Passando, fechei-a e, ao virar-me, soltei um grito abafado.

Havia uma cela. O metal estava muito enferrujado. A sala era iluminada por uma lâmpada amarela que deixava-a muito sombria. O pior era o que estava contido dentro da cadeia. Uma criatura horrenda olhava para mim. Os seus olhos deformados estavam separados uns dos outros. Apesar da forma humana, o rosto era assustador. A boca era entortada, o nariz não estava ali, e ele parecia chorar sangue. As pernas entortadas seguravam um tronco peludo e cicatrizado.

Percebi que lágrimas estava viajando pela minha bochecha. Minhas mãos estavam cobrindo minha boca seca, e eu queria vomitar tudo o que comera no jantar. O cheiro podre e carnífice passava violentamente pelas minhas narinas, que, agora, se contraiam.

A criatura correu até os limites da cela e começou a gritar um som terrível e assustador. Desfiguradamente, saíam da sua boca as palavras: “ME AJUDE! ME AJUDE!”. Ele esticava seus braços em minha direção, como se estivesse implorando por algo. Era o fim daquilo. Eu tinha de ir embora.

Virei-me, cada vez mais chorosa e abri a porta. Ao correr mais um pouco, vi as luzes acesas. A porta que me levaria para fora do porão estavam fechadas. Mesmo assim, subi as escadas e bati repetidamente nela, em uma tentativa falha de abri-las. Foi aí que senti um atrito nas minhas costas. Doída, perdi as forças e caí ao chão.

...

Acordei. Estava deitada em uma maca. Meus braços e pernas estavam paralisados. Correntes impediam-me de mover-me. Enquanto fazia força para fugir, percebi uma silhueta ao meu lado. Era a senhora.

Olhando psicopaticamente para mim, ela falou, sorrindo: “Você não foi uma vizinha boa, Patrice.”. Ao tentar falar, percebi que estava impedida por alguma espécie de Durex. Mesmo assim, dificilmente soltei: “Por favor, me solte, me desculpe! Eu não queria fazer nada disso!” A água salgada proveniente dos meus olhos agora atingiam meu pescoço suado. Eu tremia muito. “Não posso querida. Você fez algo que não podia ter feito, e agora vou ter de lhe punir.” – dizia a vagabunda, com um sorriso irônico estampado. “É uma pena. Seu rosto é tão lindo.”

Ela, então começou seu trabalho. Cortou, primeiro, cada uma das minhas unhas com um alicate. A dor era insuportável, e eu gritava. Depois, ela arrancou o dedão do meu pé direito. Cortou a minha mão esquerda e depois furou minha barriga. Eu sentia um líquido quente sendo expelido do corte, que se espalhava pela meu corpo. Já sem suportar a tortura, senti uma agulha entrando na minha veia do braço. Desmaiei, lentamente.

Acordei no chão imundo da cela em que vira o homem há pouco. Ao vê-lo ao meu lado, pulei para trás, batendo minhas costas nas grades da cela. Meu corpo doía insuportavelmente. A criatura estava quieta, sentada de cócoras numa cadeira de madeira presente ali. Apesar da deformidade, percebi um tipo diferente de olhar vindo do seu rosto. Parecia ser tristeza, remorso. Não soube o porquê.

Levantei-me do chão, agora mais calma. Andei a um espelho que estava pendurado na parede e olhei o meu rosto.

Estava muito pior que o rosto do homem. Meus olhos estavam no mesmo lugar, mas minha boca estava torta. As narinas também não existiam mais, e pequenas cicatrizes espalhadas expeliam pus e sangue. Gritei desesperadamente. Comecei a correr pelos lados da sala.

A partir daí, a mulher passou a me tomar todos os dias para fazer seus trabalhos. A cada dia que passava, eu estava cada vez mais deformada.

Ao acordar, vejo a mulher pegando meus restos e pondo-os em sacos negros para enterrá-los lá fora no seu quintal.

Eu imagino o que podem estar falando de mim. Se estão tristes, fazendo uma procura frenética como ocorre nos filmes. Ou se simplesmente eu fora esquecida, com meu desaparecimento sendo substituído por um quadro no Jornal da Noite apresentado pela minha concorrente, falando sobre as festividades de 4 de Julho.

Estou vendo a faca. Tenho acesso a ela se esticar os meus braços através da grade. Já estou decidida, vou terminar com tudo. Não tenho chances de escapar daqui. Na primeira tentativa, no mínimo eu seria exposta a mais um experimento. Vou acabar com isso, mesmo que seja doloroso. Não me importo, já sinto tanta dor. Pelo menos pararei de sofrer. Meu nome é Patrice Hills, e minha ambição terminará de me matar daqui a pouco, nessa cela demoníaca e porca.

Autor: Pedro Lucas

8 comentários:

  1. Meo deos....
    tá foda essa viu....bem elaborada......
    9/10 mesmo...mas bem q poderia colocar mais história ai neh?
    =D
    Mas parabéns uma das melhores até agora...
    (se vc me permitir deixa eu fazer uma graphic novel baseado nessa creepy,pode ser?)

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  2. ''Eu calcei meus tênis Adidas, rçrç''
    Tive uns ataques nessa parte, kkkkkkkkkkk, Oh God! 3huh3uhuehushde

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    Respostas
    1. "Eles fazem tudo por publicidade"
      ~Um cara de um filme bosta do super mario~

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  3. Senso?
    Ta certo isso?
    Nao seria sentido?
    Whatever, creepy foda!
    Nota 9

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  4. Nossa eu li Paris Hilton, mas a creepy estava ótima, apesar dessa veia ser uma kenga

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